Camilão, o comilão


Camilão, o comilão

Era uma vez um leitão que se chamava Camilão.
Ele não gostava de trabalhar e só queria ganhar comida dos amigos que moravam nos arredores.  E certo dia resolveu sair para pedir comida aos amigos e, lá se foi com uma cesta e um guardanapo... A cada encontro, um pedido...
O primeiro amigo que encontrou foi o cachorro Fiel e o leitão Camilão logo disse:

- Oi Fiel o que você está fazendo?
- Eu estou trabalhando cuidando dessas melancias.
- Ó eu aqui com tanta fome e você com todas essas melancias acho que vou desmaiar!
De tanto que o Camilão implorou o cachorro deu uma melancia e lá se foi o Camilão com uma cesta, uma melancia e o guardanapo por cima.
Na estrada encontrou o burro Joca e disse:


- Olá Joca! O que você está fazendo?
- Eu estou carregando essas abóboras.
- Ó e eu aqui com tanta fome acho que vou desmaiar!
E tanto que o Camilão implorou o burro deu duas abóboras.
Mais à frente encontrou a vaca mimosa que estava no curral e o Camilão perguntou:

- O que você está fazendo mimosa?
- Eu estou produzindo queijo e leite.
- Ó e eu aqui com tanta fome acho que vou desmaiar.
A vaca deu para Camilão três queijos e quatro litros de leite e lá se foi ele com uma cesta, uma melancia, duas abóboras, três queijos e quatro litros de leite e o guardanapo por cima.
Então ele encontrou a galinha Quiqui.

- Ó Quiqui eu estou morrendo de fome. Ajude-me?
- Meus filhinhos o seu Camilão quer milho!
- Ó muito obrigado!
E o próximo amigo que Camilão encontrou foi o macaco Simão só que ele era muito esperto e não acreditou no papo dele, mas como Camilão implorou o macaco deu só meia dúzia de bananas.

Depois de um tempo ele encontrou a abelha Zizi e começou aquele papo e a abelha acreditou e deu sete potes de mel e lá foi ele com uma cesta, uma melancia, duas abóboras, três peças de  queijos, quatro litros de leite, cinco espigas milhos, seis bananas, sete potes de mel e o guardanapo por cima.

Continuando seu caminho encontrou o coelho orelhudo e o Camilão disse:

- Ó meu amigo eu estou morrendo de fome acho que vou desmaiar.
O coelho bobo deu oito alfaces e nove cenouras. E lá se foi Camilão com sua cesta, uma melancia, duas abóboras, três queijos, quatro litros de leite, cinco espigas de milho, seis bananas, sete potes de mel, oito pés de alface e nove cenouras e, o guardanapo por cima.
Depois ele encontrou o esquilo Tico e começou aquele papo, que estava morrendo de fome, e como o esquilo não era muito esperto acreditou no papo do leitão e deu a ele , exatamente, dez avelãs.

E lá se foi, novamente, Camilão com sua cesta, uma melancia, duas abóboras, três queijos, quatro litros de leite, cinco milhos, seis bananas, sete potes de mel, oito pés de alface, nove cenouras e dez avelãs e o guardanapo por cima.
Agora imaginem o que foi que ele fez com todo o alimento? pois é!!
Quando Camilão conseguiu um monte de comida deu uma festa para todos que o ajudaram.

Esta leitura possibilita trabalhar:  Valores/amizade; animais, alimentos, cálculos lógicos (sequência),  etc.

Experimente ao final da leitura estabelecer continuidade...
Pense e sugira que agora apareceria um elefante, logo as crianças associariam à àgua ou talvez ao amendoim, dando sequência númerica à história.
Outra sugestão é fazê-los imaginar que o próximo encontro seria  um Coelho da Páscoa e rapidinho eles matam a charada!! "Onze ovos de chocolate"

Trabalhei essa história com alunos da Educação Infantil e eles adoraram!!



Por Ana Maria Machado

Que Horta

Que Horta
Que horta genial!
Que horta de artista!
Colheita especial

Escabola e repobrinha
Cenotata bem miudinha,
E também banacaxi
perancia e melaqui,
mamaranja e ameireja,

Diz agora, se é capaz,
De que frutas e verduras
Resultaram travessuras
como estas que aqui estão,
De Zimpolho e Zimpão!

Tatiana Belinky

Bom, vou pedir licença a Tatiana Belinky e vou acrescentar algumas misturas interessantes de frutas e legumes para que esta horta fique ainda mais especial!
Fiz um projeto sobre alimentação e apresentei este poema.
Por fim fizemos alguns acréscimos.

