Projeto Música e Pedagogia

 A importância de se trabalhar á Música desde a Educação Infantil




Música é a forma de arte de se combinar sons e silêncio, seguindo ou não uma pré- organização, trabalhando a harmonia, o ritmo, a melodia entre outros aspectos.

De acordo a Platão  " Primeiro tem que se educar a alma com a música e o corpo com as atividades físicas" .

Já Friedrich Nietzsche adverte que " ... a vida sem a música seria um grande erro."

A musicologia é simplesmente o estudo científico da música, ou seja, a ciência da música.

O responsável por realizar esses estudos é o musicólogo.

Assim como um compositor é responsável pela criação e um músico pela interpretação, um musicólogo é o responsável pela parte de pesquisa.

Ou seja, no mundo da música temos essa divisão entre pesquisa, invenção e interpretação.

Ciência da música

A ciência de um elemento procura saber todos os detalhes a respeito dele, e com a ciência da música não é diferente.

Com ela, todos os elementos da música são estudados, elementos esses que são: Acústica; Estética; História; Instrumentos; Harmonia e Notação.

Ao passar dos anos a música evoluiu em todos os sentidos, se fazendo presente em áreas que nunca se imaginou, indo além de uma manifestação artística.

Estando presente em grande parte do dia a dia das pessoas, seu poder de influência é considerável, logo seu estudo se torna cada dia mais importante.

Onde tudo começou…

Estudos mostram que a música foi descoberta ainda na pré-história e desde lá começou a ser praticada.

Quanto ao desenvolvimento da música, acredita-se que esse aconteceu junto ao desenvolvimento da inteligência humana.

Mas como isso começou?

Uma das possibilidades mais convincentes, é a de que os homens se atentaram a música, quando ouviram os sons emitidos pela natureza.

Claro que a música e os sons que tratamos aqui, não são nada parecidos aos que temos acesso hoje em dia, porém para a época, era o suficiente para despertar o interesse e o desenvolvimento

Porém a musicologia em si, acredita-se que essa iniciou por volta do século IV a.C, com Aristóxeno de Tarento, um filósofo grego, teórico da música.

Para o filósofo, a música é ao mesmo tempo arte e ciência, por isso seu estudo é tão amplo e envolve inúmeros elementos.

A musicologia não se prende apenas aos fatores internos que envolvem a música, mas referências externas do cotidiano são sempre levadas em consideração.

A música entra na vida das pessoas deixando marcas, memórias, talento, percepção. Ela aguça os sentidos, acionando lembranças e sentimentos passados e presentes.

Musicologia é o estudo científico ou mesmo a ciência da música. Considera-se musicologia a atividade do musicólogo enquanto ofício do pesquisador em música, diferenciando-se das outras duas grandes áreas da música: a invenção (ofício do compositor) e a interpretação/performance (ofício do instrumentista, cantor ou regente).

A musiciência, o estudo e as pesquisas,  nos afirmam  o quanto a musicalização,  o som bilateral atinge as ondas cerebrais, e promove relaxamento, influenciando, impulsionando nossos sentidos, nossa coordenação motora e nossos sentimentos.

A memória musical demora a se apagar da mente de uma pessoa, resgata funções, trabalha o cognitivo e ativa e estimula o aprendizado.

Propicia uma velocidade de sinapses, conexões e cognições.

O sistema de linguagem aflora e a criança ou mesmo o adulto ganha vocabulário, pronúncias.

O ritmo, a harmonia, a boa letra, fazem o corpo reagir, as vezes de maneira imperceptível.

Todas as escolas brasileiras terão de incluir, no currículo da educação básica, o ensino de música. A determinação consta na Lei 11.769, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e passa a ser conteúdo obrigatório nas escolas.

O período de três anos serviu para que os sistemas de ensino se adaptassem às exigências estabelecidas. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (Abem), Sérgio Luiz de Figueiredo, a música contribui para o desenvolvimento dos alunos e traz benefícios cognitivos. "De uma forma geral, a música faz parte das manifestações culturais. Contribui para a formação humanística, para que as pessoas participem da interação social e compreendam as manifestações sociais.”

