Avaliação e Gestão Democrática Educacional

Avaliação Educacional e Gestão democrática



Escolas são ambientes formativos e as ações têm caráter  pedagógico.
À gestão  deve ser  construída  pelos  seus  membros para que haja participação , troca, diálogo, interação e,  consequentemente, transformação, mudanças nas práticas organizacionais. 
As  organizações  mudam  com  as  pessoas e, as pessoas mudam com as organizações... 

Como   se classifica  os  alunos,  como se  decide  sobre  sua  capacidade  de  continuar  os  estudos, como se estabelecem as regras de jogos, nem sempre claras como as definições concretas e comportamentais do que é participação, interesse, envolvimento nos grupos e respeito ao bem  comum,  ou  ainda,  consciência  crítica.
De acordo a Fernando José de Almeida  - Avaliação como ato de democracia  sempre foi a vilã da educação. Ao longo do tempo ela foi considerada como instrumento de “poder” do professor. Foi culpada de manter os alunos da classe baixa excluídos da escola.
A aula essencial, o lugar onde se transmite, se passa o conhecimento ao outro. E é neste espaço que se  possibilita mudanças sociais por meio do processo ensino-aprendizagem.
O conceito de avaliação da aprendizagem é um emaranhado de exigências e contraexigências: qual o  sentido  de  o  que  é  a  avaliação  e  como  se a  realiza,  quem  a  faz  e  como  a  documenta, como  observa  e  como  conclui,  em  forma  de registros, as atitudes e valores e o desempenho da aprendizagem de alunos e de turmas. lembrando que em todo mimento se está sendo avaliado, faz parte do processo humano e a partir disto se posiciona no tempo e no espaço. Se não se avalia não se enxerga , a avaliação é um instrumento de troca, e o aluno precisa ser avaliado significativamente, em cada ponto, portanto é importante estabelecer as regras,  e que se espera do educando um conhecimento, que vai ser levado em consideração, vendo o erro do aluno como uma forma construtiva. Daí , qual significado  e importância de se fazer a avaliação, e o porque de tantas provas , num espaço, num momento onde tantos apontam caminhos para a políticas públicas. Um conhecimento esperado em determinado momento/ano do ciclo, o que cada aluno deve aprender a cada ano, racionalização, o que funciona e o que precisa ser reavaliado.
Hoje  a  SME-SP  abriga  em  suas  práticas diversos setores: a Prova Brasil cujos resultados de proficiência e de fluxo geram o Ideb; a adesão das nossas escolas à Provinha Brasil, duas vezes por ano aplicada e analisada; a prova ANA - Avaliação Nacional de Alfabetização, aplicada pela primeira vez em 2014; ENEM, com a participação dos alunos do Ensino Médio   Além dessas avaliações externas, são enviadas, bimestralmente, a todas as classes de 4º ao 9ºano, sugestões de provas bimestrais  de  Língua  Portuguesa,  de  Matemática e de Ciências. O objetivo dessas avaliações ANA e Provinha Brasil apontam   caminhos para a politica pública nacional.
A  avaliação,  quando  feita  para  a  aprendizagem,  –  e  não  apenas  para  classificação ou  reprovação  –  deve  ser  objeto  de  publicização,  para  reflexão,  análise  e  tomada  de decisões sobre o processo de aprendizado e ensino vivido por alunos e professores.
Como são feitos os registros dentro da escola?  A questão da avaliação , ela é pragmática, ou seja, minhas metas estão sendo alcançadas, diagnóstica, o que tenho que fazer para chegar ao pragmático,   mediadora.
Os instrumentos , as formas de registo direcionam o percurso? quem avalia está olhando o todo, as partes ,está havendo reflexão frente as ações, e a partir disso, está se dando enfase  na proposta curricular, está sendo feito apontamentos para que tudo ocorra em harmonia, dentro do planejado. É importante  que todos os elementos da avaliação sejam eles internos ou esternos, dentro da proposta do Mais Educação, para a a partir disto traçar os percursos.
