Autor: Odair Bernabé
Ilustração: Mariana Massarani
Geralmente, quando se ouve ou se fala em "ovelha negra", a gente está falando mal de alguém.
Quem for curioso e quiser procurar no dicionário, vai ver que lá também diz a mesma coisa...
Ovelha Negra, pessoa que num determinado grupo sobressai, por suas qualidades, por seu mau proceder.
Mas esta história não fala mal de ninguém. A ovelha negra desta história era de verdade, seu nome era Tita. Era tão negra que parecia azul-marinho.
A Tita já morreu. Ao morrer, era um ovelha feliz. Mas para ser feliz demorou.
Durante a maior parte da vida, ela foi muito triste. Justamente por ser uma ovelha negra.
Sabe como é, todas as ovelhas do rebanho eram bem branquinhas. E a Tita, uma ovelha muito preta, se sentia mal no meio das outras ovelhas.
Tinha uma ovelha, das brancas, que gostava muito dela, nem ligava pra cor.
Era a dona Dalva, uma velha mais velha, que estava no rebanha fazia mais tempo.
Pois é, a dona Dalva chegou até a contar para Tita do Patinho Feio, que os outros desprezavam e que, quando cresceu, virou cisne. Um cisne garboso, muito mais bonito que todos os outros patos juntos.
Mas nem a dona Dalva conseguia fazer a Tita mudar de ideia. Primeiro, porque a Tita já tinha crescido tudo o que devia crescer. Segundo, porque ela não queria ser mais bonita que ninguém. Só queria não ser negra, queria ser igual a todo o rebanho.
Mas isso não tinha jeito, não dava pra mudar. Ovelha negra, que nasceu negra, vi ser negra a vida inteira.
Ah, tem mais uma coisa. Com a Tita não acontecia como na história do Patinho Feio, desprezado pelos outros. As ovelhas do rebanho não a desprezavam não.
(...)
Depois do caso da Tita até aconteceram outros parecidos lá no rebanho.
E a gostar do próprio balido.
- Agora gosto.
Obs.: Mesmo que o texto não esteja na íntegra, vale a pena conferir.
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