Segundo Clélia Craveiro, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação), o ano de 2011 foi data limite para que toda escola pública e privada do Brasil tenham incluído o ensino de música em sua grade curricular. "O objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos", diz a professora.

A função mais evidente da escola é preparar os jovens para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades, propiciando uma alegria que seja vivida no presente, dimensão essencial da pedagogia, sempre considerando que a educação visa o desenvolvimento pleno do educando.

Atualmente existem diversas definições para música, mas, de um modo geral, ela é considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações. Houaiss apud Bréscia (2003, p. 25) conceitua à música como “[...] combinação harmoniosa e expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época e a civilização”.

"A musica promove a sociabilidade e a expressividade, introduz o sentido de parceria e cooperação, e auxilia o desenvolvimento motor, pois trabalha com a sincronia de movimentos", explica Sonia Regina Albano de Lima, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical.

O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos,  o que possibilita conhecer a diversidade cultural do nosso país, além do que, permitirá aos educadores trabalhar a coordenação motora, o senso rítmico e melódico, a voz, o movimento corporal, a percepção, a notação musical sob bases sensibilizadoras. É preciso enxergá-la como arte, dando importância às sensações que diferentes autores querem aguçar nas pessoas e fazer um comparativo dos resultados, sempre considerando que o processo de criação é intencional, no qual o professor discute e estabelece alguns temas para que sejam explorados, abrindo espaço a novas criações e/ou composições, pertinentes ao ambiente escolar. Um espaço ideal para criação, para que novos valores sejam estabelecidos e que o até então desconhecido, seja apreciado.

De acordo a Gardner e a teoria das inteligências múltiplas “Mesmo que um indivíduo possua grande potencial biológico para determinada habilidade, ele precisa de oportunidades para explorá-la e desenvolvê-la, a cultura circundante desempenha um papel predominante na determinação do grau em que o potencial intelectual de um indivíduo é realizado” (Gardner, 1995, p, 47). A escola deve estimular as habilidades de cada um e propiciar o contato com atividades que desenvolvam todas as inteligências. Assim, todo ser humano possui certas capacidades essenciais em cada uma das inteligências, mas, mesmo que um indivíduo possua grande potencial biológico para determinada habilidade, ele precisa de oportunidades para explorar e desenvolver. Gardner (1995) destaca ainda que, as inteligências são parte da herança genética humana, todas se manifestam em algum grau em todas as crianças, independente da educação ou apoio cultural.

Segundo Lisiane Bassi , coordenadora música da Rede Municipal de Franca diz que é preciso entender que queremos desenvolver o espírito crítico, conhecer nossas raízes, preservar nosso patrimônio e aumentar o repertório musical nacional. A intenção é dar ao aluno a oportunidade de questionar o que é música, refletir sobre sua linguagem e experimentar possibilidades ao agir como compositores, ir além da apreciação e produção musical.

É importante considerar à seleção musical devendo esta, contemplar diversas categorias (como música eletrônica, erudita, concreta e aleatória) e estilos musicais (como pop, rock, jazz, funk e blues) e priorizar o que os alunos não estão acostumados a ouvir. É uma maneira inteligente de apresentar novos parâmetros para que eles façam releituras e selecionem ou modifiquem suas ideias e conceitos musicais, adquirindo o senso crítico.

Segundo historiadores, o fazer musical de uma forma ou de outra, sempre esteve presente nas sociedades, desde as mais primitivas épocas até os dias atuais. Sem dúvida, o nível de complexidade musical se alterou com o passar do tempo, mas não perdeu a sua característica de reunir pessoas.

Os estudos comprovam a importância da música ao ser humano, especialmente às crianças, em fase de desenvolvimento e aprendizado do mundo.

Verifica-se que os jovens se identificam por um mesmo gênero musical, o que lhes dá e reforça a sensação de pertencerem a um grupo, de possuírem um mesmo conhecimento.

