UM NÓ NA CABEÇA
Autora: Rosa Amanda StrauszIlustração: Laurent Cardon
O carneirinho Tico é diferente.
Observador.
Reflexivo.
Intolerante e sensível.
E quando algo aos seus olhos está errado ,e não tem quem o convença do contrário...
Aliás, não tem quem o faça seguir ou mesmo aceitar regras e combinados .
Pois é! E assim começa sua história...
Vou contar um segredo pra você.
Já olhei dentro da cabeça dos carneiros. E sabe o que tem lá dentro? Uma porção de lã. Um novelinho.
Não diga nada ao veterinário, nem ao médico, nem ao professor de Ciências.
O veterinário pensará que você é burro.
O médico lhe receitará um calmante.
E o professor de Ciências vai lhe dar um belo zero.
Então, bico fechado. Fica entre nós.
Há carneiros que tem uma porção de lã quente e macia. Eles só pensam coisas aconchegantes, mastigam a comida devagar e com prazer, suspiram de felicidade antes de dormir, porque sabem que terão bons sonhos.
Outros tem um bolo de lã áspera, daquele tipo que pinica. Esses são mal-humorados, vivem brigando, dando cabeçadas nos outros, reclamam de tudo.
A maioria tem os dois tipos de lã misturada. Um dia está contente, outro dia está de mal com o mundo.Entretanto existem os carneiros com o novelo mal enrolado. Ninguém sabe direito o motivo. Eles nascem com um nó bem no meio do novelo. Este só faz com que eles vejam o mundo de um modo só deles. E também se comportem de um jeito muito peculiar.
A história que vou contar é de um carneiro que tinha a cabeça cheia de lã macia e quentinha. E um nó bem grande, quase do tamanho de uma bola de pingue-pongue.
Ele se chamava Tico.
Tico nasceu igual aos outros carneiros. Tinha quatro patas, uma cabeça só e o corpo felpudo e cacheado. Tinha também um emprego igual ao de todos os carneiros do mundo. Fazer dormir pessoas que têm insônia. Quando alguém começava a contar carneirinhos, ele entrava na fila, esperava a sua vez, e quando chegava na vez dele, ele pulava a cerca.
Obediente, o Tico.
Mas, um dia, quando ele era o número 459 da fila contratada pelo senhor Godofredo Inácio, o nó apareceu.
O senhor Godofredo Inácio era um agiota que sofria de insônia. Assim que botava a cabeça no travesseiro, ficava pensando no dinheiro que deviam a ele, imaginava que ninguém ia pagar e ... pronto!
Lá ia o sono embora. Ele se conseguia dormir se contasse 500 carneirinhos sem interrupção.
E os carneiros iam pulando a cerca na maior disciplina.
Ninguém era besta de falhar com um homem tão poderoso!
Mais de quatrocentos carneiros já tinham saltado sobre o barrigão de Godofredo. O sono estava começando a chegar. Ele bocejou, se ajeitou melhor na cama, puxou o lençol e foi contando: 457 , 458 ... 458 ... 458...
Não conseguia contar o próximo. Arregalou os olhos.
A cerca estava vazia. Faltava o 459. Era para ser o Tico.
Tico tinha sumido.
O senhor Godofredo Inácio sentou-se na cama, com o coração aos pulos:
- Ai, minha insônia ! - berrou - Qual foi o miserável do carneiro que sumiu ? o 457, o 458 e o 460, que estavam por perto, responderam com a voz tremendo de medo:
(...)
A leitura discorre por um caminho que nos possibilita alguma mudança de rumo.
As situações de conflito do personagem principal nos faz pensar em novas possibilidades e a criação de um final, ou mesmo, de contextos diferenciados ...
Fica aí uma dica para que os alunos pensem em novas situações e um rumo diferente na história , na característica psicológica do personagem.
A leitura discorre por um caminho que nos possibilita alguma mudança de rumo.
As situações de conflito do personagem principal nos faz pensar em novas possibilidades e a criação de um final, ou mesmo, de contextos diferenciados ...
Fica aí uma dica para que os alunos pensem em novas situações e um rumo diferente na história , na característica psicológica do personagem.
Obs.: Mesmo que o texto não esteja na íntegra, vale a pena conferir.
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