Cabe à escola:  diagnosticar e orientar os trajetos cognitivos dos alunos. Aos pais e responsáveis: cabe acompanhar e participar, dentro de seus limites e funções, da vida escolar e do desenvolvimento de seus filhos.
De um lado é importante observar  as manifestações dos problemas, verificarmos  suas causas e analisá-las com as próprias turmas e com os alunos.
Erica Maria Toledo Catalani afirma que as avaliações externas invadiram a educação brasileira marcadamente com o Sistema Nacional de Avaliação da  Educação  Básica  (Saeb),  nascido  em  1990, com dois propósitos: avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência do ensino; fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas.
As  avaliações  internas,  de  modo  geral, abrangem  a  seguinte  pergunta  fundamental: o  que  o  aluno  aprendeu  daquilo  que  foi  trabalhado/ensinado? As  avaliações  externas abrangem uma outra pergunta fundamental, mas diferente: o que o aluno deveria ter aprendido  daquilo  que  deveria  ter  sido trabalhado/ensinado? A avaliação externa pode trazer informações importantes: postulamos a existência de três níveis integrados  de  avaliação  da  qualidade  de ensino: avaliação em larga escala em redes de ensino (realizadas no país, estados ou  municípios);  avaliação  institucional da escola (feita em cada escola pelo seu coletivo); a  avaliação  da  aprendizagem em sala de aula, sob responsabilidade do professor.
Precisa haver mudanças no ensino brasileiro, pois estamos no momento da constatação, e só o tempo vai trazer mudanças, É importante saber fazer análise de dados, pensar como o aluno vai pensar, vai elaborar. É preciso recursos, é preciso material e é preciso saber utilizá-lo.
A escola ainda é uma ilha, ela exclui, ela ainda não permite questionamentos daí no Mais educação o acesso ao boletim, para que traga esclarecimentos e ou questionamentos do porque daquela nota. 
Para se pensar uma avaliação é importante levar em consideração: detalhamento dos objetivos educacionais para os quais se quer realizar a coleta de dados. objetivar quanto aos elementos conceituais, procedimentais ou atitudinais que se quer avaliar e estes devem ser de amplo conhecimento dos avaliadores e avaliados. Objetivos  educacionais  considerados  realmente relevantes de tudo o que foi desenvolvido; as questões devem  ser  escritas  com  uma  linguagem  simples, clara e direta, ou seja, evitar o excesso de textos, pois os (as) alunos (as) perdem o foco. A pergunta possui uma estrutura típica que envolve um texto-base, uma comanda e, se for de múltipla escolha, alternativas.
A comanda ou enunciado contém uma proposta  cognitiva  a  ser  exigida  do(a)  aluno(a), pode ser expressa na forma de pergunta ou na forma de sentença a ser completada. É necessário verificar que somente uma questão seja correta.
As avaliações externas  podem auxiliar a escola a pensar no seu trabalho, para isso é necessário a interpretação pedagógica dos resultados. Isso ocorre  quando  analisamos  os  resultados  das  avaliações  externas  a  partir  da escala de proficiência,  aproveitar  melhor  os resultados de avaliações externas equivale a fazer uma análise que, em primeiro lugar, busca  entender  a  finalidade  da  avaliação.
Cada avaliação procura focalizar um aspecto e requer certas especificações que muitos educadores  desconhecem.  É  necessário  conhecer  a  Matriz de  avaliação,  desvelando  o  que  cada  descritor  pretende  avaliar  e  suas  relações  com o  currículo  da  própria  unidade  escolar.
As  avaliações  externas  têm  sido  pouco aproveitadas  e  até  rejeitadas  por  educadores e  gestores,  mas  existe  a  certeza  de  que  elas têm uma função na democratização do ensino e  na  melhoria  da  qualidade  social  da  educação. Nessa direção, a formação de professores e gestores é crucial para potencializar os usos dos  resultados  de  avaliações  externas  e  de larga escala, pois se fizermos um uso voltado para a garantia do aluno ao direito à aprendizagem, elas podem permitir diagnóstico para planejamento  coletivo  e  complementar  às  avaliações internas.

