VOVÔ NÃO TOMA JEITO !

VOVÔ NÃO TOMA JEITO !


                                                                                          Liliana Lalocca / Michele  Lalocca

Essa leitura nos leva a infância  e  nos faz meditar quanto a importância de ter os avós por perto, de permitir e possibilitar o contato para que se tenha uma infância rica em boas lembranças e em momentos inesquecíveis, maravilhosos, únicos . . .
De carinho, afeto, cuidados e, se possível, de muitas brincadeiras.







Naquela manhã de sábado, Moreira Neto, o Moreirinha, estava no jardim de sua casa andando pra lá e pra cá, contando os passos.

- Um, dois, três, quatro , cinco, seis...
Já tinha contado mais de trinta vezes até trinta e três.
E nada do vovô Moreira chegar.
" Ele é assim mesmo! " , pensou o Moreirinha enquanto andava.
" A gente nuca sabe a hora que o vovô Moreira vai chegar. Ele sempre inventa alguma coisa pra fazer no meio do caminho ."

(...)

O Moreirinha achou aquilo muito estranho.
- Como assim, vovô Moreira ?  - perguntou ele.  - o Moreirinha,  o seu neto, sou eu.
- Não é, não!
- Sou eu, sim!
- Claro que não é!
- Claro que sou!
- Claro que não!
- Claro que sim!
- É não!
- Sou sim!
- Não é ...
- O que está acontecendo vovô ? O senhor não está vendo ...
- Quem ? O meu neto Moreirinha ? Onde ele está ?
_ Agora chega vovô ! O senhor está vendo muito bem que o Moreirinha, seu neto, sou eu .
- Não é não!
- Então eu vou provar para o senhor que sou eu mesmo .
- Duvido !
- Ah é ? Então me responda vovô :

(...)

- Quem foi que na festa do último aniversário do neto se fantasiou de Homem Aranha ?
- Fui eu.
- Quem foi que levou bronca da própria filha porque levou o neto pra andar se skate?
- Fui eu.
- Então o senhor pode me explicar como é que eu sei de tudo isso ?
- Deve ter sido o meu neto, o Moreirinha, que contou pra você. Ele é o único que sabe essas coisas.
Moreirinha, surpreendido com a resposta, ficou totalmente parado, coçado a cabeça : " Será que o vovô Moreira está ficando biruta ?" , pensou.
- Será que o meu neto não contou também que eu sei ler o pensamento dos outros/ Por exemplo, eu sei que você acabou de pensar que eu estou ficando lelé da cuca, adivinhei ?
Moreirinha, de tão pasmado, nem conseguia abrir a boca.
- E também ser fazer mágicas, uma melhor do que a outra, quer ver ?
Moreirinha nem respondeu, ficou olhando atento para o avô, que virou as costas , concentrando-se por alguns segundos.
Em seguida, com pose de mágico, o avô começou a mexer as mãos.

(...)


Obs.: Mesmo que o texto não esteja na íntegra, vale a pena conferir.









Três Velhinhas tão Velhinhas

TRÊS VELHINHAS TÃO VELHINHAS

Autora  :  Roseana  Murray
Ilustração :  Elvira Vigna Lehmann


Um leitura para nos fazer refletir...

A família toda ficava de olho no casarão. Estava caindo aos pedaços , mas o terreno era muito valioso. Com o dinheiro da venda da casa poderiam comprar tantas coisas. os olhos da família até mudavam de cor, ficavam cor de cobiça.. Só tinha uma coisinha que atrapalhava. Uma coisa bem pequena, uma bobagem que logo seria resolvida.

Dentro do casarão moravam três tias . Tão velhinhas , tão velhinhas . A família se reunia, discutia, voltava a se reunir.

Uma das tias se chamava Clara, a outra Maria e a outra era Matilde.
Tão velhinhas que já tinham perdido a conta dos anos.

Clara gostava de música, a sua paixão. Era uma paixão tão grudada na pele, a música era como se fosse  a própria pele. Acordava sempre feliz e cantarolando. De manhã cedo era meio maluquinha, misturava tudo, de tanto que já tinha vivido. Depois, as horas iam passando e ela ia melhorando,  clareando.

Maria, a do meio, era a mais séria das três. Cuidava da casa , das roupas, dos gatos, da comida. Brigava com as outras, achava que elas eram bagunceiras demais.