A música ajuda a afinar a sensibilidade dos alunos, aumenta a capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória, além de ser forte desencadeador de emoções. E fazer música, principalmente em grupo, no coletivo, traz a noção da importância da ordem e da disciplina, da organização, do respeito ao outro e a si mesmo.

Segundo a professora, membro da Sociedade Brasileira de Musicologia, compositora e regente Miria Therezinha Kolling “A música é uma força geradora de vida, uma energia que envolve o nosso ser inteiro, atuando de forma poderosa sobre o nosso corpo, mente e coração. Além de alegrar, unir e congregar mensagens e valores, disciplinar e socializar, a música forma o caráter e favorece o desenvolvimento integral da personalidade, o equilíbrio emocional e social”.

Visto que a música , em suas diferentes possibilidades, comprovadamente traz benefícios para a saúde física e mental, incluí-la no cotidiano escolar certamente trará benefícios tanto para o educando quanto para o educador. 

Havendo planejamento, os educadores encontrão nela mais um recurso de aprendizagem, e os alunos se sentirão ainda mais  motivados de forma lúdica e prazerosa.

De que maneira trabalhar a música no contexto escolar?

• Pedir aos alunos que traga um objeto sonoro à escola. Reunir os objetos e trabalhar com pesquisa, manipulação, exploração e classificação desses objetos.

• O educador poderá gravar sons e pedir para que as crianças identifiquem cada um, ou produzir sons sem que elas vejam os objetos utilizados e pedir para que elas os identifiquem, ou descubram de que material é feito o objeto (metal, plástico, vidro, madeira) ou como o som foi produzido (agitado, esfregado, rasgado, jogado no chão). Assim como são de grande importância as atividades onde se busca localizar a fonte sonora e estabelecer a distância em que o som foi produzido e posteriormente trabalhar os atributos do som: 

· Altura: agudo, médio, grave.

· Intensidade: forte, fraco.

· Duração: longo, curto.

· Timbre: é a característica de cada som, o que nos faz diferenciar as vozes e os instrumentos.




Descobrir os sons da escola, a paisagem sonora, aproveitar um passeio dentro ou fora da escola e descobrir sons característicos de cada lugar, captando a característica do som, sua intensidade, sua duração. Perceba que alguns alunos com audição mais aguçada perceberão inúmeros sons enquanto que outros quase nada identificarão. Esses exercícios os tornarão cúmplices no processo de construir um ambiente sonoro adequado a eles e a comunidade a que estão inseridos. 

Faça o registro destas atividades:

Trabalhar os movimentos corporais e de locomoção.

· Imitar e criar movimentos.

· Andar seguindo a pulsação.

· Andar e correr com paradas súbitas e/ou mudando a direção.

· Criar e realizar pequenas coreografias.

· Experimente combinar sons e imagens, associando a imagem de determinado personagem ao som. O gordo som grave, o magro som agudo; o movimento pesado som grave, o movimento leve, som agudo; o personagem grande, som grave, o personagem pequeno som agudo. Ou mesmo numa brincadeira de Morto Vivo, o vivo/som grave, o morto/som agudo. São inúmeras as possibilidades.

Com crianças menores, experimente criar uma estrofe e que possibilite trabalhar conceitos de rima, aliterações, gestos, onde o importante é buscar dos pequenos, atenção, curiosidade e satisfação.

Experimente parodiar uma determinada canção e trazer consigo criatividade e diversão.

Em sala, convide os alunos para participarem da brincadeira de "Show de Calouros", esta brincadeira traz consigo o desenvolvimento da oralidade, vocabulário, auto estima, etc.

Crianças em idade pré escolar têm em sua essência o gosto pela música e pelo movimento. O trabalho com cantigas, parlendas e rimas na Educação Infantil é essencial para um desenvolvimento motor e rítmico de qualidade. Mas além destes benefícios, a música também ajuda a criança na concentração, na ampliação de seu vocabulário e também na valorização do conhecimento cultural.