EDUCAÇÃO ESCOLAR: POLÍTICA, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
(José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e Mirza Seabra Toschi. São Paulo: Cortez, 2003)

Os  autores  propõem  uma  análise  das  transformações  em  curso  na sociedade  contemporânea  e  o  estudo  das  políticas  educacionais,  das  formas organizativas do ensino e da legislação, tendo em vista compreender a escola e a atuação dos professores nos processos decisórios concretos que ocorrem no âmbito da organização e da gestão.
Mudança na qualidade educativa: escolas / espaços  de  mudança: autonomia, gestão descentralizada avaliação. Atendimento às  necessidades  sociais  e  culturais  da  população,  sobretudo  as  referentes  à inclusão  social,  requer  uma  escola  de  qualidade  social  e  pedagógica  que socialize  a  cultura,  a  ciência  e  a  arte,  enquanto  direito  universal.
Enquanto nós não tivermos a comunidade educacional participando, tomando parte do processo decisório, compreendendo a política educacional, respondendo as determinações políticas, tendo por base a LDB , onde as escolas serão vistas como espaço de autonomia, dentro de uma gestão descentralizada, levando em consideração o pensamento de toda a equipe, onde a avaliação mede os elementos para pensar como o espaço funciona, onde será respeitada a cultura local, entendendo as necessidades da comunidade, sobretudo de inclusão social, daqueles que não tem acesso, daqueles que não tem a permanência, ou seja, a qualidade e a equidade.

A Educação escolar Pública e a Democracia  -  Jõao Ferreira de oliveira  
Novo  paradigma  - centralidade do conhecimento e da educação . Do  ponto  de  vista  político,  a  educação  constitui-se  num problema econômico, na visão neoliberal. Sociedade – busca por qualificação. A  desqualificação  - significa  exclusão  do  novo processo  produtivo.  Visão atual: trabalhador  cada  vez  mais  polivalente,  flexível,  versátil,  qualificado intelectual  e  tecnologicamente  e  capaz  de  se  submeter  a  um  contínuo processo de aprendizagem. 
A EDUCAÇÃO = MERCADORIA - Todos os textos de gestão vão dizer que passamos de educação liberal para educação neo liberal, onde o aluno é visto como produto, ele é um número.
Aqui neste contexto as áreas de humanas são menos consideradas e as áreas de exatas, mais consideradas, assim sendo, o mercado estabelece cada vez mais, uma carga cada vez maior, a partir da exploração, pois este é o modelo "ideal".Trabalhador cada vez mais polivalente, flexível, versátil, qualificado intelectualmente, submetido a um contínuo processo de aprendizagem.
A escola  tem  por  objetivo  garantir  as  condições  de  promoção  da  competitividade  exigidas  pelo  mercado,  suscitando  a  um  critério mercadológico de ensino proclamado no conceito de qualidade total. Busca-se através da  pedagogia da concorrência, da eficiência e dos  resultados, onde esta pedagogia tem sido levada a efeito, mediante:   a  adoção  de  mecanismos  de  flexibilidade  e  de  diversificação  dos sistemas de ensino e das escolas;  a  atenção  à  eficiência,  à  qualidade,  ao  desempenho  e  às necessidades básicas da aprendizagem;   a  avaliação  constante  dos  resultados  (do  desempenho  obtidos pelos alunos) que comprovam a atuação eficaz e de qualidade do trabalho desenvolvido na escola;  o estabelecimento de rankings entre os sistemas de ensino e das escolas públicas ou privadas, que são classificadas/desclassificadas;  a criação de condições para que se possa aumentar a competição entre escolas e a participação dos pais na vida escolar para a escolha entre várias escolas; a ênfase sobre a gestão e a organização escolar com a adoção de programas gerenciais de qualidade total; a valorização de algumas disciplinas  –  Matemática e Ciências -  por causa da competitividade tecnológica mundial, que tende a privilegiá-las; o  estabelecimento  de  formas  inovadoras  de  treinamento  de professores, tais como educação a distância; a  descentralização  administrativa  e  do  financeiro,  bem  como  do repasse de recursos, em conformidade com a avaliação do desempenho; a  valorização  da  iniciativa  privada  e  do  estabelecimento  de parcerias com o empresariado; o  repasse  das  funções  do  Estado  para  a  comunidade  e  para  as empresas.
Na  sociedade  contemporânea,  a  educação  pública  tem  tríplice responsabilidade: ser agente de mudanças, capaz de gerar conhecimentos e desenvolver a ciência e a tecnologia; trabalhar a tradição e os valores nacionais ante a pressão mundial de descaracterização da soberania das nações periféricas;  preparar  cidadãos  capazes  de  entender  o  mundo,  seu  país,  sua realidade e de transformá-lo positivamente.
O diretor vai articular a sua equipe de forma a responder com qualidade, respondendo as demandas daquele comunidade , dentro de uma gestão compartilhada.
Os  encargos  da  escola  indicam  três  objetivos  fundamentais  para  a construção de uma educação pública de qualidade no contexto atual:  preparação para o processo produtivo e para a vida em uma sociedade técnico-informacional: formação para a cidadania crítica e participativa; formação ética.
Ao  nos  reportarmos  a  Habermas  (1987),  lembramos  que  “...  é  possível reabilitar  a  sociedade  no  âmbito  da  esfera  pública  de  modo  que  as  pessoas possam  participar  das  decisões  não  por  imposição,  mas  por  disposição  de dialogar e buscar consenso, com base na racionalidade das  ações expressas em normas jurídicas compartilhadas.

