Panorama Histórico da Literatura Infantil

Panorama Histórico da Literatura Infantil

A Literatura Infantil é um produto cultural pois contar histórias é um antigo costume.
O livro “infantil” mais antigo de que se tem notícia é o “Livro dos Cinco Ensinamentos”, datado do século V e VI A.C. cujo conteúdos abordados eram os ensinamentos religiosos destinado às crianças através de fábulas e narrativas.
Na Idade Média, com objetivos de educar moral, política e religiosamente, eram escritas fábulas, destinadas a criança.
No século XVII, algumas obras de La Fontaigne foram classificadas como literatura infantil na mesma época em que o grande educador Comênio, lançou o primeiro livro infantil ilustrado e intitulado O Mundo em Quatro Quadros, no qual as ilustrações tinham papel fundamental para o entendimento da história.
Entretanto o grande precursor da literatura infantil foi Charles Perrault que apesar de ter negado a autoria, escreveu Os Contos da Mamãe Gansa, uma coletânea a seu filho, sendo, este último, intitulado como autor diante das necessidades que se apresentavam.
É no século XVIII que se enfatiza o ser infantil no âmbito pedagógico, iniciando assim o interesse da criação de uma literatura específica, onde a adaptação dos contos populares e folclóricos começam a surgir e consequentemente, os livros específicos para o público infantil. A partir desta data a Literatura Infantil passou a ser considerada uma vertente da literatura em geral.
Dentro deste contexto, a literatura infantil emerge, atuando na educação da sociedade infantil, até então, burguesa. Alguns títulos sobressaíram nesta época, e os livros agradavam tanto adultos como crianças. Cita-se como exemplo Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, publicado em 1719, e Viagens de Guliver, de Jonathan Swift, publicado em 1726.
Em meados do século XVIII foi lançada, pelo inglês John Newberry, a primeira editora de livros para crianças. Neste século, houve outra grande mudança na sociedade e a escola surge como uma instituição fortalecida pelos anseios burgueses, pela política e pela ideologia da época, sendo assim, a Literatura Infantil adentra o século XIX com grande força.
Já no século XIX, novos autores surgem, consagrando a literatura infantil com contos que se tornaram grandes clássicos. E para a autora Nelly Novaes Coelho, este século é considerado renovador, pois a criança passa a ser vista como ser que necessitava de cuidados específicos para seu crescimento físico, psicológico e cognitivo, surgindo, então, novos conceitos de vida, educação e cultura, abrindo novos caminhos para a área pedagógica e literária.
O século XIX foi um marco literário com a chegada dos renomados autores “Os Irmãos Grimm” e logo a frente Hans Christian Andersen, que escreveram seus contos baseados na memória popular de seu povo, na fantasia e no dia a dia, como narrativas lendárias, contos folclóricos e histórias de sua terra todas conservadas por tradição oral.

  A Literatura Infantil no Brasil


No Brasil, a produção e publicação foram tardias, quase no século XX, devido à nova visão de educação que se estabelecera no país. As traduções e adaptações de livros firma-se e a consciência de que uma literatura própria se faz necessária.
Frente a esta necessidade foram lançados alguns livros e contos para diversão da infância e entre outros, o destaque foi para “Contos Infantis”, de Júlia Lopes de Almeida, reunindo mais de sessenta narrativas em verso e prosa. Outro grande destaque foram os “Contos da Carochinha” sendo a primeira coletânea brasileira de literatura infantil, com o intuito de traduzir, para a Língua Portuguesa, contos estrangeiros de sucesso.
O principal escritor que demarcou a literatura infantil no Brasil foi Monteiro Lobato.
Monteiro Lobato iniciou sua carreira na literatura infanto-juvenil com o livro “A Menina do Narizinho Arrebitado”, e com o sucesso desta obra, logo surgiram outros títulos, que lhe trouxeram grande prestígio e reconhecimento.  

Posteriormente, a literatura infantil teve a contribuição de inúmeros autores, multiplicando-se, assim, seus valores pedagógicos e em especial o conceito de infância, marcado pelo brincar, expressar, interpretar, isto é, pela linguagem.


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