                                                                  É uma  horta espetacular,
                                                                  É mesmo de admirar!
                                                                  É só observar,
                                                                  E tudo,  vão querer experimentar!

Abacalão com kiwimão
Morambola com pesserola
Melacaxi com jabutireja
Jacaco com perazes
Banigo com caqueixa
Goianga com melanga
Jabutiruva com cerevriola


Que horta interessante,
Nos deixa muito intrigante.
E a cada novo instante,
Uma fórmula exuberante! 

Gengimate com cenoulho
Espirola com rucoles
Pimentata com pepilho
Mandigela com betenabo
Alfanafre com almeirouve
Tomito com rabaxixi
Quiagem com gilobora

Rúbia Nery


Menina Bonita do Laço de Fita

   A menina tinha um coelho amigo que a admirava muito, e perguntava sempre como ela fazia para ser preta. E a menina inventava: cair na tinta preta, tomar muito café, comer muita jabuticaba...
A menina já não sabia mais o que inventar...
E, tudo o que a menina falava o coelho fazia, e  nada adiantava até que um dia ele descobriu o seu segredo. Sabia que era só se casar com uma coelha preta que teria seu lindo filhote, pretinho, pretinho...

Menina Bonita do Laço de Fita

Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou, e foram tantas invenções...


A Casa Sonolenta




A Casa Sonolenta

                                                                                                      Autoria: Andrey Wood - Ilustração de Don Wood

Era uma vez uma casa sonolenta, onde todos viviam dormindo.
Nessa casa tinha uma cama, uma cama aconchegante, numa casa sonolenta,onde todos viviam dormindo.
Nessa casa tinha uma avó, uma avó roncando, numa cama aconchegante,numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo.
Em cima dessa avó tinha um menino, um menino sonhando, em cima de uma avó roncando, numa casa aconchegante, numa casa sonolenta,onde todos viviam dormindo.
Em cima desse menino tinha um cachorro, um cachorro cochilando,em cima de um menino sonhando, em cima de uma avó roncando,numa casa aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo.
Em cima desse cachorro, tinha um gato. Um gato ressonando, em cima do um cachorro cochilando, em cima de um menino sonhando, em cima de uma avó rocando, numa casa aconchegante, numa casa sonolenta,onde todos viviam dormindo.
Em cima desse gato tinha um rato, um rato dormitando, em cima de um gato ressonando, em cima do um cachorro cochilando, em cima
de um menino sonhando, em cima de uma avó rocando, numa casa
aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo.
Em cima desse gato tinha uma pulga....
Seria possível?
Uma pulga acordada

(...)

A leitura é muito agradável, as crianças amam .
 Considerando a beleza e criatividade das ilustrações, cada cantinho, cada personagem, tem sua real importância para a leitura e o desfecho da  história , deixando os alunos curiosos e atentos."deixa eu ver!!" "deixa eu ver!!"...
Vale a pena conferir!








Bruxa, Bruxa, Venha à minha festa



Bruxa, Bruxa  

Venha à minha festa
- Bruxa, bruxa,
Por favor venha à minha festa.
- Obrigada, irei sim.
Se você convidar o gato.
- Gato, Gato, por favor,
Venha à minha festa.
-Obrigado, irei sim se você convidar o espantalho.
Espantalho, Espantalho...

E assim a menina vai preparando os convites e convidando todos os animais/personagens que tem por interesse convidar...
E em meio a tantas figuras dos contos de fadas, finaliza-se a história com a menina convidando as crianças.

-Crianças, Crianças,
Por favor venham à minha festa.
_ O brigada, iremos sim, se você convidar a Bruxa.

Uma leitura que nos remete a inúmeros personagens lendários e possibilita trabalhar tantos outros, é só deixar a imaginação fruir...
Antes de iniciar a leitura da história é interessante fazer uma prévia com os alunos e registrar os personagens da literatura infantil que eles conhecem, e a partir daí, fazer a leitura da história e num outro momento a releitura com os acréscimos.