Para Mirza Seabra Toschi - No  Brasil,  as  consequências  da  inversão  de  prioridades  educativas estariam  no  abandono  da  democratização  do  acesso  e  da  permanência  de todos na escola básica em nome da qualidade do ensino. Para  TOSCHI,  a  história  da  estrutura  e  da  organização  do  sistema  de ensino  no  Brasil  pode  ser  feita  com  base  em  pares  conceituais,  díades,  que expressam as tensões econômicas, políticas, sociais e educacionais de cada período:  centralização/descentralização;   qualidade/quantidade; público/privado.
A autora aponta que “Os  educadores  têm  caracterizado  o  termo  qualidade  com  os  adjetivos social  e  cidadã  —  isto  é,  qualidade  social,  qualidade  cidadã.  Qualidade social  da  educação  significa  não  apenas  diminuição  da  evasão  e  da repetência,  como  entendem  os  neoliberais,  mas  refere-se  à  condição  de exercício da cidadania que a escola deve promover.”
Em nome da qualidade ,medindo, constatando. Quando se fala em qualidade se responde a demanda. Uma educação não neutra, portanto tem que haver intervenções. 
A  escola pode caracterizar-se articulando aspectos contraditórios, como: opressão  e  democracia,  intolerância  e  paciência,  autoritarismo  e  respeito, conservadorismo e transformação, sem nunca ser, porém, neutra. Como  prática  social  que  faz  parte  do  contexto  geral  da  sociedade,  a educação assume diferentes modalidades.

Segundo  Libâneo  (1998),  há  uma  educação  não  intencional, informal, que se refere às influências do meio natural e social sobre o homem e interfere em sua  relação com o meio social, cujos elementos estão presentes também nos atos educativos intencionais.
Resumindo: a  educação informal, também chamada de não intencional, refere-se às influências do meio humano, social, ecológico, físico e cultural às quais o homem está exposto;  a  educação não formal é intencional, ocorre fora da escola, porém é pouco estruturada e sistematizada; a  educação  formal  é  também  intencional  e  ocorre  ou  não  em instâncias  de  educação  escolar,  apresentando  objetivos  educativos claramente  explicitados.  É  clara  mente  sistemática  e  organizada. 
O bom gestor conhece o ambiente escolar, sabe envolver as pessoas que ali trabalham, que por ali passam . Quando se esta presente, quando se exerce a autoridade sobre  o ambiente , se enxerga o outro , compartilha, posiciona-se positivamente, onde há intencionalidades, coerência, onde todos estão voltados para um mesmo princípio e valorizando as ações concretas. 
Uma modalidade não é mais importante do que a outra, uma vez que se interpenetram.

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO, OBJETIVOS DO ENSINO E TRABALHO DOS PROFESSORES 

Para José Carlos Libâneo, a gestão da escola, à instituição escolar tem a necessidade de dispor de maneiras para a realização de seus objetivos:
a) prover as condições para o funcionamento da escola além do trabalho em sala de aula; b)  promover  o  envolvimento  das  pessoas  no  trabalho  por  meio  da participação e fazer a avaliação e o acompanhamento desta participação; c) garantir aprendizagens para todos.

Perspectivas  da  gestão  educacional  centradas  na escola: à perspectiva neoliberal e perspectiva sóciocrítica.

Neoliberal: colocar a escola no centro significa: liberar  parte  da  responsabilidade  do  Estado;  as  comunidades,  as  escolas  planejam executam e avaliam suas atividades.

