PELE DE ASNO


AUTOR:  CHARLES PERRAUlT




Era uma vez um boníssimo rei, a quem o povo muito amava e os vizinhos muito respeitavam, sendo por isso o rei mais feliz do mundo. Além do mais, ele teve a sorte de casar-se com uma princesa linda e igual virtuosa que lhe deu apenas uma filha, porém tão encantadora, que os pais viviam num verdadeiro êxtase.


No palácio real, havia abundância de tudo e muito bom gosto. Os ministros eram muito sagazes e habilidosos, os cortesão, muito dedicados, e os empregados, muito leais. Na grande estrebaria, havia os mais soberbos cavalos jamais vistos e com os melhores arreios, embora todos estranhassem que o mais importante animal fosse um asno com orelhas compridíssimas . Mas não fora por um mero capricho que o rei lhe dera tamanha distinção. O asno era merecedor de todas as regalias e honras, pois, na verdade, se tratava de um asno com poderes mágicos. Todo dia, ao nascer do sol, a sua baia estava coberta de moedas de ouro, que o rei mandava colher.


Mas como a vida não é para sempre um mar de rosas, certo dia a rainha caiu de cama, com uma doença desconhecida que nenhum médico era capaz de curar. No palácio, baixou uma intensa tristeza. O rei foi a todos os templos do castelo e fez promessas, em que se comprometia a dar sua própria vida em troca da cura da amada rainha. Mas tudo foi em vão.




Certo dia, sentindo que ia morrer, a rainha chamou o marido e lhe disse, aos prantos:


– Meu fiel esposo e amigo, quero fazer-lhe antes de ir-me um pedido: se de novo se casar…


Nesse ponto, o rei a interrompeu, apartando-lhe as mãos e desfazendo-se em lágrimas, como que para dizer-lhe que jamais sequer pensara nisso.


– Não, não, minha fiel esposa e amiga, em vez disso, peça-me que a siga na tumba!


– O reino – continuou a rainha com tranquila firmeza – precisa de sucessores e eu só lhe dei uma filha. Portanto terá que se casar de novo, e eu lhe peço que só se case se encontrar uma princesa mais bonita e mais bem-dotada do que eu. Se me jurar isso morrerei feliz e em paz.


Parece que a rainha tinha muito amor próprio , e que se forçou o marido a essa promessa, foi porque não cogitava que pudesse haver outra princesa que excedesse em beleza e dotes. Porém, o rei jurou e ela, alguns minutos depois, morreu.


O rei sofreu imensamente. Durante vários dias, só chorou e se lamentou. Mas, com o tempo, se foi conformando, e, certo dia, os seus ministros lhe mandaram uma representação, pedindo-lhe que se casasse de novo. Tal pedido o fez desfazer-se em lágrimas pelo pesar reavivado e respondeu que jurara à esposa que só voltaria a se casar quando aparecesse uma princesa mais bonita e mais bem-dotada do que a falecida o que era praticamente impossível. Os ministros disseram que a beleza era algo supérfluo, e que para o bem do reino bastava uma rainha virtuosa e fértil, que lhe desse muitos filhos homens e, assim, tranquilizasse o povo quanto a sucessão. Também disseram que a princesa real tinha todos os atributos para se tornar uma grande rainha, mas, por ser mulher, logo se casaria com um príncipe estrangeiro, o que poria em risco a coroa, já que o rei não tinha filhos que lhe sucedessem.


O rei ouviu tudo e meditou sobre aqueles argumentos racionais, prometendo que voltaria a se casar. E, de fato, procurou, entre as princesas em idade de casar uma que lhe fosse conveniente. Todos os dias, os ministros lhe traziam retratos de princesas dos reinos das cercanias – porém o rei respondia negativamente com a cabeça. Nenhuma chegava aos pés da sua amada falecida.


O tempo passava e, à medida que passava, a princesa real ficava cada vez mais linda, excedendo a própria mãe. O rei reparava naquilo, e como já não estava muito no seu juízo perfeito, começou a sentir pela filha um amor profundo e forte, que não se assemelhava ao amor paterno. Enfim, não conseguindo mais esconder os seus sentimentos, declarou que só se casaria com ela.


A jovem princesa, que era muito virtuosa, quase desfaleceu quando ouviu a declaração de rei seu pai. Lançou-se-lhe aos pés e lhe suplicou eloquentemente a não cometer aquele crime hediondo.


