O Respeito á Infância

O  Respeito á Infância

                                                                                                           Por  Marta  Coelho



Cada criança aprende a andar, falar, ler e fazer contas no seu próprio ritmo e isso não terá qualquer influência sobre a forma como ele vai andar, falar, ler ou fazer contas.
Que o único grande preditor de alto desempenho académico é a leitura para as crianças.
Não são livros de atividades, não são infantários da moda, não são brinquedos com luzes ou computadores, mas sim a mãe ou o pai (ou os dois) a passarem tempo com os filhos todos os serões e ler-lhes uma história.
Que o melhor aluno da turma nem sempre é o mais feliz.
Não há nada que relacione o bom desempenho escolar nestas idades com a felicidade de cada criança.
Às vezes estamos tão envolvidos a tentar criar vantagens na educação dos nossos filhos que acabamos por sobrecarrega-los com atividades, tornando o seu dia a dia tão estressante e preenchido como o nosso.
Uma das maiores vantagens que podemos dar aos nossos filhos é uma infância simples e despreocupada.
Que os nossos filhos merecem crescer rodeados de livros, natureza, fontes da arte e ter a liberdade para  explorá-las. 
A maioria de nós poderia livrar-se de 90% dos brinquedos dos nossos filhos que não faria qualquer diferença, mas há algumas coisas que são importantes: brinquedos construtivos, como legos e blocos, brinquedos criativos, como todos os tipos de materiais de arte, instrumentos musicais ( reais e uns multiculturais ), vestir roupas e disfarces e livros , livros , livros.
Que os nossos filhos precisam mais de nós. Mais do nosso tempo...  

(...)

Precisam de pais que se sentem e conversem com eles sobre como foi o dia, de mães façam trabalhos manuais com eles. Precisam de pais que leiam histórias com eles e façam figuras de parvos a criar diferentes vozes para os personagens, só porque é mais divertido.
Precisam de pais que passeiem com eles e não se importem de fazer o trajeto a velocidade caracol, e se necessário uma parte ao colo.
Precisam de pais que tenham tempo para os deixar ajudar a fazer o jantar, ainda que muitas vezes só atrapalhem.
Precisam de saber que são uma prioridade para nós. Que estão à frente de tudo, e que nós, pais, gostamos realmente de passar tempo com eles.


Afinal, que precisa uma criança de 4 anos?

"O excesso de estímulos a que as crianças estão sujeitas diariamente resultam numa fraca concentração para tudo o que requeira mais de 5 minutos parados a realizar uma tarefa. No entanto, desenvolver esta competência com peso e medida é não só uma mais valia a nível escolar, como a nível pessoal. Uma criança concentrada é mais calma, mais bem estruturada e capaz de aprender de forma fluída e sem grande esforço."

Uma criança de 4 anos deve saber que:
É amada total e incondicionalmente , todo o tempo.
Está segura. Deve saber regras de segurança para se manter segura em público, com outras pessoas, e em situações diferentes. Deve saber que não tem de fazer coisas que não quer ou que com as quais não se sente bem, independentemente de quem lhe peça para o fazer.

(...)

Deve saber de que é que gosta, quais são os seus interesses e deve poder descobri-los e desenvolvê-los. Se não se interessa por números, os pais devem perceber que vai aprende-los sem querer, vai acabar por tropeçar neles e mergulhar nesse novo mundo deixando para trás os dinossauros, as bonecas ou as sopas de lama.


Deve saber que o mundo é mágico e ela também. 
Deve saber que é maravilhosa , brilhante , criativo, compassivo e única. 
Deve saber que é tão importante fazer colares de flores, castelos na areia, e casas de fadas como praticar a fonética.

E , MESMO QUE O TEXTO NÃO ESTEJA NA ÍNTEGRA, POR CAUSA DOS DIREITOS AUTORAIS, VALE MUITO A PENA CONFERIR!

Propostas Pedagógicas na Educação Infantil - Currículo

Propostas Pedagógicas na Educação Infantil


Currículo é uma construção social do conhecimento pressupondo organização e  a sistematização dos meios para que esta se efetive. 
São processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar. Organização feita no projeto-político-pedagógico da escola, e que deve levar em conta alguns princípios básicos para sua construção. Visando privilegiar determinada cultura e, por isso, há a necessidade de uma criteriosa análise e reflexão, por parte dos sujeitos em interação, no caso as autoridades escolares e os docentes com o mesmo objetivo, baseando-se em referenciais teóricos.



