Alfabetização
Os créditos deste trabalho , que li para ampliar meu conhecimento, e resolve repassar, são destinados a Christianne
Visvanathan .
A autora do texto lança 3 questões para reflexão e análise .
Será que existe um método ?
Específico!?
Infalível !?
O melhor método para a
alfabetização, o ideal, aquele que sem dúvida direciona professor e aluno rumo ao caminho da alfabetização é uma discussão antiga entre especialistas no assunto e também
entre os pais quando vão escolher um escola para seus filhos começaram a ler as
primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados índices de
analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino,
especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo
menos, melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança
da forma de pensar a educação, que passou de ser vista da perspectiva de como o
aluno aprende e não como o professor ensina.
Qual é o melhor método?
A proposta deste artigo
não é apontar o melhor método de alfabetização, até porque os educadores e
especialistas não têm um consenso sobre o tema. Pretendemos apenas mostrar as
características de cada método para que os pais conheçam mais profundamente o
método que está sendo aplicado na educação de seus filhos.
• Método Sintético
O método sintético
estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o
escrito, através do aprendizado por letra por letra, ou sílaba por sílaba e
palavra por palavra.
Os métodos sintéticos
podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No
alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas
juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que
constroem o texto.
No fônico, também
conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da
consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou
silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.
(...) Como este aprendizado é
feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos
críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado
apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas
age sem autonomia.
• Método Analítico - Também
conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e
audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a
trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em
partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras
e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.
(...) Na setenciação, a
unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de
onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também
conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de
leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para
formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a
criança não aprende a ler, apenas decora.
• Método Alfabético - Um dos mais antigos sistemas de
alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como
princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto,
depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A
partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até
conhecer histórias.
Por este processo, a
criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a
palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético
permite a utilização de cartilhas.
(...)
• Método Fônico - O
método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e
grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro
descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento
ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente
para este fim.
(...) O método fônico nasceu
como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Primeiro são ensinadas
as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos
poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um
fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas
primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas.
Visando aproximar os
alunos de algum significado é que foram criadas variações do método fônico. O
que difere uma modalidade da outra é a maneira de apresentar os sons: seja a
partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e som,
de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopéia ou de uma história
para dar sentido à apresentação dos fonemas.
Um exemplo deste método
é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta imagens de objetos
que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras no quadro e
pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do
conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta
letra.
Os especialistas dizem
que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis
meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países
desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética. (...)
A velha cartilha
Caminho Suave - Centro de Referência em Educação Mário Covas.
A grande maioria dos
brasileiros alfabetizados até os anos de 1970 e início dos 80 teve na cartilha
Caminho Suave o seu primeiro passo para o aprendizado das letras. Com mais de
40 milhões de exemplares vendidos desde a sua criação, a cartilha idealizada
pela educadora Branca Alves de Lima, que morreu em 2001, aos 90 anos, teve um
grande sucesso devido à simplicidade de sua técnica.
Na tentativa de
facilitar a memorização das letras, vogais e consoantes, e depois das sílabas
para aprender a formar as palavras, a então professora Branca, no final da década
de 40, criou uma série de desenhos que continham a inicial das palavras: o “A”
no corpo da abelha, o “F” no cabo da faca, o “G”, no corpo do gato.
Por causa da facilidade
no aprendizado por meio desta técnica, rapidamente a cartilha tornou-se o principal
aliado na alfabetização brasileira até o início dos anos 80, quando o
construtivismo começou a tomar forma. Em 1995, o Ministério da Educação retirou
a cartilha do seu catálogo de livros. Apesar disto, estima-se que ainda são
vendidas 10 mil cartilhas por ano no Brasil.
(...) Os PCNs propõem um
currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja em
consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. "Mais do que
reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar
formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de
tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar,
argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza,
participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar
críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente
aprendizado", diz o documento.
Os PCN´s foram
estabelecidos a partir de uma série de encontros, reuniões e de discussão realizados
por especialistas e educadores de todo o país, de acordo com as diretrizes
gerais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases. Segundo o MEC, estes
documentos foram feitos para ajudar o professor na execução de seu trabalho,
servindo de estímulo e apoio à reflexão sobre a sua prática diária, ao
planejamento das aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo da escola,
formando jovens brasileiros para enfrentar a vida adulta com mais segurança.
Os Parâmetros
Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de
alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana
Teberowsky e Emília Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o
conhecimento que a criança tem antes de ingressar no estabelecimento. A sua
ênfase é na leitura e na língua escrita.
(...)
Os defensores do método
fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais,
pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção
construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa,
vindos de famílias menos letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito
pequena, dificultando a sua adaptação a este método.
Por Christianne
Visvanathan
Obs.: Mesmo que o texto não esteja na íntegra, vale a pena conferir.
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