Gestão Escolar

Gestão  Escolar



Gestão sem autonomia, sem atitude, sem liberdade de ação, simplesmente, não é gestão.

Autonomia se traduz por soberania , emancipação, liberdade para tomada de decisões.




Autonomia - O conceito de autonomia não se confunde com independência ou de soberania mediante a regulação exercida pelo sistema de ensino. Porém, o conjunto de medidas que torna capaz cada escola de decidir sobre suas condições materiais, projetos, parcerias e apoio curricular dão o tom das possibilidades de autonomia. Nesse sentido, é importante notar o quanto o movimento de descentralização na operação de políticas educacionais, bem como a descentralização do poder de decidir sobre elas, vem num crescente dentro das mudanças propostas nos últimos anos, conferindo maior autonomia e descentralizando serviços e deliberações.  "(...) a descentralização consiste em uma efetiva, partilha de poder entre o Estado e as coletividades locais".
Tal constatação nos provoca no sentido de refletir sobre o desafio concreto de partilhar as decisões mais importantes da escola e discutir os motivos que servem de barreira para isso. 

Considerando que o exercício da participação em assuntos públicos põe os indivíduos em contato com a estrutura burocrática do poder público e com a realidade dos recursos disponíveis assim como suas possibilidades, Abranches afirma: “o descobrimento do espaço público e a prática da participação junto a ele vêm estabelecendo uma aproximação dos indivíduos para as questões coletivas, imprimindo um pensar e agir em conjunto, contrário ao individualismo e em prol de um mundo comum e do bem-estar coletivo. É o reconhecimento da responsabilidade dos indivíduos pelo mundo". Conclui: "O colegiado deve existir para criar políticas de atuação sobre o orçamento, o pessoal, o programa escolar, as parcerias externas à escola, e, principalmente, promover ações que permitam a interação entre a escola e a comunidade dentro de uma perspectiva política em suas relações" .


À medida que nossa sociedade se moderniza e desenvolve relações e meios mais complexos de interação e produção de conhecimento, as exigências de escolarização se transformam e produzem verdadeiros abismos entre os grupos sociais, estabelecendo grandes diferenças e muita desigualdade caso os espaços de educação não se envolvam nos processos de acompanhamento e não percebam que cumprem um papel de alta relevância em aliar conhecimento e qualidade de vida para todos.
Não basta matricular os pobres na escola (inclusão). É preciso matricular com eles, também, a sua cultura, os seus desejos, seus sonhos, a vontade de “ser mais” (Freire). É preciso matricular o projeto de vida desses novos alunos numa perspectiva ética, estética e eco-pedagógica.
Ao assumir por lema “Em defesa da educação pública com qualidade social”, Moacir Gadotti nos está indicando uma nova abordagem do tema da qualidade da educação. Falar em qualidade social da educação é falar de uma nova qualidade, onde se acentua o aspecto social, cultural e ambiental da educação, em que se valoriza não só o conhecimento simbólico, mas também o sensível e o técnico. E o que é educação de qualidade? Para a Unesco, “a qualidade se transformou em um conceito dinâmico que deve se adaptar permanentemente a um mundo que experimenta profundas transformações sociais e econômicas. É cada vez mais importante estimular a capacidade de previsão e de antecipação. Os antigos critérios de qualidade já não são suficientes.
Não há qualidade na educação sem a participação da sociedade na escola. A garantia de espaços de deliberação coletiva está intrinsecamente ligada à melhoria da qualidade da educação e das políticas educacionais. Só aprende quem participa ativamente no que está aprendendo. O documento do MEC aponta um “conjunto de variáveis” que interferem na qualidade da educação e que envolvem questões macroestruturais, como a concentração de renda, a desigualdade social, a garantia do direito à educação, bem como a “organização e a gestão do trabalho educativo, que implica condição de trabalho, processos de gestão educacional, dinâmica curricular, formação e profissionalização (...). Nesse contexto, a discussão acerca da qualidade da educação suscita a definição do que se entende por educação. Numa visão ampla, ela é entendida como elemento partícipe das relações sociais mais amplas, contribuindo, contraditoriamente, para a transformação e a manutenção dessas relações (…). É fundamental, portanto, não perder de vista que qualidade é um conceito histórico, que se altera no tempo e no espaço, vinculando-se às demandas e exigências sociais de um dado processo” (MEC, 2009:30).
 Dentro dessa nova abordagem a democracia é um componente essencial da qualidade na educação: “qualidade para poucos não é qualidade, é privilégio” (Gentili, 1995:177).