Matilde gostava de plantas, tudo que fosse verde e vivo e cheirasse a terra molhada. Ela mesma parecia uma planta de pele enrugada.
Também gostava de pássaros , borboletas e minhocas.

(...)

Aí a família pensava: elas já estão  tão velhinhas, falta pouco, logo zás-trás.
mas o tempo ia passando , o tempo ia passando e as três cuidando de suas felicidadezinhas.
Maria, a mais séria das três, pensava nas coisas sérias da vida. Enquanto Clara compunha canções antigas e Matilde inventava plantas , ela pensava. Pensava pequenos pensamentos simples, e sérios.

(...)

Ai um dia teve uma ideia...


E a família? 

A família se reúne, discute, chora. Coitadinha da família.



Obs.: Mesmo que o texto não esteja na íntegra, vale a pena conferir.








Alfabetização


Alfabetização





Os créditos deste trabalho , que li para ampliar meu conhecimento, e resolve repassar,  são destinados a Christianne Visvanathan . 
A autora do texto lança 3 questões para reflexão e análise . 
Será que existe um método ?
 Específico!? 
Infalível !? 
O melhor método para a alfabetização, o ideal, aquele que sem dúvida direciona professor e aluno rumo ao caminho da alfabetização é uma discussão antiga entre especialistas no assunto e também entre os pais quando vão escolher um escola para seus filhos começaram a ler as primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino, especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo menos, melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança da forma de pensar a educação, que passou de ser vista da perspectiva de como o aluno aprende e não como o professor ensina.

Qual é o melhor método?

A proposta deste artigo não é apontar o melhor método de alfabetização, até porque os educadores e especialistas não têm um consenso sobre o tema. Pretendemos apenas mostrar as características de cada método para que os pais conheçam mais profundamente o método que está sendo aplicado na educação de seus filhos.

• Método Sintético

O método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado por letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.

Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto.

No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.

(...)  Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia.

• Método Analítico - Também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.

(...) Na setenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora.

• Método Alfabético  - Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias.

Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas.
(...)

• Método Fônico - O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.

(...)  O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas.

Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopéia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas.

Um exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.

Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.  (...)
A velha cartilha Caminho Suave - Centro de Referência em Educação Mário Covas.

A grande maioria dos brasileiros alfabetizados até os anos de 1970 e início dos 80 teve na cartilha Caminho Suave o seu primeiro passo para o aprendizado das letras. Com mais de 40 milhões de exemplares vendidos desde a sua criação, a cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Lima, que morreu em 2001, aos 90 anos, teve um grande sucesso devido à simplicidade de sua técnica.

Na tentativa de facilitar a memorização das letras, vogais e consoantes, e depois das sílabas para aprender a formar as palavras, a então professora Branca, no final da década de 40, criou uma série de desenhos que continham a inicial das palavras: o “A” no corpo da abelha, o “F” no cabo da faca, o “G”, no corpo do gato.

Por causa da facilidade no aprendizado por meio desta técnica, rapidamente a cartilha tornou-se o principal aliado na alfabetização brasileira até o início dos anos 80, quando o construtivismo começou a tomar forma. Em 1995, o Ministério da Educação retirou a cartilha do seu catálogo de livros. Apesar disto, estima-se que ainda são vendidas 10 mil cartilhas por ano no Brasil.

(...)  Os PCNs propõem um currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja em consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. "Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado", diz o documento.

Os PCN´s foram estabelecidos a partir de uma série de encontros, reuniões e de discussão realizados por especialistas e educadores de todo o país, de acordo com as diretrizes gerais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases. Segundo o MEC, estes documentos foram feitos para ajudar o professor na execução de seu trabalho, servindo de estímulo e apoio à reflexão sobre a sua prática diária, ao planejamento das aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo da escola, formando jovens brasileiros para enfrentar a vida adulta com mais segurança.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana Teberowsky e Emília Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o conhecimento que a criança tem antes de ingressar no estabelecimento. A sua ênfase é na leitura e na língua escrita.

(...)

Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa, vindos de famílias menos letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito pequena, dificultando a sua adaptação a este método.
Por Christianne Visvanathan


Obs.: Mesmo que o texto não esteja na íntegra, vale a pena conferir.