Na perspectiva  sociocrítica  acredita-se  que  não  só  os professores educam na escola, como também este processo é realizado pela  secretaria   da escola,  na  distribuição  de  merenda,  nas  reuniões pedagógicas, onde valorizam-se as ações concretas dos profissionais na escola, em razão do interesse público prestado.
- Amiguinho  e  Canário  (1994)  “Os  indivíduos  e  os  grupos  mudam mudando o próprio contexto em que trabalham”.

Libâneo: A organização do sistema escolar é dividida em três grandes instâncias: o sistema de ensino, as escolas e a sala de aula. O  conhecimento  desta  condição  da  escola  nos  leva  a  compreender  a autonomia relativa da escola,  dentro de uma unidade política e administrativa de gestão de um sistema. Objetivo: Funcionar bem para melhorar a aprendizagem. Gestão - atividade que põe em ação um sistema organizacional, objetivando melhor aprendizagem. Objetivo da escola: funcionar bem para melhorar a aprendizagem:
a)  professores  preparados  que  tenham  clareza  em  relação  aos  seus objetivos,  planejando  as  aulas,  desenvolvendo  avaliação  contínua, atentos  à dificuldade de cada aluno;b) existência de projeto pedagógico-curricular com um plano de trabalho bem definido com o consenso entre a direção da escola e o corpo docente e a existência de normas compartilhadas em relação ao funcionamento de horários e espaços escolares; c) um bom clima de trabalho e consenso sobre os critérios de qualidade de ensino; d) estrutura organizacional e boa organização do processo de ensino e aprendizagem; e) papel significativo da direção e da coordenação pedagógica; f) disponibilidade de condições físicas e materiais; g)  estrutura  curricular  e  modalidades  de  organização  do  currículo  com conteúdos bem selecionados e boa distribuição de alunos por sala; h) disponibilidade da equipe para aceitar inovações;
Estas características não devem ser impostas de forma rígida, cabendo aos  docentes  captar  de  forma  crítico-reflexiva,  o  consenso,  discutindo  as inovações.
Na rede de relações recíprocas os professores precisam desenvolver seu trabalho considerando que: a) a direção precisa prover as condições para que a administração e as salas de aula realizem seu trabalho; b)  o  que  os  alunos  aprendem  em  uma  série  influenciará  sua aprendizagem na série seguinte; c) as normas disciplinares precisam ser comuns para toda a escola; Em  suma,  o  exercício  profissional  do  professor  compreende  três atribuições:  a docência, a atuação na organização e na gestão da escola e a produção de conhecimento pedagógico.“A escola é o local do trabalho docente e a sua organização é o espaço de aprendizagem da profissão de professor. Sabemos que o objetivo primordial da escola  é  a  questão  das  aprendizagens  dos  alunos  e  a  qualidade  desta aprendizagem, saindo dentro do trabalho de sala de aula dos docentes, levando a  uma  dependência  recíproca  que  ocorre  entre  o  desenvolvimento profissional e o desenvolvimento organizacional. Ao adotarem-se práticas participativas, a gestão cria uma comunidade de aprendizagem, ou seja, uma comunidade democrática, aberta, de aprendizagem, de ação e de reflexão”.
“Em  seu  sentido  geral,  podemos  afirmar  que  a  administração  é  a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. (...) . Os  recursos  (...)  envolvem,  por  um  lado,  os  elementos  materiais  e conceptuais que o homem coloca entre si  e a natureza para dominá-la em seu  proveito;  por  outro,  os  esforços  despendidos  pelos  homens  e  que precisam  ser  coordenados  com  vistas  a  um  propósito  comum  (...)  A administração  pode  ser  vista,  assim,  tanto  na  teoria  como  na  prática, como  dois  amplos  campos  que  se  interpenetram:  a  “racionalização  do trabalho” e a “coordenação do esforço humano coletivo” .
A gestão participativa .
Para  o  autor,  a  participação  é  o  principal  meio  de  assegurar  a  gestão democrática, possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. 