-Opção de atividades:
-Para trabalhar com uma turma de 3º ou 4º ano pode  solicitar aos alunos , depois da leitura inicial, que façam acréscimos de personagens dos contos de fadas, das histórias em quadrinhos, de super heróis, de animais, segundo a escolha de cada um.
A partir disto, fazer a releitura para que todos possam perceber a gama de opções que se tem para alterar o contexto da história e possibilitar novos olhares e ou interpretações.
- Já com os pequenos, seja na Educação Infantil  ou nos primeiros anos do Ensino Fundamental pode-se trabalhar o teatro.
 Imagine que estes personagens poderiam se transformar em fantoches ou máscaras e a partir daí, cada personagem que surge, na mão do professor, os alunos falam o nome do personagem convidando-o para a grande festa.
Neste caso, o convite estará sendo feito pessoalmente, e o professor fará o papel do receptor/convidado, respondendo ao convite, conforme o andamento da história. Seria interessante duas pessoas para representarem os convidados, possibilitando trabalhar o gênero masculino e feminino na recepção do convite.
_Outra opção de atividade é que a história possibilita trabalhar o gênero carta/convite.
Sempre considerando que existe diferentes tipos de convites:  Festas de aniversários; Casamentos;  Eventos  Escolares; Chás de Bebês, etc. (Situações que fazem parte do dia a dia dos alunos): Possibilitando trabalhar: Remetente; Data; Horário; Endereço; Tipo de comemoração;
_Também se tem a opção de trabalhar as questões relacionadas a comportamento/ “palavras mágicas”: Por favor; Muito obrigado (a), e demais cumprimentos no cotidiano dos alunos.


Poema


Chapeuzinho Vermelho
Do cabelo Amarelo
De olhos azuis
Que mora no Castelo

Sua pele branca
Seu cabelo cacheado
Sua touca vermelha
Seu dentinho escovado

Graciosa menina
Que encanta e fascina
Com carisma e atenção
E muita educação.

Na escrita do convite
No primeiro convidado
Na espera da resposta
A surpresa, o inesperado.

A bruxa assim que recebe
Agradece e adverte
Só irei a sua festa
Se tiver um animal rupestre

E assim a bruxa estabelece,
Gato que mais parece um rupreste.
E nesse embalo da bruxa
Cada convidado se enaltece.
 
Exigindo pelo convite 
Querendo  dar um  palpite
Escolhendo quem leva pra festa
Mesmo que não receba convite.

Intrigante, me coloco a pensar
O entusiasmo dessa  menina
Os convidados tirando proveito
Levando consigo um amigo do peito

E assim convida a todos,
Que encontra pelo caminho.
A pedido dos convidados,
Que sempre querem dar um jeitinho.

Esta festa será animada,
Quantos convidados e que bicharada.
Tem fantasma, tem duende,
Tem até uma Árvore encantada.


A menina recebe a todos
Com carinho e muita atenção.
Por fim um convite especial,
Que venham todas as crianças , então!

Este poema foi criado para contextualizar e agregar mais maior valor a leitura, ou seja, colocar os alunos a pensar sobre as festas e se podemos ou não ir numa festa sem ser convidado ou se podemos exigir e querer levar um amigo.




                                                                       Vale a pena conferir!n

O Abridor de Latas

O Abridor de Latas

Para quem já conhece o texto, sabe que  é muito criativo.
Trabalhei com os alunos do 4º ano e eles gostaram muito.
Após a leitura e interpretação pode ser  elaborado um questionário, pelos próprios alunos. Outra sugestão é mudar o personagem principal, no caso a tartaruga, por outro animal, com características marcantes.
Vejam o resultado!

Pela primeira vez no Brasil um conto escrito inteiramente em câmera lenta...