A instituição escolar precisa estar sensível às oportunidades diárias de se trabalhar de forma lúdica, cooperando para uma aprendizagem significativa. E a música promove isso: traz de maneira prazerosa o conhecimento e o desenvolvimento de diversas habilidades, dentre elas o prazer em brincar com as palavras, rimas e sons.

A Base Curricular estabelece que desde a tenra infância faz necessário o trabalho , o conceito de musicalização, na escola.

Bebês (zero a 1 ano e 6 meses):

Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.

Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses):

Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais, para acompanhar diversos ritmos de música.

Utilizar diferentes fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora ,  ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.

Identificar e criar diferentes sons e reconhecer rimas e aliterações em cantigas de roda e textos poéticos.

Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses:

Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas.

Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre), utilizando-as em suas produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.

Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e ritmos.

Sugestões para ampliar o processo de criação junto as crianças são os sites que trabalham com musicalização e dentre eles : Ninho Musical e Pedagogia  Sonora, maravilhosos!

Deixo aqui como sugestão,  um exemplo de uma música infantil em que fiz a paródia e que é muito apreciada pelos alunos e que se insere no planejamento anual, visto que possibilita trabalhar com inúmeras atividades, tais como a ludicidade,  atenção,  criatividade , musicalização e diversão.





O ELEFANTE QUERIA SKATEAR

E TODOS DISSERAM , NÃO CUSTA TENTAR

O ELEFANTE TEIMOSO TENTOU,

TENTOU, TENTOU E SE ESBORRACHOU.


O ELEFANTE QUERIA VOAR

E A MOSCA DISSE: VOCÊ VAI CAIR.

O ELEFANTE TEIMOSO VOOU, 

VOOU, VOOU E LOGO CAIU. 


O ELEFANTE QUERIA NADAR.

O PEIXE DISSE, SE VAI SE AFOGAR.

O ELEFANTE TEIMOSO NADOU , 

NADOU, NADOU E SE AFOGOU.


O ELEFANTE QUERIA PULAR.

O  CANGURU DISSE VOCÊ VAI É ROLAR.

O ELEFANTE TEIMOSO PULOU,

 PULOU, PULOU E LOGO ROLOU. 


O ELEFANTE QUERIA CORRER.

A LEBRE DISSE , EU QUERO É SÓ VER!

O ELEFANTE TEIMOSO CORREU, 

CORREU, CORREU,  E LOGO PERDEU. 


O ELEFANTE QUERIA SE PENDURAR.

O MACACO DISSE,  NÃO VAI AGUENTAR.

O ELEFANTE TEIMOSO SE PENDUROU, 

PENDUROU, PENDUROU , E O GALHO QUEBROU. 


O ELEFANTE QUERIA LUTAR..

O PANDA DISSE, NÃO VAI AGUENTAR.

O ELEFANTE TEIMOSO LUTOU, 

LUTOU, LUTOU E NÃO AGUENTOU. 


O ELEFANTE QUERIA FALAR.

O LOURO DISSE NEM ADIANTA TENTAR.

O ELEFANTE TEIMOSO TENTOU , 

TENTOU, TENTOU  E CALADO FICOU. 


O ELEFANTE QUERIA LATIR.

O CACHORRO DISSE, NÃO VAI CONSEGUIR.

O ELEFANTE TEIMOSO TENTOU, 

TENTOU, TENTOU E NADA ADIANTOU.


O ELEFANTE QUERIA MIAR.

O GATO DISSE SE PODE TENTAR.

O ELEFANTE TEIMOSO TENTOU,

 TENTOU,TENTOU E NADA MIOU. 


O ELEFANTE QUERIA SE LAMEAR,

O PORCO DISSE, MAS SEM SE SUJAR.

O ELEFANTE TEIMOSO TENTOU,

 ROLOU,  ROLOU E SE LAMBUZOU.


O ELEFANTE QUERIA RUGIR.

O LEÂO  DISSE,  NÃO VOU TE IMPEDIR.

O ELEFANTE TEIMOSO TENTOU, 

TENTOU, TENTOU E LOGO PAROU.


O ELEFANTE QUERIA PASSEAR.