O rei foi consultar um druida para ficar com a consciência tranquila, e o druida, que era muito ambicioso e só queria tornar-se um dos favoritos do rei, convenceu-o de que não havia mal algum naquele casamento e que, além de ser vantajoso para todos, era até mesmo um ato de crueldade. O rei o abraçou e retornou ao palácio mais decidido ainda, e mandou que a princesa se preparasse para as bodas.


A princesa, em desespero, só ocorreu uma ideia: ir consultar a fada Lilás, sua madrinha. Então, partiu naquela noite mesmo, numa espécie de carro puxado por um cordeiro que conhecia todos os caminhos. A fada gostava muito da princesa e logo que a viu chegar lhe disse que já sabia tudo.


– É claro, minha menina, que seria um grande erro casar-se com o seu pai. Porém, eu vejo um jeito de arranjar as coisas sem que haja um confronto. Concorde com as bodas, mas lhe exija como condição que ele lhe dê um vestido da cor do tempo. Nem com todas as riquezas que possui, nem com todo o seu poder, ele conseguirá semelhante vestido.


A princesa agradeceu à sua madrinha, retornou ao palácio e disse ao rei que se casaria com ele, contando que lhe desse um vestido com a cor do tempo. O rei ficou tão maravilhado com a resposta, que mandou vir os mais habilidosos costureiros do reino, e lhes ordenou que fizessem o vestido, sob pena de serem enforcados.


Mas isso não foi necessário, porque após dois dias os costureiros trouxeram o vestido, leve como as manhãs e azul como o céu. A princesa ficou desapontada e correu de novo ao encontro da madrinha:


– O que fazer agora? – Perguntou-lhe.


– Peça gora um vestido da cor da lua – responde-lhe a fada.


E a princesa real pediu ao rei o vestido da cor da lua, que foi encomendado de imediato. No dia seguinte, o vestido foi entregue e era tal e qual da cor da lua. A princesa se desesperou e de novo se lamentava quando a fada apareceu e disse:


-Se pedir um vestido da cor do sol, tenho certeza de que o rei ficará muito embaraçado, pois é impossível fazer um vestido da cor do sol – e, pelo menos, você ganhará tempo.


A princesa fez o que a fada lhe recomendou – pediu ao rei um vestido da cor do sol, que foi, de pronto, encomendado. E para que os costureiros o pudessem fazer, o rei lhes deu todos os diamantes e rubis da sua própria coroa para enfeitar o vestido. Quando trouxeram, todos os habitantes do palácio tiveram que fechar os olhos, tamanho era o seu esplendor.


A moça se sentiu perdida, e sob o pretexto de que o vestido lhe havia feito mal aos olhos, retirou-se para seus aposentos, onde a guardava a boa fada.


-Minha menina, não se desespere! Nem tudo está perdido! – disse-lhe ela. – O rei está obcecado e nossos estratagemas falharam. Mas acho que se pedir a pele do asno que fornece todo o ouro que é sustento da riqueza dessa corte, ele negará. Vá pedir-lhe a pele do asno.


A jovem, alegre e cheia de esperanças, correu e foi pedir ao pai a pele do asno. O rei ficou espantado com aquele capricho, mas na hora ordenou que sacrificassem o asno, cuja pele foi dada à princesa.


A princesa subiu, correndo para seus aposentos e se desfez em lágrimas, mas sua madrinha conseguiu acalmá-la facilmente.


-Mas o que há menina? Pois fique sabendo que isso foi ótimo. Envolva-se na pele do asno e saia pelo mundo. Deus recompensa quem tudo sacrifica pela virtude. Vá. Tudo o que lhe pertence a acompanhará, eu lhe garanto. Fique com a minha varinha de condão. Sempre que a bater no chão, verá surgirem as coisas de que estiver precisando.


A princesa deu um abraço apertado na madrinha, suplicando-lhe que não a abandonasse jamais. Em seguida, envolveu-se na pele do asno, passou fuligem no rosto e saiu do palácio despercebida.


O desaparecimento da princesa foi um verdadeiro escândalo. O rei, que já ordenara uma esplêndida festa para o dia de suas bodas, mergulhou no desespero. Mandou mais de mil mosqueteiros saírem à procura da filha. Mas tudo foi em vão . A varinha de condão tinha a fantástica propriedade de tornar a princesa invisível a todos seus perseguidores.