O currículo não é estático, pelo contrário, ele foi e continua sendo construído. A reflexão sobre isso é importante, porque, conforme Veiga (2002, p. 7) afirma, “a análise e a compreensão do processo de produção do conhecimento escolar ampliam a compreensão sobre as questões curriculares”.

Hoje em dia, a organização do currículo escolar se dá de forma fragmentada e hierárquica, ou seja, cada disciplina é ensinada separadamente e as que são consideradas de maior importância em detrimento de outras recebem mais tempo para serem explanadas no contexto escolar.
Vários autores apontam para a possibilidade de o currículo não ser organizado baseando-se em conteúdos isolados, pois vivemos em um mundo complexo, que não pode ser completamente explicado por um único ângulo, mas a partir de uma visão multifacetada, construída pelas visões das diversas áreas do conhecimento.

A organização do currículo deve procurar viabilizar uma maior interdisciplinaridade, contextualização e transdisciplinaridade; assegurando a livre comunicação entre todas as áreas.

Antes o currículo era visto como um conjunto de conteúdos, hoje devemos entendê-lo como um conjunto de saberes.

Na Educação Infantil dá-se início a essa construção e na Educação básica deve haver a continuidade.

O centro de toda a base curricular, de toda à prática  é a criança, e sua construção deve estar pautada do pessoal e no coletivo.

Considerando que à escola é a extensão da família, na Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, , oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais , não domésticos, constituem estabelecimentos públicos e privados que educam e cuidam, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgãos competentes do sistema de ensino e submetido ao controle social. Sendo estes as Secretaria da Educação, Diretoria de Ensino e Conselhos.

Regidos por um sistema de cadastro/controle denominado  EOL, onde  são efetuados os cadastros para fins de matrícula, nas escolas do município. Quem chega primeiro tem a vaga.

Na Educação Infantil há o período integral de  7 horas. E o período parcial de  4 horas.

A LDB fixa a idade obrigatória que vai dos  4 anos  aos  17 anos com direitos garantidos de educação, seno dever do Estado garantir a oferta de vagas.

As crianças de 4 a 6 anos devem ser matriculadas na Educação Infantil e as que completam 6 anos após   31 de março devem ser matriculadas na Educação básica.

Voltando ao conceito de Currículo, as propostas deste documento , voltada para a Educação Infantil devem estar pautadas nos seguintes princípios : Éticos; Estéticos e Políticos.

O currículo pode ser definido pelo conjunto de saberes produzidos na escola e reflete todas as experiências em termos de conhecimento que serão proporcionados aos alunos de um determinado curso.



