LINGUAGEM E LUDICIDADE

LINGUAGEM E LUDICIDADE     


            Brincar é uma atividade essencialmente humana, principal modo de expressão da infância. Marcada por um diálogo que o individuo estabelece consigo próprio e com o grupo.
Brincar para a criança, é uma atividade interpretativa e imaginativa que compreende o corpo e a mente, e revela experiências que envolvem os sentidos.
A forma como se organizam e inventam, conversam. Criam papéis, transformam os cenários e o modo particular de instaurar uma nova realidade e novos contextos e, portanto, um mundo novo, repleto de sentimentos e expressividade.

A brincadeira para as crianças possui sentido próprio, portanto, o ato de brincar deve ser preenchido pelo prazer e pelo divertimento, ora de forma espontânea e criativa, ora de maneira organizada e sistematizada, de acordo ao momento em questão.
O aspecto lúdico que fala-se não está presente somente nas brincadeiras, mas no jeito de a criança pensar e representar o que conhece, fazendo diversas conexões com o que está vivendo e aprendendo sobre o mundo, os objetos, as pessoas e suas relações com o outro.
O tempo de brincar, para a criança, não é o tempo dos relógios, não é o tempo planejado, não é o tempo consciente, é simplesmente, o tempo especial e precioso(Friedman, 2000).
Antes de ser uma necessidade individual, a apropriação da linguagem na Educação Infantil é uma necessidade criada no coletivo, nas relações que permeiam a vida das crianças. Por isso, pode-se dizer que ouvir, falar e contar histórias são modos muito especiais de cuidar da imaginação, da inteligência, dos afetos, das relações e das memórias das crianças. É preciso alimentar nas crianças novos desejos, necessidades, interesse pelo conhecimento, reconhecendo que o mundo que o cerca, por força da própria cultura, é amplamente marcado por sons, imagens, falas e escritas.
É importante reconhecer o quanto as diferentes linguagens da nossa cultura, como a música, a arte, a dança, o desenho e a literatura são apropriados, de modo singular, por todas as crianças.

 Linguagem, Comunicação e Expressão



O movimento humano constitui-se em linguagem que possibilita às crianças atuar no ambiente e significa-lo.
É por meio dos gestos que as crianças manifestam suas primeiras intenções comunicativas. A primeira linguagem que à criança pequena tem contato é marcada, sobretudo, pelos gestos faciais e corporais dos adultos que se relacionam com ela.
Ao imitar e criar movimentos que se constituem em linguagem, as crianças se apropriam do repertório da cultura corporal no qual estão inseridas. Nos mais diferentes contextos de expressão: no faz de conta, na dança, no teatro, na imitação e nos jogos de improvisação entre outras manifestações, no qual elas colocam em destaque o corpo e os movimentos, daí a importância do processo de interação.
Já a fala representa em nossa cultura uma das mais importantes possibilidades de comunicação. Ao falarmos com as crianças, fazemos uso do nosso repertório linguístico de forma contextualizada e legitimada pela própria cultura.
Na medida em que às crianças participam de situações comunicativas com muitos parceiros ou de formas diferenciadas, tem a possibilidade de ampliar seu repertório, representar, expressar ideias, sentimentos, desejos e necessidades.
Quando a criança fala, ouve, elabora enredos próprios no jogo do faz de conta, escuta a leitura de histórias, a reconta ou narra algo, ela faz aproximações sucessivas na tentativa de buscar as regularidades e as diferenças entre as linguagens empregadas pelos adultos quando conversam, contam histórias ou leem.

Em todas essas situações, é necessário que o educador tenha um olhar e uma escuta para estas formas de expressão e comunicação, dando voz as intenções comunicativas.

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