Assim que saiu do palácio, a princesa foi andando sem rumo, até muito longe, à procura de uma casa onde pudesse empregar-se. Todo mundo lhe dava esmolas, mas ninguém a recebia na sua casa. Aquele rosto cheio de fuligem e aquela pele de asno fazia as pessoas se sentirem nojo dela. Por fim, chegou ás cercanias de uma cidade onde havia granja. Naquele exato local, estavam a procura de uma empregada que executasse as tarefas mais grosseiras, como lavar a pocilga, guardar os gansos e outras coisas do tipo. Vendo aquela maltrapilha tão suja, a dona da granja se dispôs a empregá-la, coisa que a princesa aceitou de pronto, de tão cansada que estava.


A mísera princesa teve de ficar num canto da cozinha, com toda a criadagem a caçoar dela da maneira mais estúpida – tudo devido à pele de asno que ela usava. Enfim, acabou por se acostumar com aquilo, e caprichava tanto na execução das suas tarefas, que a dona da granja começou a vê-la com melhores olhos.


Certo dia em que sentara à beira de um tanque, resolveu mirar-se no espelho d’água e assustou-se com sua horrível aparência. Lavou-se e ficou clara como era – linda e branca como a lua. Algum tempo depois, teve que vestir de novo a medonha pele de asno a fim de voltar para casa.

(...)


E assim, só lendo a história na íntegra para conhecer mais um clássico de Charles Perrault.

Vivências, Experiências e Educação

EM COMEMORAÇÃO AO   DIA   15 DE MARÇO   

DIA DA ESCOLA 


                                                                          POEMA




 

SENDO   EU AINDA CRIANÇA, 

SEI  QUE LOGO VOU CRESCER.

CHEGANDO A ESCOLA

DE TUDO SEI QUE VOU APRENDER.


NA ESCOLA E SE ENVOLVENDO,

EM  ESPAÇOS  BEM ATRATIVOS,

A GENTE APRENDE BRINCANDO,

O QUE É  MUITO DIVERTIDO.


ESTANDO NA MINHA ESCOLA

FAÇO AMIGOS DE MONTÃO 

LAVO AS MÃOS , VOU AO BANHEIRO

FAÇO MINHA HIDRATAÇÃO..


CONVIVER E BRINCAR

PARTICIPAR E EXPLORAR

EXPRESSAR E CONHECER

TUDO PRECISO DESENVOLVER


SEGUINDO A LINHA DO TEMPO

E  SUA   ORGANIZAÇÃO,

CADA TURMA NO SEU ESPAÇO

E COM TODA  ATENÇÃO.


 SÃO TANTAS AS PROPOSTAS

QUE , AS VEZES,   ME SURPREENDO

COISAS QUE A GENTE GOSTA

  E QUE ACABAM  ENVOLVENDO.


NO JARDIM OU NAS MESINHAS

NA PAREDE DE  AZULEJOS

NO PÁTIO E NA QUADRINHA.

AS HORAS PASSAM QUE  NEM VEJO.


NO CAMPO DIRIGIDO,

E A PROFESSORA  BRINCANDO COM A GENTE

FICA MUITO MAIS DIVERTIDO, 

SAÍMOS  SEMPRE  CONTENTES.


NO CANTINHO DO AZULEJO 

NOSSA!  QUE CONFUSÃO!

TINTA PRA TODO LADO , 

CHAMADAS DE ATENÇÃO!


PIC ESCONDE, PEGA PEGA,

 ESCORREGADOR E  BALANÇO,

 GIRA GIRA, TREPA TREPA, 

TENHA CERTEZA, NUNCA ME CANSO.


NO TANQUE DE AREIA É MESMO DE ARRASAR!

NELE,  QUERO DEITAR E ROLAR!

COM MEUS AMIGOS BRINCAR,

  E COISAS MARAVILHOSAS CRIAR.

 

E, QUANDO  NOS CHAMAM,

EM ALTO E BOM TOM!

O PARQUE JÁ ACABOU!

AÍ, NEM ADIANTA DIZER NÃO!