Não existe um currículo único nacional, porém, os Parâmetros Curriculares Nacionais trazem como sugestão, uma forma de definição das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares propostos. Devido à dimensão territorial e à diversidade cultural, política e social do país, nem sempre os Parâmetros Curriculares chegam às salas de aula.
Falar em currículo escolar é falar também na vida do aluno e da escola em constante e em dinâmica ação, ou seja, educandos e educadores, no espaço escolar, constroem e formam, através de processos de valorização e do cotidiano que vivenciam, o currículo ideal para o desenvolvimento de habilidades necessárias ao desempenho escolar dos alunos. Mesquita (in http://www.webartigos.com) apresenta ainda outras características do currículo nos dias atuais:
[...] o currículo escolar passa a ser definido como sendo todas as situações vividas pelo aluno dentro e fora da escola, seu cotidiano, suas relações sociais, as experiências de vida acumuladas por esse aluno ao longo de sua existência, as quais contribuem para a formação de uma perspectiva construcionista educacional. [...] Logo, o que se quer dizer é que a escola deve buscar na experiência cotidiana do aluno elementos que subsidiem a sua ação pedagógica e, ao mesmo tempo, recursos que contribuam para a formação do currículo escolar.
Todas as atividades de cunho educativo que venham a ser exploradas pela escola constituem elementos essenciais e de mesma importância na formação do currículo escolar, o qual interfere de maneira significativa na formação do caráter e da personalidade dos alunos. Considerando que a personalidade humana se caracteriza pelo modo próprio de ser apresentado por cada indivíduo, acredita-se na força de sua expressão como fator operante nas teorias do currículo.
O currículo escolar é importantíssimo por ser um instrumento que norteia o trabalho desenvolvido na escola, e ser marcado pela visão de mundo da sociedade do momento; e sua prática reflete na visão de mundo expressado nos documentos orientadores por meio das formas efetivas de ação dos agentes educacionais, e, dos valores, normas, hábitos, atitudes que governam as relações nas salas de aula.
Nesse sentido, o currículo é o mediador entre escola e comunidade, e ao realizar essa mediação, o currículo possibilita a construção da ação pedagógica através da articulação entre os conhecimentos construídos na prática social e transmitidos, organizados e transformados na pratica escolar, por isso, o currículo também precisa estar em consonância com o Projeto Político-Pedagógico da instituição.
Em contrapartida tem-se que a perfeita observação de todos esses elementos direciona à verdadeira práxis do currículo, ou seja, a articulação entre a teoria e a prática curriculares em sala de aula. Construir o currículo na sala de aula requer profissionalismo e competência por parte dos professores quanto à utilização de uma importante ferramenta pedagógica: a vivência sociocultural das crianças.
Além do Currículo explícito na prática escolar, existe também o Currículo oculto o qual não é tão aparente aos nossos olhos, porém pode ser muito significativo na vida escolar e na percepção do aluno.
Um exemplo da presença do currículo oculto nas salas de aula é a própria forma de organização da classe. Geralmente as carteiras são dispostas em filas indianas em que cada aluno tem sua atenção voltada sempre para frente com o fim único de interromper toda e qualquer forma de comunicação com os outros alunos. Esse exemplo é reflexo de uma grande relação de poder em que o professor ocupa a posição central da sala e é detentor do conhecimento produzido e acabado. Os alunos são considerados como sujeitos pacientes desse tipo de organização educacional e, no geral, são simples reprodutores do conhecimento recebido.
Para a perspectiva crítica, o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientações que permitem que crianças e jovens se ajustem da forma mais conveniente às estruturas e às pautas de funcionamento, consideradas injustas e antidemocráticas e, portanto, indesejáveis, da sociedade capitalista. Entre outras coisas o currículo oculto ensina, em geral, o conformismo [...] Numa perspectiva mais ampla, aprendem-se através do currículo oculto, atitudes e valores próprios de outras esferas sociais, como, por exemplo, àqueles ligados à nacionalidade. (SILVA, 2005, p. 29)
Assim, o currículo oculto transforma a escola em um espaço de transmissão da doutrina capitalista, a qual, segundo SILVA (2005) produz e legitima os interesses econômicos e políticos das elites empresariais. O que ocorre é que a escola, de modo particular a sala de aula, passa a ser um local exclusivo de reprodução dos valores, das atitudes e dos comportamentos da classe privilegiada. Estes elementos acabam sendo impostos nos currículos escolares, mas não são parte integrante da vida e do cotidiano de muitas crianças, as quais são preparadas para a absorção de uma cultura que não condiz com sua realidade, e que  nada tem a contribuir em sua formação.
Contudo, o currículo oculto reproduz, através da cultura escolar, as estruturas sociais e a ideologia dominante do capitalismo. Com isso, o currículo oculto interfere na subjetividade dos alunos, os quais passam a ser inibidos e impedidos de manifestarem-se quanto à própria atuação no mundo.
Vale ressaltar que o currículo escolar precisa ser analisado e elaborado com muita atenção e reflexão, pois os currículos em nossas escolas atendem a massificação do ensino, ou seja, não se planeja para cada aluno, mas sim para muitos alunos, numa hierarquia de séries.
Numa proposta de Projeto de aprendizagem é preciso rever essa organização curricular, pois a proposta é trabalhar projetos com grupos de alunos que tenham interesses comuns, partindo deles a escolha dos temas de estudo. Daí a ideia de disciplina aos poucos vai se tornando interdisciplinar, e o professor poderá organizar para que alguns temas sejam trabalhados em todos os grupos, explorando a criatividade e os diferentes pontos de vista. Nessa perspectiva, a aprendizagem de determinados conteúdos por séries, deixa de ter sentido, pois nessa dimensão nos apoiamos nas ideias de Piaget, onde a aprendizagem parte daquilo que o aluno já sabe, ou seja, das suas certezas provisórias em busca das respostas às suas dúvidas, e essas respostas poderão abranger diferentes séries e disciplinas, enriquecendo a grade de conteúdos.
Dessa forma, a construção e reconstrução do currículo devem ser a todo instante refletidos e como tais eles não seguem uma direção única, mas de acordo com cada contexto as reflexões serão diferentes. Nesta perspectiva, o Projeto Político-Pedagógico e a prática pedagógica devem estar diretamente relacionadas ao currículo e ao local em que estes se concretizarão.
Percebemos que o PPP e o currículo, em consonância, são os planos que direcionam a escola na busca do cumprimento dos seus objetivos, sendo eles flexível diante das necessidades de adaptação surgidas no cotidiano escolar e precisam ser construídos e/ou reconstruídos constantemente, tendo em vista que a sociedade está em profundas mudanças.

