O desenho é uma das inúmeras formas de se expressar sobre o
que se sente ou o que se pensa; sobre si e
tudo que está a sua volta.
Por meio do desenho o indivíduo, seja ele uma criança ou
não, passa a expressar melhor suas emoções e frustações, seus desejos e anseios, mostrando e demonstrando, interpretando ações
e valores, conceitos e normas sóciais, de
maneira tanto objetiva quanto subjetiva.
O modelo contemporâneo tem como proposta incitar,
provocar , aguçar , partindo do conhecimento do mundo das artes e da cultura
visual. É o que os especialistas chamam de “desenho cultivado”. Aqui não há
espaço para treino de habilidades/cópia, aproximando ao máximo da realidade
proposta e /ou imitação/ reprodução técnica, marcada pela impessoalidade dos
aprendizes. Essas propostas acabaram superadas porque impunham um ponto de
vista adulto sobre a aprendizagem sem levar em conta o saber da criança.
Segundo Rhoda kellog, o impulso criativo é fruto de uma herança comum a toda
humanidade, e que com ou sem interferência há amadurecimento e evolução das
formas mais simples (os rabiscos/garatujas) para as mais complexas. E a produção infantil é uma forma de entender , de captar, o desenvolvimento psicológico da criança, onde, de acordo a condição e oportunidade, fica registradado tais saberes.
Numa leitura sobre O nascimento da arte e da escrita de Philippe Greig, no que se refere a criança e o seu desenho, de acordo a ele, o círculo, ou a figura fechada é um momento significativo para se julgar a precisão do traçado. E de acordo a Terman e Meril o marco de referência ocorre por volta dos 3 anos de idade.
O momento em que a criança mostra rapidez na elucidação, expressa duplo controle e em seguida, acréscimos, sinaliza progressão.
Quando à criança acrescenta rabiscos ao círculo ela sinaliza o princípio da representação, início da organização e complexidade da forma, tornando uma figura composta.
Numa leitura sobre O nascimento da arte e da escrita de Philippe Greig, no que se refere a criança e o seu desenho, de acordo a ele, o círculo, ou a figura fechada é um momento significativo para se julgar a precisão do traçado. E de acordo a Terman e Meril o marco de referência ocorre por volta dos 3 anos de idade.
O momento em que a criança mostra rapidez na elucidação, expressa duplo controle e em seguida, acréscimos, sinaliza progressão.
Por volta dos 4 anos de idade há uma atenção dedicada a figura-girino, recém adquirida do quadrado.
E a partir daí, a evolução do esquema corporal aos poucos vai se estruturando. Daí se tem o que se chama de "Idade de Ouro" no desenho infantil e que se constitui progressivamente em 5 etapas.
É chamada a idade de ouro do
desenho, a fase em que a criança vive e elabora soluções criativas para
expressar o espaço, a sobreposição, o que tem por baixo ou por trás das coisas,
criando uma lógica e uma coerência perfeitamente adequadas aos seus intentos.
A criança tem a intenção de
buscar semelhanças em suas representações, procurando convenções e regras com
certa exigência. A criança vive intensamente a leitura e a produção significativa
do mundo.
Aqui vou exemplificar as diferentes etapas e possibilidades, percebe-se que a criança começa a verticalizar o desenho, acrescentando figuras geométricas nas partes que compõem o corpo, geralmente, feminino.
Observe:
Há uma realidade que está presente no próprio desenho, que ganha uma vida interna, reflexos de percepções, sentimentos e pensamentos.
Organizar as coisas no espaço significa localizar em cima, ao lado de cá e ao lado de lá, esquerdo e direito. A criança mostra que é capaz de organização, representando a linha da terra, o chão. Outro limite de espaço que as crianças costumam representar é o céu, que aparece como se fosse um teto e não uma massa de ar.