   Quando esta história se inicia já se passaram quinhentos anos, tal a lentidão com que ela é narrada. Estão sentadas à beira de uma estrada três tartarugas jovens, com apenas 800 anos cada uma, uma tartaruga velha com 1.200 anos, e uma tartaruga bem pequenininha ainda, com apenas 85 anos. As cinco tartarugas estão sentadas, dizia eu. E dizia-o muito bem, pois elas estão sentadas mesmo. Vinte e oito anos depois do começo desta história a tartaruga mais velha abriu a boca e disse:
- Que tal se fizéssemos alguma coisa para quebrar a monotonia dessa vida?
- Formidável - disse a tartaruguinha mais nova 12 depois - Vamos fazer um piquenique?
Vinte e cinco anos depois as tartarugas se decidiram a realizar o piquenique. Quarenta anos depois, tendo comprado algumas dezenas de latas de sardinha e várias dúzias de refrigerante, elas partiram. Oitenta anos depois chegaram a um lugar mais ou menos aconselhável para um piquenique.
- Ah - disse a tartaruguinha, 8 anos depois - excelente local este!
Sete anos depois todas as tartarugas tinham concordado. Quinze anos se passaram e, rapidamente elas tinham arrumado tudo para o convescote. Mas, súbito, três anos depois, elas perceberam que faltava o abridor de latas para as sardinhas.
Discutiram e, ao fim de vinte anos, chegaram à conclusão de que a tartaruga menos devia ir buscar o abridor de latas.
- Está bem - concordou a tartaruguinha três anos depois - mas só vou se vocês prometerem que não tocam em nada enquanto eu não voltar.
Dois anos depois as tartarugas concordaram imediatamente que não tocariam em nada, nem no pão nem nos doces. E a tartaruguinha partiu.
Passaram-se cinquenta anos e a tartaruga não apareceu. As outras continuavam esperando. Mais de 17 anos e nada. Mais 8 anos e nada ainda. Afinal uma das tartaruguinhas murmurou:
- Ele está demorando muito. Vamos comer alguma coisa enquanto ela não vem?
As outras concordaram, rapidamente, dois anos depois. E esperaram mais 17 anos. Aí outra tartaruga disse:
- Já estou com muita fome. Vamos comer só um pedacinho de doce que ela nem notará.
As outras tartarugas hesitaram um pouco mais, 15 anos depois, acharam que deviam esperar pela outra. E se passou mais um século nessa espera. Afinal a tartaruga mais velha não pôde mesmo e disse:
- Ora, vamos comer mesmo só uns docinhos enquanto ela não vem.
Como um raio as tartarugas caíram sobre os docer seis meses depois. E justamente quando iam morder o doce ouviram um barulho no mato por detrás delas e a tartaruguinha mais jovem aparecer:
- Ah, murmurou ela - eu sabia, eu sabia que vocês não cumpririam o prometido e por isso fiquei escondida atrás da árvore. Agora não vou buscar mais o abridor, pronto!
Fim (30 anos depois) .

Millôr Fernandes

Uma leitura regada de Duplo Sentido W.C.

   Certa vez uma família inglesa foi passar as férias na Alemanha. No decorrer de um passeio, as pessoas da família viram uma casa de campo que lhes pareceu boa para passar as férias de verão. Foram falar com o proprietário da casa, um pastor alemão, e combinaram alugá-la no verão seguinte.
   De volta à Inglaterra discutiram muito acerca da planta da casa. De repente a senhora lembrou-se de não ter visto o W.C. Conforme o sentido prático dos ingleses, escreveu imediatamente para confirmar tal detalhe. A carta foi escrita assim:
   "Gentil Pastor,
Sou membro da família inglesa que o visitou há pouco com a finalidade de alugar sua propriedade no próximo verão. Como esquecemos um detalhe muito importante, agradeceria se nos informasse onde se encontra o W.C."
   O Pastor alemão, não compreendendo o significado da abreviatura W.C. e julgando tratar-se da capela da religião inglesa White Chapel, respondeu nos seguintes termos:
   "Gentil Senhora,
Tenho prazer de comunicar-lhe que o local de seu interesse fica a 12km da casa. É muito cômodo, sobretudo se tem o hábito de ir lá frequentemente; nesse caso, é preferível levar comida para passar lá o dia inteiro. Alguns vão a pé, outros de bicicleta.
Há lugar para quatrocentas pessoas sentadas e cem em pé e recomenda-se chegar cedo para arrumar lugar sentado, pois os assentos são de veludo. As crianças sentam ao lado dos adultos e todos cantam em coro. Na entrada é distribuída uma folha de papel para cada um, no entando, se chegar depois da distribuição, pode-se usar a folha do vizinho ao lado. Tal folha deve ser restituída à saída para poder ser usada durante um mês.
Existem ampliadores de som. Tudo o que se recolhe é para as crianças pobres da região. Fotógrafos especiais tiram fotografias para os jornais da cidade a fim de que todos possam ver seus semelhantes no desempenho de um dever tão humano".

