Autora : Roseana Murray
Ilustração : Elvira Vigna Lehmann
Um leitura para nos fazer refletir...
A família toda ficava de olho no casarão. Estava caindo aos pedaços , mas o terreno era muito valioso. Com o dinheiro da venda da casa poderiam comprar tantas coisas. os olhos da família até mudavam de cor, ficavam cor de cobiça.. Só tinha uma coisinha que atrapalhava. Uma coisa bem pequena, uma bobagem que logo seria resolvida.
Dentro do casarão moravam três tias . Tão velhinhas , tão velhinhas . A família se reunia, discutia, voltava a se reunir.
Uma das tias se chamava Clara, a outra Maria e a outra era Matilde.
Tão velhinhas que já tinham perdido a conta dos anos.
Clara gostava de música, a sua paixão. Era uma paixão tão grudada na pele, a música era como se fosse a própria pele. Acordava sempre feliz e cantarolando. De manhã cedo era meio maluquinha, misturava tudo, de tanto que já tinha vivido. Depois, as horas iam passando e ela ia melhorando, clareando.
Maria, a do meio, era a mais séria das três. Cuidava da casa , das roupas, dos gatos, da comida. Brigava com as outras, achava que elas eram bagunceiras demais.
Matilde gostava de plantas, tudo que fosse verde e vivo e cheirasse a terra molhada. Ela mesma parecia uma planta de pele enrugada.
Também gostava de pássaros , borboletas e minhocas.
(...)
Aí a família pensava: elas já estão tão velhinhas, falta pouco, logo zás-trás.
mas o tempo ia passando , o tempo ia passando e as três cuidando de suas felicidadezinhas.
Maria, a mais séria das três, pensava nas coisas sérias da vida. Enquanto Clara compunha canções antigas e Matilde inventava plantas , ela pensava. Pensava pequenos pensamentos simples, e sérios.
(...)
Ai um dia teve uma ideia...
A família se reúne, discute, chora. Coitadinha da família.
Obs.: Mesmo que o texto não esteja na íntegra, vale a pena conferir.
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