O desenho, para a criança, é uma continuidade entre o objeto e a representação gráfica. A criança representa o objeto em si, ou seja, a sua criação é diferente da criação do adulto. Ela liberta-se das aparências e, ao mesmo tempo, pode representar o objeto como ele é realmente, enquanto o adulto só o representa por um único ponto de vista.
Portanto, cabe ao professor aguçar, estimular, abastecê-los de ideias e
materiais de pesquisa, dando lhes inúmeras oportunidades e possibilidades, ampliando a
capacidade de observação em meio aos
diferentes suportes visuais. E só o
tempo e a maturidade farão com que se expressem de forma mais complexa.
lembrando que se na escola tradicional o papel era pedir a cópia, na
contemporânea é a espontaneidade, abrindo espaço para o desenho livre, com uso
de diferentes materiais e liberdade de expressão, mergulhando nas inúmeras possibilidades artísticas de que se
tem conhecimento; diferentes formas e cores; explorando ao máximo os diferentes
contextos e suportes visuais tais como
: fotos; outdoors; esculturas; objetos do cotidiano; revistas, enfim, tudo que direta ou indiretamente
promoverão atenção , curiosidade e criatividade.
Bons caminhos para fazer a turma evoluir incluem planejar
atividades que ajudem a desenvolver o olhar, apresentando artistas e obras conversar sobre o fazer artístico, faze-los
apreender pequenos detalhes, além do que oferecer uma gama de materiais ( giz,
lápis, massinhas, canetão, cola, tesoura, revistas e jornais para recortes) e suportes
de diferentes tamanhos ( papel craft, papel sulfite em seus diferentes
tamanhos, tecidos, cartolinas, chão, parede, areia, terra).
Segundo especialistas como Duquet e Rhoda é recomendável fazer intervenções no papel; colar figuras ou iniciar traços,
desenhar partes de um objeto, para que seja concluído, enfim, dar” asas a
imaginação". Isso , sem contar as visitas a museus, exposições ampliando o
contato com artistas e suas obras.
Na Educação Infantil, primeira etapa do desenvolvimento do aluno, onde ficam registrados os primeiros passos, os primeiros "rabiscos" inicia-se também a análise dessa fase,do primeiro contato da criança com o papel, onde variam as formas de segurar o lápis e não há representação do desenho, ela desenha por gosto, olhando para os lados sem preocupação com o espaço.A esta fase denomina-se garatuja desordenada.
Aos poucos a criança vai traçando movimentos circulares, é o inicio de uma representação mental e o que denomina-se de garatuja ordenada circular.
Mais á frente a criança já apresenta traços mais fortes, coordenando, explorando o espaço e o sentido longitudinal e também faz apropriação dos instrumentos que usa como lápis, papel, giz, etc.
Outra fase é da outra fase Garatuja Escrita onde ela simula a escrita como que imitando o adulto.
E tem-se também a Garatuja Nominada, início da representação, momento de transição. Seu desenho tem uma história, é a saída do pensamento motor para o pensamento representativo.
Pré-Esquema
Os desenhos ficam soltos no papel.
Faz uso de apenas uma cor/ cores arbitrárias.
Desenhos sem proporção.
A criança desenha o que sabe do objeto, não o que vê.
Esquema
A criança usa o limite da linha como base.
Usa cores da realidade.
Estabelece proporção.
As formas começam a se organizar e há preocupação em se fazer uso do espaço e de se colocar a linha da base no desenho.
Delimita Céu/chão.
Relação existente entre a criança e seu meio.
Realismo
Quando a criança começa a nomear seus desenhos, fazendo analogia com determinados objetos.
Desenha em um misto de plano e elevação.
Forma e fundo são representados.
Riqueza de detalhes.
Noções de perspectivas.
Nesta fase, por volta dos 10 anos de idade, se constitui em operações abstratas, sinalizando um fim as atividades abstratas e dando início a investigação de sua própria personalidade.
Tanto a objetividade quanto a subjetividade estão presentes.
No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais.
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