VAMOS DE NOVO   AO BANHEIRO

E TAMBÉM  LAVAR AS MÃOS

TOMAR AGUÁ BEM FRESQUINHA

É HORA DA HIDRATAÇÃO!


LOGO Ė  HORA DO LANCHE,

QUE DELÍCIA! QUE GOSTOSURA!

TEM SUCO , TEM CHOCOLATE.

FRUTAS, BISCOITOS E  FARTURA.


DEPOIS VOLTO PRA SALA

PRA FAZER ATIVIDADES

FICO ESPERTO E SABIDO,

 SEMPRE MUITO  À VONTADE!


CONVERSINHA PRA LÁ, CONVERSINHA PRA CÁ

E,  LÁ VEM A PROFESSORA NOS DIZENDO, 

CRIANÇADA, VENHA CÁ!

NÃO ENTENDO O PORQUÊ  DE TANTO BLÁ BLÁ BLÁ!


POR QUE A CONVERSA?

POR QUE ESTÃO  DESATENTOS?

PRESTEM  ATENÇÃO A AULA!

VOCÊS SÃO MESMO BARULHENTOS!


SEI QUE SOU TAGARELA

E TUDO QUERO FALAR,

POIS TENHO MUITOS AMIGOS ,

E MUITO PRA CONVERSAR.


A ESCOLA É PRA ISSO,

PRA MUITOS AMIGOS FAZER

CORRER, PULAR E BRINCAR,

E COISAS NOVAS APRENDER!


GOSTO DA HORA DO LANCHE,

DE TUDO QUE VÃO ME OFERTAR.

GOSTO DE ESTAR COM OS AMIGOS 

E DE PODER  ME FARTAR.



LOGO CHEGA A HORA DO ALMOÇO

OU MESMO DO NOSSO JANTAR.

AÍ,  EU FICO ESPERTA

EM FILA,  E NO MEU LUGAR .


A COMIDA É SABOROSA

DE VERDADE, MUITO GOSTOSA!

TEM ARROZ, FEIJÃO, MACARRÃO,

TEM SALADA DE MONTÃO!


TEM OVO, CARNE E FAROFA.

TEM SOPA BEM QUENTINHA.

A COMIDA É SABOROSA

TEM TAMBÉM MUITA FRUTINHA.


NA HORA DA SOBREMESA,

JÁ PENSO EM REPETIÇÃO,

TUDO QUE OFERECEM EU PEGO.

QUE DELÍCIA, TÁ NA MÃO!


MELANCIA, PÊRA  , LARANJA , CAQUI E MELÃO

MEXIRICA, BANANA, MAÇÃ , ABACAXI E MAMÃO. 

E  SALADA DE FRUTA, ENTÃO!

ESSA!   EU COMO DE MONTÃO!


A MAÇà É A MAIS  GOSTOSA,

E DIFÍCIL DE COMER.

POIS MEUS DENTES ESTÃO MOLINHOS,

TENHO MEDO DE OS PERDER.


COMO ELA DE CANTINHO,

MORDENDO BEM DEVAGAR.

SENÃO O MEU DENTINHO,

PODE ATÉ  SAIR DO LUGAR.


E QUANDO TEM FESTINHA

NOSSA, EU BRINCO DE MONTÃO!

E NO DIA DO CINEMINHA, 

AHH! ESSE EU NÃO  PERCO NÃO!


DE TUDO  QUE ME INTERESSA

PERCEBA QUE NÃO TENHO PRESSA.

NAQUILO EM QUE ME PROPONHO

NUNCA ME ENFADONHO.


A ESCOLA É PARA MIM,

UM ESPAÇO BEM PRAZEROSO.

NELA  EU APRENDO MUITO,

É DIVERTIDO, É MUITO GOSTOSO!


NA ESCOLA   FAÇO MUITOS  AMIGOS, 

CONHEÇO TODAS AS CRIANÇAS.

E GOSTO DAS PROFESSORAS

QUE RESPEITAM MINHA INFÂNCIA.


A INFÂNCIA EXIGE ESTE LADO,

DE AMOR E MUITA ATENÇÃO.

QUERO TER ESTE CUIDADO

 CARINHO E DEDICAÇÃO .


CONVIVER E BRINCAR

PARTICIPAR E EXPLORAR

EXPRESSAR E CONHECER

EM FIM, TUDO QUERO APRENDER


SEI QUE VOU CRESCER BASTANTE

E  QUE ESTAR NA  ESCOLA  É IMPORTANTE.