OS BICHOS DISSERAM, É SÓ SE AJUNTAR.

O ELEFANTE ESPERTO FICOU,

ANDOU, ANDOU E NÃO SE CANSOU.


O ELEFANTE QUERIA ESTUDAR.

A  "PRO" JÀ DISSE,  VEM LOGO PRA CÁ!

O ELEFANTE NA ESCOLA CHEGOU, 

ENTROU, SENTOU,  E SE APRESENTOU.


O ELEFANTE QUERIA CRESCER, 

E LER, E SER,  E TUDO ENTENDER.

E NA ESCOLA FOI LOGO APRENDER,

BRINCAR, ESTUDAR E TUDO SABER. 


O ELEFANTE QUERIA BRINCAR

OS AMIGOS  DISSERAM , VEM LOGO PRA CÁ.

O ELEFANTE SE APROXIMOU, 

 BRINCOU , BRINCOU  E CONTENTE FICOU.


Pode-se trabalhar também, dependendo da faixa-etária a leitura da música “Orquestra Dos Bichos” de Chico Roque e Carlos Colla e/ou a leitura do livro “Coral dos Bichos” de Tatiana Belink que servirão de suporte ao trabalho, além de que possibilitará conhecer diferentes animais, suas características e também alguns instrumentos musicais e que integrada às aulas de artes pode-se estudar e criar diferentes atividades e até mesmo fazer a reprodução desses instrumentos. Ainda pode-se acrescentar a leitura e apreciação da música “A Orquestra Dos Bichos” com a participação do grupo musical Trem da Alegria, fazendo uma releitura e/ou reprodução musical.

Outra dica de leitura está no Livro -  Música de Raquel Coelho, maravilhoso!

A autora fez uma minuciosa pesquisa de campo e apresenta um apanhado de textos informativos e diferentes instrumentos musicais, os primeiros instrumentos, os mais atuais, os mais conhecidos, isso sem contar o encanto das imagens, enriquecendo ainda mais a leitura.

Também pode ser oferecido aos alunos a leitura do Livro Tambores, Clarineta,  de Svjetlan Junakovic, graciosíssimo. Os alunos vão amar, pois em meio aos inúmeros instrumentos apresentados o autor trabalhou as características e formas de alguns animais, instigando a curiosidade e maior atenção dos alunos.

Tudo dependerá da faixa etária, da intencionalidade, do planejamento e do objetivo em questão.

A proposta não é criar artistas, mas sim a exploração da musicalidade, promovendo uma reflexão crítica sobre as relações entre música, sociedade e indivíduo, assegurando uma educação significativa e relevante, reconhecendo que, seguindo as palavras de Piaget “[...] o quanto antes for estimulado, o quanto antes através do estímulo, se possibilitará o aprendizado”.

Se considerarmos as propriedades terapêuticas da música, veremos que as atividades, assim relacionadas, servem de estímulo aos alunos com dificuldade de aprendizagem e contribuem, para a inclusão. O educando fica envolvido numa atividade cujo objetivo é ele mesmo, sua ação, sua participação está sendo valorizada.

Estudos indicam que crianças mentalmente deficientes e autistas geralmente reagem positivamente à música quando todas as possibilidades se esgotaram, pois a música ativa a tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem, também os estudiosos atestam que a terapia musical é amplamente utilizada em casos em que existe distúrbio de fala.

Eu super indico professores/grupos musicais  que trabalham diferentes conceitos musicais e que buscam ampliar as possibilidades de aprendizagem, unindo observação, percepção, sensibilidade, aguçando assim os sentidos da criança. 

Quando se apresenta uma música em que tem a opção de trabalhar os gestos, a linguagem, a audição, a visão, se coloca a disposição da criança, inúmeras possibilidades de aprendizagem.