A educação integral não pode se constituir apenas num “projeto especial” de tempo integral, mas numa política pública, para todos, entendendo-a como um princípio orientador do projeto eco-políticopedagógico de todas as escolas o que implica conectividade, intersetorialidade, intertransculturalidade, intertransdisciplinaridade, sustentabilidade e informalidade. Enfim, educação integral é uma concepção geral da educação que não se confunde com o horário integral, o tempo integral ou a jornada integral.
Quando a escola pública era para poucos, era boa só para esses poucos. Agora que é de todos, principalmente para os mais pobres, ela precisa ser apropriada para esse novo público, ela deve ser de qualidade sociocultural. Isso significa investir nas condições que possibilitam essa nova qualidade que inclui transporte, saúde, alimentação, vestuário, cultura, esporte e lazer.
 Não basta matricular os pobres na escola (inclusão). É preciso matricular com eles, também, a sua cultura, os seus desejos, seus sonhos, a vontade de “ser mais” (Freire). É preciso matricular o projeto de vida desses novos alunos numa perspectiva ética, estética e eco-pedagógica. A educação integral precisa visar à qualidade sociocultural da educação, que é sinônimo de qualidade integral.
A qualidade política e econômica de um país depende da qualidade da sua educação. Isso não quer dizer que a economia deva determinar o que se passa na educação. Ao contrário. Como sustenta Fernando José de Almeida, “a educação não tem como finalidade servir à economia, e sim ser a indicadora dos caminhos da economia. Não deve ficar de costas para ela, mas não precisa ser sua escrava, nem ter pragmatismo tal que seus índices de eficácia sejam medidos pelas taxas de crescimento econômico” (Almeida, 2006:15). Segundo Licínio Lima (2006:84-85), “a economia do novo capitalismo vem tomando conta da educação e subordinando-a a adaptação, à competitividade e à empregabilidade, o que, de minha parte, considero que se trata de uma perspectiva profundamente pedagogista, entendendo o pedagogismo como a crença ingênua, não confirmada pelos fatos, de que a educação, por si só, constitui um elemento decisivo e central de mudança da sociedade; seja em termos de economia, seja de trabalho, seja de relações sociais etc.”.



O tema da qualidade na educação está sendo discutido em muitos espaços, também em outros países. Esse debate revela não só que a educação está passando por uma profunda transformação, mas que, nesse processo, os seus objetivos tradicionais não estão sendo alcançados.
Paulo Freire ao assumir a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em 1989, nos falava de uma “nova qualidade”, sustentando que uma “escola pública popular”, uma escola com uma “nova cara”, deveria ser avaliada por outros padrões: a qualidade não deveria ser medida apenas pelos palmos de saber sistematizado que for aprendido, mas também pelos laços de solidariedade que forem criados. Ele queria incluir na sua noção de qualidade da educação não só os saberes curriculares, mas também a formação para a cidadania.
Estudos recentes acentuam a necessidade de uma educação com qualidade sociocultural (Padilha & Silva, 2004) e socioambiental (Padilha, 2007). “Se queremos uma educação para a vida, para a satisfação individual e coletiva, que nos ajude a ter um contato sensível e consciente com o belo e, ao mesmo tempo, que nos ensine a cuidar do planeta em que vivemos de forma sustentável, temos, então de falar não simplesmente de qualidade de educação, mas, como prefiro chamar de qualidade sócio cultural e socioambiental da educação. Trata-se, nesse caso, de trabalharmos na perspectiva eco-político-pedagógica, que nos remete à formação ampla e integral das pessoas, visando à recuperação da totalidade do conhecimento, dos saberes, dos sentimentos, da espiritualidade, da cultura dos povos e da história da humanidade em íntima conexão com todas as formas de vida no nosso ecossistema” (Padilha, 2007: 22). Educar com qualidade sociocultural e socioambiental significa educar para o respeito à diversidade cultural, educar para o cuidado em relação aos outros e ao meio ambiente, rejeitando qualquer forma de opressão ou de dominação.
Vivemos hoje numa sociedade de redes e de movimentos, uma sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem, chamada de “sociedade aprendente”, uma sociedade de “aprendizagem global”, na qual as consequências para a escola, para o professor e para a educação em geral, são enormes. Torna-se fundamental aprender a pensar autonomamente, saber comunicar-se, saber pesquisar, saber fazer, ter raciocínio lógico, aprender a trabalhar colaborativamente, fazer sínteses e elaborações teóricas, saber organizar o próprio trabalho, ter disciplina, ser sujeito da construção do conhecimento, estar aberto a novas aprendizagens, conhecer as fontes de informação, saber articular o conhecimento com a prática e com outros saberes.
E diante dos novos espaços de formação, criados pela sociedade que usa intensivamente a informação e as novas tecnologias, a escola, a universidade, integra-os e articula. A escola deixa de ser lecionadora  para ser cada vez mais gestora da informação generalizada, construtora e reconstrutora de saberes e conhecimentos socialmente significativos. Portanto, ela tem o papel de articular a cultura, um papel mais dirigente e agregador de pessoas, movimentos, organizações e instituições. Na sociedade da informação, o papel social da escola foi consideravelmente ampliado. É uma escola presente na cidade, no município, criando novos conhecimentos, relações sociais e humanas, sem abrir mão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade, uma escola científica e transformadora.

Gestão Democrática requer organização e o Conselho de Escola é considerado um grande desafio em prol da participação de pais e alunos, conferindo representatividade frente ao Projeto Politico Pedagógico, no Currículo e em tudo que diz respeito ao dia a dia da vida escolar.

                                          E por que não uma  Gestão Escolar Participativa



Neste contexto, Gestão participativa , dentro de uma expectativa democrática faz com que a escola e os profissionais que nela atuam, não apenas reproduzam mas que de fato socializem a cultura dentro de uma percepção crítica, criando condições para que haja mudanças, qualitativas, significativas, onde toda equipe, todos sintam parte integrante deste  processo.

Comprometimento, dotados de ações representativas.












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