PORTANTO, QUERO DE TUDO APRENDER. 

SER UMA CRIANÇA ESPERTA, INTELIGENTE E TUDO SABER!


RÚBIA NERY


ESTE POEMA EU FIZ PENSANDO EM MEUS ALUNOS E REFLETINDO SOBRE AS AÇÕES DA CRIANÇA E  DO PROFESSOR, NO DIA A DIA , O QUE POSSO, DO QUE ME É CONFIADO ENQUANTO EDUCADOR E DE COMO AS CRIANÇAS RESPONDEM FRENTE AO QUE É APRESENTADO A ELAS.  EU DIRIA QUE ESTE POEMA É UM REGISTRO DAS MUITAS OBSERVAÇÕES NOS DIFERENTES ESPAÇOS.


Acolher as crianças no ingresso á escola é um ato fundamental de cuidado não somente com ela, mas também com as famílias. Pois é por meio dessa atenção que se estabelece a primeira relação com os pais ou responsáveis, fortalecendo a segurança necessária para a partilha dos cuidados . Atente-se que é um partilha, uma parceria, um fazer juntos . Por isso, os momentos de acolhimento no período de adaptação ou após um período de férias ou de adoecimento são importantes, visto que favorecem uma boa transição casa – escola e contribuem para a criação de vínculos de maneira a assegurar a garantia aos direitos de conviver e de conhecer-se e sua relação com o  ”O Eu, o Outro e o Nós”.

Nas propostas de atividades e brincadeiras de escrita espontânea, desenho, pintura, recorte e colagem, desenhos com interferência, ou seja, onde há espaços para criações seja na sala de aula ou em ambientes externos, as crianças estão participando de  atividades nas quais o processo pedagógico está relacionado ao direito de conviver e sua relação com os demais, promovendo o direito de aprender

Quando se faz uma roda de conversa, neste momento estamos abrindo espaço para que a criança possa se expressar, participar e interagir com o grupo, apontando caminhos possíveis para determinada proposta, assim como quando se chama as famílias para uma uma reunião, estamos garantindo a todos o direito a participação.

Com o espaço das artes próximo ao  parque, ao ar livre, nas paredes de azulejos,  toda semana, nele temos “Os olhares das crianças”, seus feitos, suas criações e assim garante a exposição para que todos que por ali passam, apreciem pinturas e gravuras das crianças de toda a escola.  E assim estamos contemplando o direito de aprendizagem de expressar-se para si, para todos.

A roda de histórias, embora seja uma atividade reconhecida por seu caráter pedagógico, é também um importante espaço de cuidado das crianças, sobretudo dos aspectos emocionais e da imaginação. O cuidado de forrar o chão com um tapete, que isola a friagem e cria a sensação de acolhimento, é mais um cuidado que melhora significativamente a condição de escuta das histórias pelas crianças, de maneira a garantir adequadamente o direito de participar e sua relação com o campo de experiência “Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação”.

Quando se deixa a disposição da criança ou se oferece a  brinquedos e propostas de atividades nas áreas externas, seja no parque, na quadrinha, no tanque de areia, seja no gramado das mesas externas ou no jardim, onde possam brincar , construir e reconstruir, com diferentes materiais, sempre ao alcance, acessada de modo autônomo por elas, estamos garantindo  os direitos de aprendizagens de  explorar, brincar, conviver, participar, expressar-se. 








 














A REVOLTA DAS PRINCESAS

 A REVOLTA DAS PRINCESAS

Autoras:  Lisbeth Renardy e Céline Lamour-Crochet

Tradução e adaptação: Clara A. Colotto


CHEGA, AS PRINCESAS NÃO AGUENTAM MAIS!

CANSARAM DE PRECISAR AGUENTAR AS BRUXAS MALVADAS, OS FEITIÇOS E OS MAUS-TRATOS.

OS PRÍNCIPES SEMPRE GANHAM A PARTE BOA DAS HISTÓRIAS.

VOCÊ AINDA NÃO PERCEBEU ISSO?


PARA COMEÇAR , HA A BELA ADORMECIDA. A POBRE MENINA, POR CAUSA DA PRAGA DE UMA FEITICEIRA, FURA O DEDO NUM FUSO E, EM SEGUIDA, DORME POR CEM ANOS.