No processo de elaboração das DCNEIs – Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, foi estabelecido um conjunto de princípios que são necessários estarem contidos nas práticas e propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil, estes, devem orientar todo trabalho executado na instituição.
A fim de firmar práticas pedagógicas que abranjam todos os objetivos da Educação Infantil, destacam-se três princípios fundamentais: os Éticos;os Políticos; e os Estéticos. Segundo Oliveira, tais princípios se definem da seguinte forma:
•Princípios éticos – valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.
• Princípios políticos – garantia dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.
•Princípios estéticos – valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais. (2010, p.7).

Segundo a ordem supracitada no texto do Parecer das Diretrizes, o primeiro fundamento que deve estar contido nas Propostas Pedagógicas é o princípio ético. A ética infere universalmente um conjunto de decisões, princípios e valores, e tem como finalidade orientar os relacionamentos humanos.
A Educação Infantil assume um papel importantíssimo neste processo formativo do indivíduo, não só por ser o ponto inicial da vida escolar da criança, mas também por exerce grande influência no desenvolvimento afetivo, moral, intelectual das mesmas.
Nesta perspectiva o educador da Educação Infantil assume papel fundamental na formação ética e moral do indivíduo, pois tais conhecimentos fogem na velha ideia materialista de conteúdos, estes se incidem sobre as vivências, ou seja, a moral e ética não são ensinadas, são experienciadas; isto porque são demonstradas para as crianças através de ações, posturas, atitudes e dos valores os quais nós educadores acreditamos serem essenciais e possíveis de serem construído coletivamente ou individualmente através da conexão entre práticas educativas e práticas cotidianas vivenciadas em culturas singulares.
Segundo Oliveira, de acordo com os princípios éticos cabe as Instituições de Educação Infantil:
– assegurar às crianças a manifestação de seus interesses, desejos e curiosidades ao participar das práticas educativas; Valorizar suas produções, individuais e coletivas; Apoiar a conquista pelas crianças de autonomia na escolha de brincadeiras e de atividades e para a realização de cuidados pessoais diários; […]. (2010, p. 7). Além disso, destaca a importância da instituição proporcionar oportunidades para as crianças: Ampliar as possibilidades de aprendizado e de compreensão de mundo e de si próprio trazidas por diferentes tradições culturais; Construir atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a auto-estima e os vínculos afetivos de todas as crianças, combatendo preconceitos que incidem sobre as diferentes formas dos seres humanos se constituírem enquanto pessoas. Aprender sobre o valor de cada pessoa e dos diferentes grupos culturais; Adquirir valores como os da inviolabilidade da vida humana, a liberdade e a integridade individuais, a igualdade de direitos de todas as pessoas, a igualdade entre homens e mulheres, assim como a solidariedade com grupos enfraquecidos e vulneráveis política e economicamente e respeitar todas as formas de vida, o cuidado de seres vivos e a preservação dos recursos naturais. (OLIVEIRA, 2010, P. 7  e 8).

Quando se refere aos princípios políticos na Educação Infantil, Oliveira (2010, p.8) destaca a importância de se pensar na educação para a cidadania; e isso simplesmente representa que, enquanto educadores, devemos preparar nossas crianças para cidadania promovendo a estes a compreensão dos direitos e deveres para que a convivência em sociedade seja  completamente vivenciada desde os primeiros contatos com o outro.
Uma breve analogia que pode ser feita em relação à Educação Infantil acontece ao focalizá-la como se fosse a mola propulsora da transformação social. E é neste contexto que fica proeminente a questão da democratização das oportunidades educacionais, posto que qualquer criança tem o direito de ser criança por ser um sujeito legitimado de direitos.
Para a concretização destes princípios, Oliveira destaca que é necessário: · promover a formação participativa e crítica das crianças e  criar contextos que permitam às crianças a expressão de sentimentos, ideias, questionamentos, comprometidos com a busca do bem estar coletivo e individual, com a preocupação com o outro e com a coletividade. Criar condições para que a criança aprenda a opinar e a considerar os sentimentos e a opinião dos outros sobre um acontecimento, uma reação afetiva, uma ideia, um conflito. Garantir uma experiência bem sucedida de aprendizagem a todas as crianças, sem discriminação e lhes proporcionar oportunidades para o alcance de conhecimentos básicos que são considerados aquisições valiosas para elas. (2010, p. 8).