A  direção  da  escola,  além  de  ser uma  das  funções  do  processo organizacional, é indispensável dado o seu caráter de ação social e pedagógica, articulando,  por  essa  razão,  os  objetivos  políticos  e  pedagógicos  construídos com intencionalidade. Como dirigente, cabe o diretor  desenvolver uma visão de conjunto e uma atuação  que  apreenda  a  escola  em  seus  aspectos  pedagógicos, administrativos, financeiros e culturais.
Princípios  da  concepção  de gestão democrático-participativa: ►autonomia da escola e da comunidade educativa; ►relação  orgânica  entre  a  direção  e  a  participação  dos  membros  da equipe escolar; ► envolvimento da comunidade no processo escolar; ► planejamento de atividades; ►  formação  continuada  para  o  desenvolvimento  pessoal  e  profissional dos integrantes da comunidade escolar; ►  utilização de informações concretas e análise de cada problema em seus múltiplos aspectos, com ampla democratização das informaçes; ► avaliação compartilhada; ►  relações  humanas  produtivas  e  criativas,  assentadas  em  busca  de objetivos comuns.
A  organização  escolar  democrática  implica  não  só  a  participação  na gestão, mas a gestão da participação. São quatro as funções constitutivas desse sistema: a)  planejamento:  explicitação  de  objetivos  e  antecipação  de  decisões, prevendo o que se deve fazer para atingi-los; b)  organização: racionalização de recursos humanos, físicos, materiais, financeiros, criando e viabilizando as condições e modos  para realizar o que foi planejado; direção/coordenação:  coordenação  do  esforço  humano  coletivo  do pessoal da escola; d) avaliação: comprovação e avaliação do funcionamento da escola.
Desenvolvimento de práticas de gestão participativa.
1. Ações a serem desenvolvidas - 1) Formação de uma boa equipe de trabalho. Um grupo de pessoas que  trabalhe  junto,  de  forma  cooperativa  e  solidária,  para  a   formação  e aprendizagem dos alunos. As  características  seguintes  ajudam  a  identificar,  nas  escolas,  a existência do trabalho em equipe. a)  O  grupo  de  profissionais  assume  disposições  pessoais  de  construir conjuntamente uma equipe, de tomar decisões coletivamente, de pôr em prática o que foi decidido e de cada segmento fazer sua parte no conjunto da estrutura organizacional. b)  O  projeto  pedagógico-curricular  é  realizado  com  a  participação  e  a  colaboração dos membros da equipe, definindo a escola que desejam e o futuro que esperam dela. experiências e deliberações cooperativas sobre medidas e ações práticas. d)  Há  uma  busca  intencional  de  consenso  sobre  os  problemas  e  as soluções  sem,  todavia,  esconder  as  diferenças,  os  interesses  pessoais,  os conflitos, as divergências, as relações de poder. Há o entendimento da equipe acerca das formas de gestão, admitindo que  na  estrutura  organizacional  existam  papéis  diferenciados  (direção, coordenação  pedagógica,  docência,  administração),  com  base  em  diferentes especialidades,  embora  todos  devam  atuar  cooperativamente  para  a consecução dos objetivos de aprendizagem dos alunos. f)  Na  perspectiva  sociocrítica,  os  objetivos,  as  condições  de funcionamento organizativo, as mudanças organizativas e pedagógicas devem estar  subordinados  a  princípio  e  valores  emancipadores,  com  os  quais  se superem  as  contradições  e  os  bloqueios  que  impedem  os  indivíduos  de desenvolver o próprio potencial e construir as próprias atividades.
Em  uma  comunidade  democrática  de  aprendizagem  considera-se  a necessidade de explicitação de objetivos e meios e a importância dos aspectos culturais e subjetivos, mas se atribui peso prioritário às exigências do contexto social e histórico da ação organizativa escolar.A comunidade de aprendizagem está associada à ideia de participação ativa de professores, pedagogos e alunos–  por meio de reuniões, de debates, de aulas, de atividades extra-classe –  nas decisões relacionadas com a vida da escola,  com  os  conteúdos,  com  os  processos  de  ensino,  com  as  atividades escolares de variada natureza, com a avaliação, possibilitando a construção de competências coletivas, tais como: ► capacidade de comunicação e de expressão oral;  ► facilidade de trabalhar em grupo;  ► capacidade de argumentação;  ►desenvolvimento  de  formas  de  enfrentar  problemas  e  situações difíceis. 