VOCÊ IMAGINA A DOR QUE ELA SENTIU NAS COSTAS AO ACORDAR! E SEU HÁLITO HORRÍVEL, DEPOIS DE TANTO TEMPO SEM ESCOVAR OS DENTES!


VINTE COLCHÕES EMPILHADOS SOBRE UM GRÃO DE ERVILHA FORAM  A" CAMA" DA PRINCESA PARA ELA PROVAR QUE ERA PRINCESA DE VERDADE.

ELA NÃO QUER , NUNCA MAIS , DORMIR SOBRE UMA PILHA TÃO ALTA DE CONCHÕES! QUANDO VOCÊ CAI DE TÃO ALTO, SUAS COSTAS FICAM EM MIL PEDAÇOS E VOCÊ ARRISCA QUEBRAR OS OSSOS.

JÁ O PRÍNCIPE!  AH!  ESSE DORMIU NUMA BOA CAMA ...


POR MUITOS ANOS BRANCA DE NEVE SUPORTOU AS PERSEGUIÇÕES DA MADRASTA, SEM FALAR NUMA TENTATIVA DE SUFOCAMENTO E OUTRA, DEPOIS, DE ENVENENAMENTO.

JÁ O PRÍNCIPE!  AH! OUTRA VEZ SE SAIU BEM! ELE SÓ PRECISOU DAR-LHE UM BEIJO; FÁCIL DEMAIS!


(...)




PRA SABER UM POUCO MAIS SOBRE A CINDERELA, A PEQUENA SEREIA, A RAPUNZEL, QUE ALIÁS,  EU DIRIA, MUITO FORTE ESSA RAPUNZEL E,  A SHERAZADE ENTÃO, QUANTA CRIATIVIDADE PRA TANTAS HISTÓRIAS.  E, A CORAGEM DA BELA, ENFRENTANDO ÁQUELA BESTA  FERA, ISTO, SEM CONTAR COM A PELE DE ASNO, NOSSA!  QUE DIFICIL QUE FOI PARA ESSAS PRINCIESAS...

E OS PRINCÍPES!  DE BOA !


MINHA SUGESTÃO DE ATIVIDADE É ALÉM DE RETOMAR OS CLÁSSICOS, DE UMA MANEIRA DESPOJADA E DIVERTIDA, PODE-SE TRABALHAR ALGUMAS SUGESTÕES DE COMO COLOCAR O PRÍNCIPE EM SITUAÇÕES DE PERIGO TAMBÉM, AFINAL, JÁ QUE ELES ESTÃO SEMPRE DE BOA, QUE TAL INVERTER OS PAPÉIS. 

NA EDUCAÇÃO INFANTIL, PODE-SE FAZER UMA RODA DE CONVERSA E PEDIR AOS ALUNOS PARA ACRESCENTAR UM  NOME AO PRÍNCIPE DE CADA HISTÓRIA, ATÉ PORQUE, ELES NÃO TEM NOME E SÓ APARECEM COMO PRÍNCIPES, ENTÃO, É PRECISO PENSAR NUM NOME CONDIZENTE A CADA HISTÓRIA E SE POSSÍVEL, QUE TRAGA CONSIGO UMA CARACTERÍSTICA.

APROVEITO PARA DAR MINHA SUGESTÃO AO PRÍNCIPE DA HISTÓRIA DA  BELA ADORMECIDA, E QUE SE CHAMARÁ "DORMINHOCO", ATÉ PORQUE ELE É MESMO MUITO SOSSEGADO, VISTO QUE DEMOROU CEM ANOS PARA ENCONTRÁ-LA.


A TÍTULO DE CURIOSIDADE, DEPENDENDO DA ETAPA DA EDUCAÇÃO EM QUE ESTA HISTÓRIA FOR TRABALHADA, PODE-SE FAZER UMA PESQUIZA SOBRE A"A REVOLTA DA PRINCESA" EM 1930. UMA QUESTÃO SÓCIO-POLÍTICA DA ÉPOCA. FICA A DICA!