   O humor do texto W.C. está na dupla leitrua, ou seja, no jogo das contextualizações. O relato inicial e a carta da mulher inglesa que naturalmente estabelece significado para a abreviatura W.C. (o banheiro). Já o pastor alemão se enganou quanto à significação (igreja) e respondeu à carta, baseado nessa outra leitura do termo W.C., isto é, baseado nesse engano - uma vez que W.C. não tem para ele o mesmo sentido. Lê-se a carta do pastor, que fala de igreja e culto religioso, pensando na satisfação das necessidades fisiológicas - essa é a dupla leitura e, é nela que o humor está criado.
   O sentido de um enunciado depende sempre do contexto linguístico em que se encontra - do próprio texto (seja este uma história, uma dissertação, uma conversa), que estabelece as condições do que se diz a partir do que se disse antes e do que se pode dizer depois, mas depende também do contexto extra-linguístico, que pressupõe as relações que se estabelecem entre os falantes, seu conhecimento partilhado, noções de mundo, etc.
   O contexto é o conjunto de um enunciado linguístico posto em confronto com os elementos que o compões. A significação exata das palavras só se realiza em função do contexto. A palavra prende-se ao contexto por uma razão muito simples: a contextualização é feita a partir das experiências do emissor e do receptor. E para haver entendimento, essas experiências devem ser comuns.
   Uma leitura interessante para se trabalhar o duplo sentido, o mau uso de uma palavra e ou abreviatura e as diferentes leituras/significados de acordo a cultura e ou contexto em que o leitor e ou os participantes estão inseridos.

Lev Vygotsky e a Teoria do Desenvolvimento

   Os seres humanos nascem "mergulhados em cultura", e é claro que esta será uma das pricipais influências no desenvolvimento. A noção de desenvolvimento está atrelada a um contínuo de evolução, em que nós caminharíamos ao longo de todo o ciclo vital.
   Essa evolução, nem sempre linear, se dá em diversos campos da existência, tais como afetivo, cognitivo, social e motor.
   Este caminhar contínuo não é determinado apenas por processos de maturação biológicos ou genéticos. O meio (cultura, sociedade, práticas e interações) é fator de máxima relevância no desenvolvimento humano. Temos ainda uma abordagem sociointeracionista, de Vygotsky, segundo a qual o desenvolvimento humano se dá em relação nas trocas entre parceiros sociais, através de processos de interação a mediação.

"Nós nos tornamos nós mesmos através dos outros"
Lev Vygotsky                                                                       


A importância do jogo na Educação Infantil Na visão de Vygotsky e Piaget

O jogo é muito importante para o desenvolvimento infantil.
Por meio de pesquisas Jean Piaget afirma que através do jogo à criança pode vir a construir importantes conhecimentos sobre os objetos e sua qualidades. Construir noções de espaço, tempo e casualidade.
No entanto, para Vygotsky o jogo não é aproveitado pela criança sem que este esteja em sua zona de desenvolvimento real, e sim proximal.  A brincadeira promove desafios cognitivos e pode ser entendido como  espaços de construção de conhecimentos sobre o mundo. Refletindo em avanços, de acordo a qualidade da brincadeira que as crianças vivenciam na educação desde a infância.

È necessário que se estimule jogos e que se brinque junto à criança até que ela aprenda, até que se tenha a certeza de que apropriou-se de tal aprendizagem.

O jogo faz com que os participantes desenvolvam estratégias mais elaboradas frente ao desafio/ rigidez assim estabelecido. 

Uma das finalidades do jogo e trabalhar a questão do conflito, as perdas.

Jogando à criança aprende a controlar-se e a perceber que nem sempre se ganha...

O Domador de Monstros

   O domador de monstros nos traz uma leitura agradável e nos remete ao filme "Monstros S.A" onde figuras monstruosas surgem da imaginação da criança.
   Para quem ainda não assistiu ao filme, este, narra a história sobre monstros que assustam crianças para conseguir gerar energia para seu mundo, para que se mantenham "vivos" na imaginação da criança. (Monstros são criaturas aterrorizantes).
   Na leitura Sérgio está tentando dormir, mas vê refletido na parede do seu quarto, na janela, a sombra de algumas árvores, que se parecem monstros, cada vez mais feios.
   A cada nova aparição ele falava "se ficar me olhando assim eu chamo um monstro mais feio para te assustar" e à medida que iam surgindo inúmeros monstros também iam aparecendo diferentes características físicas em cada um deles, seguindo uma ordem crescente de figuras imaginárias.
   Aos poucos, ele aprende a domar os "monstros" e a dominar seus medos...

Só um minutinho!

   Esse livro chegou a nossa biblioteca e eu fui uma das primeiras a fazer a leitura. Adorei!!! A leitura nos remete a infância e nos faz lembrar do quanto fizemos uso dessa frase "Só um minutinho, mamãe, já vou!"
   Fiz a leitura para meus alunos e eles gostaram tanto que acabei criando uma nova versão, agora, musical!
   Há uma outra versão da história em que quem solicita "um minutinho" é a vovó, que está sempre disposta e ocupada com seus afazeres domésticos e que tem muito amor pela vida...
   Vale a pena conferir!