Nesse  sentido,  requer  dos  dirigentes  (diretores  e  coordenadores pedagógicos)  capacidade  de  liderar  e  de  gerir  práticas  de  cooperação  em grandes grupos.
Dessa forma, a construção de uma comunidade de aprendizagem requer: consenso mínimo sobre valores e objetivos; estabilidade do corpo docente e tempo integral numa escola; metas pertinentes, claras e viáveis; capacitação  de  docentes  para  o  trabalho  em  equipe  e  em habilidades de participação; promoção de ações sistemáticas de formação continuada, para o  desenvolvimento profissional. 
Libâneo  enumera  e  apresenta  as  competências  profissionais  a  serem desenvolvidas pelo pessoal da escola: 1)  aprender  a  participar  ativamente  de  um  grupo  de  trabalho  ou  de discussão, a desenvolver competência interativa entre si e com os alunos; 2) desenvolver capacidades e habilidades de liderança; 3)  compreender  os  processos  envolvidos  nas  inovações  organizativas, pedagógicas e curriculares; 4) aprender a tomar decisões sobre problemas e dilemas da organização escolar, das formas de gestão, da sala de aula; 5) conhecer, informar-se, dominar o conteúdo da discussão para  ser um participante atuante e crítico; 6) saber elaborar planos e projetos de ação; 7) aprender métodos e procedimentos de pesquisa; 8)  familiarizar-se  com  modalidades  e  instrumentos  de  avaliação  do sistema, da organização escolar e da aprendizagem escolar. A  direção  se  constrói  e  se  legitima  na  participação,  no  exercício  da democracia  e  na  competência  da  construção  coletiva  do  projeto  pedagógico que reflita o projeto de homem e da sociedade que se quer. 
PPP – documento norteador do processo: Igualdade - Qualidade  - Gestão Democrática - Liberdade  - Valorização do magistério.
Para Gadotti e Romão (1997), o Projeto Político Pedagógico deve ser entendido como um horizonte de possibilidades para a escola. O Projeto imprime uma direção nos caminhos a serem percorridos pela escola. Ele se propõe a responder a um feixe de indagações de seus membros, tais como: qual educação se quer e qual tipo de cidadão se deseja, para qual projeto de sociedade? O PPP propõe uma organização que se funda no entendimento compartilhado dos professores, alunos e demais interessados em educação.
Projeto: explicita, imprime uma direção nos caminhos a serem percorridos pela escola.
Político: Todas as intenções da escola, conferem-lhe o caráter POLÍTICO, porque ele representa a escolha de prioridades de cidadania em função das  demandas sociais. 
Pedagógico: organiza e sistematiza as intenções em ações educativas alinhadas com as prioridades estabelecidas.
A participação dos professores na elaboração e execução do PPP é que garantem o acesso à aprendizagem dos alunos e  a educação inclusiva.O PPP na prática: Os professores constroem a democracia no cotidiano escolar por meio de pequenos detalhes da organização da prática pedagógica. o modo de trabalhar os conteúdos com os alunos;  a forma de sugerir a realização de atividades na sala de aula;  o controle disciplinar;  a interação dos alunos nas tarefas escolares;  a sistematização do  AEE no contra turno;  a divisão do horário;  a forma de planejar com os alunos;  a avaliação da execução das atividades de forma interativa.
A gestão é o lugar que põe em ação o sistema educacional. É necessário conhecer o sistema / o ambiente escolar, envolver a equipe, todos, dentro de propostas positivas, coerentes e condizentes, regadas de intencionalidades, onde todos estejam voltados para o mesmo princípio. Tudo estabelecido e organizado  e pautado dentro de um projeto político pedagógico, efetivamente participativo e estruturado, onde o currículo seja construído dialogicamente. Ações compartilhadas onde o diretor saiba delegar funções administrativas, articular sua equipe, de forma a responder as demandas da comunidade, de forma qualitativa, exercendo autoridade sobre o ambiente, que haja consenso, atuação, respeito, diálogo, levando a um bem maior, que é a Educação.
As ações do gestor precisam estar permeadas por uma ampla democratização das informações, da organização, da transparência e da busca dos objetivos, comum a todos, Onde as avaliações apontarão possíveis falhas, e ou benefícios,  E que também haja racionalidade no uso dos recursos materiais assim como os conceituais, coordenado coletivamente, construindo com autonomia e intencionalidades,



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