 

DOLORES, DOLORIDA

 DOLORES, DOLORIDA

AUTORA:  VERA COTRIM

ILUSTRAÇÕES: TATIANA PAIVA




OUVIU-SE UMA VEZ QUE, 
PROS LADOS DO RIO,
LÁ ONDE A PRIMAVERA
 NUNCA MAIS LINDA SE VIU,

NEM MAIS COLORIDA,
 NEM MAIS CANTADA, 
NEM MAIS FLORIDA, 
NEM MAIS PERFUMADA,

UMA ESPÉCIE ESQUISISTA
DE NOITE E 
DE DIA
POR LÁ SE ESCONDIA.

NO MEIO DAS FLORES
E CANTOS
E CORES, 
UMA SERPENTE CHAMADA DOLORES.

O QUE ACONTECIA,
E QUE NÃO SE ENTENDIA,
É QUE DOLORES
VIVIA COM DORES.

SEMPRE DOENTE
A POBRE SERPENTE
GEMIA E CHORAVA
E,  "AI!" ,  SUSPIRAVA ...

" DÓI-ME A BARRIGA
E A CAUDA COMPRIDA.
CONDOR, NÃO CANTA
QUE ME DÓI A GARGANTA!"


(...)

E TODA A BICHARADA,
SEM MEDO DE PICADA, 
TRAZ-LHE UM REMÉDIO,
UM UNGUENTO, UM PALPITE,
QUE A BOA VONTADE
NÃO TINHA LIMITE.


VALE MUITO A PENA FINALIZAR A LEITURA.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE :  LISTAR JUNTO AOS ALUNOS O NOME DOS BICHOS QUE APARECEM NA HISTÓRIA , O NOME DOS REMÉDIOS E AINDA SENTIMENTOS/CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS, COISAS QUE SÓ DOLORES
 SABE EXPLICAR.

AS MARAVILHOSAS ILUSTRAÇÕES CONTRIBUEM PARA O BOM ENTENDIMENTO, 

E PRA ENTENDER ESTÁ GRACIOSA E ENCANTADORA HISTÓRIA, SÓ DANDO CONTINUIDADE A LEITURA.



A HORTA DE ETHEL

 A HORTA DE ETHEL

Autor: Celso Sisto

Ilustradora: Sandra Ronca



Atrás daquele morro de areia, tem uma estrada.

No final daquela estrada, tem uma cerca.

Pulando aquela cerca, há uma casa.

Atrás daquela casa, tem uma horta.

O morro é de areia dourada, fininha como pó de ouro.

A estrada é florida de manacá e tulipas multicores.

A casa repleta de janelas, tem quatro torres.

E a horta é um campo de mil sabores.

A horta é de Ethel, velhinha trabalhadeira.

De noite ou de dia, é só alegria.

Aprendeu com a cigarra, faz como a formiga.

Não se cansa: planta, colhe, canta e dança. 

Mas se engana quem ouviu falar e não viu, na horta da Ethel, esse mágico lugar, nada é do jeito que parece estar.

Abóbora-carruagem leva aonde quiser.

Chuchu vira barco se plantado perto do lago.

(...)


E assim frutas, legumes e verduras, todas essa gostosuras participam desta graciosa história.

Atente-se as belíssimas ilustrações e com a edição em Braille e fonte ampliada, buscando facilitar a leitura e a aprendizagem.

Atente-se também ao vestido de baile de Ethel, ao cocheiro,  e quando ela resolve querer subir pela própria trança, isto, sem contar quando ela for uma bela moça...

Eu , que gosto muito de trabalhar com os contos de fada, vejo aqui mais uma opção.

Mas, esta história possibilita trabalhar sobre alimentação e a importância de se consumir hortaliças.

Minha sugestão é fazer , junto aos alunos uma lista com os alimentos que aparecem na leitura. E, na página 25 pode-se trabalhar o eu, o outro e nós, o conceito de família/identidade.






SALADA DE FRUTAS

 SALADA DE FRUTAS

AUTOR: MARCELO R.L. OLIVEIRA

ILUSTRAÇÕES:  MÁRCIA FRANCO





BAMBALALÃO,

LÁ VEM O MELÃO, 

TÃO PÁLIDO, QUEM DIRIA,

É PRIMO DA MELANCIA!

E UMA COISA LHE ENSINO:

É PARENTE DO PEPINO.


VOVÕ VIU A UVA 

EM NOITE DE CHUVA.

COITADINHA DA VOVÓ,

CEGUINHA FEITO ELA SÓ.