SÓ UM MINUTINHO

                                                                                                                                  Por Ivan Zigg

-Porquinho, porquinho,
Você já está de pé?
-Só um minutinho!
Meu corpo não quer.

-Arrumou seu quarto, porquinho?
Mas que demora!
-Só um minutinho!
Falta pouco agora.

E assim vão passando os minutinhos,  e a história termina assim:

-Nada de "um minuto", porquinho!
Acabe esse banho agora!
-Tudo bem, mãe... tudo bem.
Que tal então mais uma hora?

-Já está tarde, meu porquinho!
Que tal você ir deitando?
-Só um minutinho!
Acho que estou sonhando...


SÓ UM MINUTINHO - Adaptação da história

Versão Musical/Poema/Rubia Nery

"Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou acordando,
E o sol está brilhando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou arrumando,
Nem estou bagunçando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou cuidando,
E o neném  almoçando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou indo,
Não estou inventando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou preparando,
Na lição  meditando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou  saboreando,
Meu lanche, experimentando
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou arrumado,
Estou bem perfumado,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou caminhando
E,logo chegando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho
já estou voltando,
Novamente brincando
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou chegando,
Já estou me alimentando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou me banhando,
Não estou bagunçando,
Só um minutinho.

Só um minutinho!Só um minutinho!
Já estou a cochilar,
Nesta noite de luar,
Só um minutinho."
                                                 

Contos

   Tendo por interesse fazer comentários de alguns contos e histórias da literatura, em especial infantis e promover uma interpretação/percepção, pois pelo que se percebe muito passa despercebido quando fazemos a leitura de determinados textos, seja num pequeno trecho, numa imagem ou no todo, e assim compartilhar com vocês esse conhecimento.
  • Nunca houve sociedade isenta da necessidade de formas de expressão que a permitisse inventar-se, historiar-se, e construir-se perante a busca de significado para sua existência.
  • O homem tem perante a sociedade que o circunda várias atitudes: prática, científica, teórica, religiosa e estética. Nesse sentido, uma obra literária, por ser uma criação artística autônoma em relação às demais atividades humanas e por não ter um conteúdo definido, pode exercer várias funções perante a sociedade.
  • A obra literária, devido à potência especial de sua linguagem poética, cria seu próprio universo semanticamente autônomo em relação ao mundo que vive o autor, com seus seres ficcionais, seu ambiente imaginário, seu código ideológico, sua própria verdade: pessoas metamorfoseadas em animais, animais que falam a linguagem humana, tapetes voadores, cidades fantásticas, amores incríveis, situações paradoxais, sentimentos contraditórios, etc.
  • Segundo Salvatore, essa realidade nova, criada pela ficção poética, não deixa de ter, porém, uma relação significativa com o real objetivo. Ninguém pode criar a partir do nada: as estruturas linguísticas, sociais e ideológicas fornecem ao artista o material sobre o qual ele constrói o seu mundo de imaginação.
  • Sendo assim, o papel da literatura na vida social é de plurifuncionalidade. Além da função estética (arte da palavra e expressão do belo), uma obra literária pode possuir, concomitantemente, a função lúdica (provocar prazer), a função cognitiva (forma de conhecimento de uma realidade objetiva ou psicológica), a função catártica (purificação de sentimentos) e a função pragmática (pregação de uma ideologia). Sendo considerada hoje uma das formas de literatura infantil, o conto de fadas, pode ser visto como instrumento que ajuda a pensar.
  • Acredita-se que, para as crianças, esses contos têm um valor especial. Através de sua estrutura, onde se encontram personagens, sentimentos, valores e desafios, que correspondem ás exigências infantis, ele possibilita à criança digerir suas manifestações mais arcaicas. Seu caráter simbólico permite-lhe utilizar essa forma literária conforme sua necessidade, pois se trata de uma obra aberta à subjetividade e que oferece de modo simplificado novas dimensões à imaginação da criança, sendo passível de um leque de possibilidades interpretativas.                

Eu, Você, Contos e Encantos...

   Por meio da leitura de diferentes textos  relacionados à Educação , em especial a Educação Infantil, farei alguns comentários, interpretações, análises, exposições de ideias que contextualizem e incite a reflexão e interação,  despertando interesses e novos olhares...                                                                                  
     Espero que gostem!