Caberá à escola e a comunidade incentivar, aprimorar e participar de forma ativa, consciente dá importância de se trabalhar á música em seus diferentes aspetos, gostos e gêneros, possibilitando prazer em aprender, assegurando igualdade de chances, conhecimento, numa manifestação permanente e harmoniosa da vida. Quanto as metodologias e estratégias a serem utilizadas, integrada as aulas de artes, a ideia é trabalhar com uma equipe multidisciplinar e nela ter entre os profissionais, o professor de música e, cada escola de forma autônoma decidirá a inclusão desse conteúdo de acordo ao seu projeto político-pedagógico.

É importante ressaltar que dependendo da carga de emoção direcionada a determinado conteúdo, se obterá os resultados. Além do atrativo há também a carga emocional, o estímulo, a maneira como se vai trabalhar esse conteúdo e que de acordo a Wallon “[...]o professor de ensino específico quer que o aluno assimile determinado conteúdo, mas esquece que é preciso desenvolver habilidades de concentração, interesse, capacidade de assimilação, atenção ao conteúdo”.

Ao criar as estratégias precisamos selecionar com objetividade o repertório que iremos apresentar aos alunos. Com isso a escolha dos diferentes gêneros musicais é muito significativa, pois estaremos desenvolvendo em nossas crianças a sensibilidade, a criatividade e o potencial artístico de maneira, ao mesmo tempo, útil e agradável.

Deixo aqui mais uma sugestão de leitura.

O artigo Musicalização: a nova BNCC e suas implicações na prática pedagógica de professores na educação infantil no município de Irecê - Bahia. - Neuroeducação Musical (neuroeducacaomusical.com.br), contribui para ampliar o conceito de musicalização na escola.

Vale a pena fazer a leitura do texto na íntegra e perceber a relevância de se trabalhar e não só a importância mas , alinhado a proposta da BNCC.

        A Base Nacional Curricular Comum e o Ensino de Música na Educação Infantil

A expansão do olhar mais sensível quanto a Educação Infantil no Brasil, possibilita a valorização de novos conhecimentos neste nível escolar, assim como a inserção da importância da música no processo de aprendizagem. Na sociedade atual, a música vem se tornando fundamental para o desenvolvimento cognitivo na educação. Desta forma, salientando a necessidade de inserção ao mundo musical desde cedo. A iniciação musical para criança deve ser de forma sensível e atraente, considerando a ludicidade como meio de aprendizagem nesta fase.

A nova Base Nacional Curricular Comum (BRASIL, 2019) para a Educação Infantil amplia a carga horária destinada aos campos de experiências, que envolve a Arte e suas linguagens, tendo a música como conteúdo obrigatório desde a infância. Neste sentido, as discussões em torno da formação dos professores para aplicação deste conhecimento cresce em torno da qualificação pedagógica para a utilização de métodos adequados à primeira infância.

De acordo com Oliveira e Fernandes (2013), a música é uma linguagem artística que deve fazer parte da expressão e formação da criança de forma integral, ampliando o repertório cultural. Possibilitar esse contato é estimular e potencializar o processo cognitivo e motor ainda na infância. Sabemos, ainda, que a criança aprende por meio da brincadeira, pois é como ela vê o mundo. Desta forma, a musicalização infantil relacionada às maneiras em que a criança aprende, torna a aprendizagem mais significativa.

Musicalizar significa ampliar o mundo sonoro e desenvolver um ouvinte sensível, oportunizando criação, fruição e contextualização sonora. Durante este processo, a criança aumenta a atenção, memória, concentração, coordenação motora, socialização, afetividade, linguagem musical, dentre outras habilidades e competências. A ludicidade faz parte deste desenvolvimento ainda na infância, estimulando a imaginação e o jogo simbólico.


Rúbia Nery


Esse artigo foi publicado na Revista Educador, edição de janeiro de 2012. E com o passar dos anos vou fazendo alguns acréscimos e contribuir para um trabalho cada dia mais eficiente , diante as propostas que se estabelecem na Educação, em especial, na Educação Infantil, onde atuo.

Fontes de pesquisa: blog: Neuroeducacãomusical.com.br ; blog: aprendateclado.com.

Sugestão: Blog: pedagogiasonora, com e dicas para se trabalhar com música desde a educação Infantil.