UM DIA A NOITE SE ACABA

VERÁ QUE A UVA ERA JABUTICABA.


(...)


O SEU JUCA MACIEIRA

AMIGO DE ZÉ PEREIRA,

DIZIA EM CERT MANHÂ,

QUE ATÉ GOSTA DE MAÇÃ,

MAS QUE MUITAS JÁ COMERA

E AGORA SÓ QUER PÊRA.


TODOS OS ANOS , NO PPP DA UNIDADE ESCOLAR HÁ O TRABALHO COM ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E ESTE É UM DOS LIVROS PARA APRECIAÇÃO E LEITURA.

MINHA SUGESTÃO DE ATIVIDADE É LISTAR JUNTO AS CRIANÇAS AS FRUTAS QUE APARECEM NA HISTÓRIA E TRABALHAR A LETRA INICIAL, CONCEITO DE RIMA O, A IMPORTÂNCIA DE SE CONSUMIR , ALÉM DO QUE SEU  VALOR NUTRICIONAL . 


 




COACH!

 COACH!


Autor:  Rodrigo Folgueira

Ilustração: Poly Bernatene

Tradução: Léo Cunha

Era uma vez um lago onde morava uma família de sapos.

Era o lago deles e ali eles viviam muito felizes.

Até que numa manhã. receberam um visitante inesperado...


Era um porco.

Um porquinho cor-de-rosa, sentado numa pedra.

- Nossa! - disseram os sapos - Por que tem um porco no nosso lago?

Eles ficaram cochichando, até que finalmente o sapo líder resolveu perguntar:

-  Cof-cof.  Bom dia, como podemos ajudá-lo?

E, para surpresa dos sapos, o porquinho respondeu ...


- COACH!


- O que ele disse?   - gritaram os sapos.

- Esse porco está confuso!

- Ele está achando que é sapo?

- Está zombando de nós?


Mas , de novo o porquinho só disse ...


- COACH!


A noticia do porquinho que achava que era sapo se espalhou depressa, e todos os bichos foram correndo até o lago, para ver o visitante.

- Esse novo parente de vocês é meio rosa!  -  disse o guaxinim.


E pra saber mais sobre esta graciosa história, só lendo o livro  mesmo.

Mas, ja dá pra imaginar e refletir sobre este tema e perceber que estamos diante de uma criativa leitura.

Isso, sem contar as imagens que por si só, já dizem muito. Além do que o final é mesmo surpreendente!


E O TEMA A SER TRABALHADO EM DIFERENTES FAIXA-ETÁRIAS É A DIVERDIDADE.


Vale a pena conferir! 



Você escovou os dentes hoje?

 Adalberto Covanavaca


No meio do Pantanal, 

numa rústica casinha, 

moram três sapinhos verdes

mais a família inteirinha.


As chuvas da Primavera

tinham chegado finalmente,

depois de um inverno muito seco, 

o Pantanal voltou a ficar

todo verde e florido.

Cheio de cheiros cheirosos.

Cheio de rios caudolosos.


- Que belo dia, que lindas flores,

como é gostoso correr no meio de tantas cores!

Assim cantavam os sapinhos

Cauã, Iara e Tupã enquanto pulavam.


- Vejam que verde maios verde

e quanta fruta madura!

bom demais voltar a nadar

entre peixes coloridos

e tartarugas de carapaça dura.


A água está uma delícia!

Topam convidar o Dudu 

e a Sofia pra nadar com a gente?


- Sim, eles são nossos melhores amigos.

Vamos correndo pra não perder

nem um minuto deste lindo dia!


Logo no primeiro barranco,

 encontraram o Dudu chorando

- O que foi Dudu? o que aconteceu?

- Estou com dor de dente, 

não posso brincar! - respondeu o pequeno jacaré.

Os sapinhos ficaram surpresos ao ouvir outro choro vindo de trás da moita.

(...)

E agora, de quem será?

e por que será que  também está chorando?


- Que bom ter amigos

 que nos querem tão bem!

Graças à ajuda deles

voltamos a rir outra vez.

E se pudermos ajudar você

ficaremos felizes também.




A leitura possibilita trabalhar a questão dos cuidados com a escovação.

As ilustrações são belíssimas e contribuem para o bom entendimento das crianças.