O terceiro princípio é o estético, e este trata da sensibilidade humana. É muito importante reconhecer o panorama estético na Educação Infantil, pois esta ciência que trata do belo em geral e do sentimento que ele faz nascer em nós é um direito de todos, assim como o acesso aos bens artísticos e culturais, e claro, a liberdade de expressão individual ou coletiva. Esse princípio vem à tona a fim de assegurar o direito de a criança desenvolver-se intelectualmente e emocionalmente, sendo esta, mediada por sensibilidade, intenção, conhecimento,  encaminhamentos, desdobramentos didáticos, planejamento e sequências coerentes que reflitam significativamente na vida da criança, posto que a produção artística e os sentimentos produzidos através da mesma possuem caráter de significação e ressignificação para o sujeito. Portando como objetivos proporcionar prazer à criança, estimular a criatividade, auxiliar o sujeito a reconhecer e valorizar a diversidade cultural, assim como a qualidade das produções humanas.
Nessa perspectiva, Oliveira destaca em relação aos princípios estéticos a unidade de Educação Infantil deve voltar-se para: valorizar o ato criador e a construção pelas crianças de respostas singulares, garantindo-lhes a participação em diversificadas experiências;  organizar um cotidiano de situações agradáveis, estimulantes, que desafiem o que cada criança e seu grupo de crianças já sabem sem ameaçar sua autoestima nem promover competitividade;  ampliar as possibilidades da criança de cuidar e ser cuidada, de se expressar, comunicar e criar, de organizar pensamentos e ideias, de conviver, brincar e trabalhar em grupo, de ter iniciativa e buscar soluções para os problemas e conflitos que se apresentam às mais diferentes idades; possibilitar às crianças apropriar-se de diferentes linguagens e saberes que circulam em nossa sociedade, selecionados pelo valor formativo que possuem em relação aos objetivos definidos em seu projeto político pedagógico. (2010, p.8)
De acordo com Oliveira, tais princípios devem manter as práticas pedagógicas na Educação Infantil. Ainda acrescenta que em conformidade com a Resolução CNE/CEB nº 05/09, art. 8º, na união desses fundamentos “a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo principal promover o desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos de idade garantindo a cada uma delas o acesso a processos de construção de conhecimentos e a aprendizagem de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e interação com outras crianças”.

Na educação Infantil não se trabalha de forma fragmentada. Com a criança é preciso desenvolver dimensões linguísticas, cognitivas, sócio cultural, promovendo o diálogo, a interação, buscando meios adequados tanto para o acesso quanto para a permanência dessa criança. 

A base da construção teórica permeia concepções sócio interacionais. E o lúdico, a brincadeira é o meio com o qual se leva a esse processo de desenvolvimento, de conhecimento, de construção, considerando sempre a faixa etária, os limites e a individualidade de cada educando. 

Há de haver diferentes práticas que contribuem para os diferentes aspectos da criança. E tem que ter implicitamente o conceito de letramento, explicito somente no Ensino Fundamental, na Educação Básica.

O Currículo deve contemplar inúmeras práticas que possibilitam ações mediadoras no processo de interação, sem o objetivo de pretensão, classificação e promoção. 

Na transição para o Ensino Fundamental deve prever formar para garantir a continuidade do processo de aprendizagem e desenvolvimento do educando., sempre respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos. 

Sendo a Educação Infantil a primeira etapa da Educação básica, é dever do estado garantir essas ações curriculares, dentro das normas estabelecidas.

Considerando que criança é um sujeito histórico e de direitos nas interações, nas relações e nas práticas. Que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, que constrói sua cultura..

O Currículo por sua vez busca articular  essas ações, os saberes e as experiências da criança.

O Projeto Político Pedagógico é um plano orientador das ações da instituição e define as metas anuais que se pretende para a aprendizagem .

O currículo escolar é um instrumento muito importante, pois norteia todo o trabalho desenvolvido na escola, tendo em vista as características do mundo e da sociedade atual. Dessa forma, sua prática reflete na visão de mundo expressado nos documentos orientadores por meio das formas efetivas de ação dos agentes educacionais e, dessa forma, dos valores, normas, hábitos, atitudes que governam as relações escolares, sempre numa relação de consonância com o PPP.

O Projeto Político- Pedagógico,  por sua vez , apresenta duas dimensões interdependentes: a política que supõe o conjunto de decisões quanto à organização, aos propósitos e aos modos operativos da escola e a pedagógica que supõe o elenco de decisões/ações de ordem educativa e pedagógica, viabilizadora de suas intencionalidades quanto à formação do cidadão.