Currículo da Cidade - Educação Infantil e a BNCC - Projetos Pedágógicos 

Revista Educador - artigo - Musicart

LÁPIS COR DE PELE


Lápis cor de pele
Autora: Daniela de Brito
Ilustrações: Polly Duarte




Era nosso primeiro dia na escola. Já tínhamos sete anos.
Nossa mãe sempre contava histórias para nós, ensinava as coisas. Como eu adorava viver no meio dos livros, sabia ler um pouco mais que meu irmão, Miguel. Ele gostava mesmo era de correr e brincar no quintal.
A escola era perto da nossa casa, em frente à praça. Fomos a pé, acompanhados de nossos pais.
Assim que chegamos, Miguel saiu correndo e subiu no balanço, feliz da vida. Eu não sabia se queria ficar lá, mas minha mãe me deu um abraço bem apertado e disse, olhando bem nos meus olhos:
-  No final da manhã venho buscar vocês - e então ela beijou a minha testa com doçura, e fiquei corajosa de repente.
Sai correndo pelo corredor, e a professora Roberta veio me receber. 
A professora já nos conhecia. No dia que fomos visitar a escola, ela nos recebeu com a diretora. Aliás, a diretora nos pareceu um doce de pessoa. Depois fiquei sabendo que os meninos e as meninas morriam de  medo dela.

(...)

No início da aula, a professora pediu que cada um dissesse seu nome. Meu coração ficou tão, tão acelerado que, quando fui dizer, acabei esquecendo meu nome.

(...)

Depois a prô Roberta formou um círculo, pediu que sentássemos e explicou como seria o dia. Faríamos alguns desenhos, ouviríamos músicas , faríamos um piquenique, brincaríamos no parque e teríamos um gincana.
Eu nem sabia o que era gincana, mas assim que ela amarrou fitas azuis nos punhos de alguns e fitas vermelhas nos punhos de outros, entendi que iríamos brincar muito. Eu adorei. Você gosta de brincar?
Ao final da aula , a prô pediu que cada um se desenhasse . Então, Gabriele , lá do fundo, gritou:
- Prô, me empresta lápis cor de pele?
Fiquei sem entender. Luis logo respondeu:
- Eu tenho!
E emprestou pra ela um lápis clarinho, meio rosa...  "Que estranho, eu pensei.

(...)

Fomos pra casa e fiquei observando o que tinha acontecido na escola. Não entendia como um lápis rosinha poderia ser "lápis cor de pele". Minha pele era tão, mais tão branquinha, Não era rosa.   
Na-na-ni-na-não.
Em casa observei meu pai, também era branquinho como eu e tinha os olhos azuis.

(...)

Quando minha mãe veio perguntar se a gente já tinha lavado as mãos, foi aí que notei! Minha mãe tem a pele bem escura igual a de Miguel.

(...)

No outro dia cheguei muito animada à escola, ansiosa para contar a minha descoberta.  (...)

  



E assim vai ficando claro o contexto da leitura, e as belíssimas  ilustrações se encarregam de contextualizar a fala desta encantadora menina. Vale muito a pena conferir.

Não posto o texto na íntegra por causa dos direitos autorais , mas vale a pena finalizar a leitura. Um tema atual e bastante relevante para o contexto escolar.

Nesta proposta trabalhei identidade e também grandezas e medidas, e muitos foram os questionamentos dos alunos e a percepção de que somos todos diferentes em nossas características físicas, tipo: no que se refere a altura, peso, cor da pele, etc.

Outra sugestão é fazer uma roda de conversa  no início do ano letivo e perguntar aos alunos sobre o que eles esperam da escola, o que acham que vai acontecer, pra que serve a escola, qual o espaço mais gostoso . 
Outra sugestão após a leitura e conversar  sobre as regras e combinados, tema importante e que tratamos já na primeira semana de aula, e assim conversamos e buscamos deles informações sobre o que pode e o que não pode na escola. Do respeito aos amigos. E do uso dos diferentes espaços, sem agressões e ou atitudes que com certeza possam trazer desconforto ou incômodos,   etc.