Lev Vygotsky
"o indivíduo atrelado as possibilidades da espécie"
De acordo à escritora Marta Kohl de Oliveira, Lev Vygotsky em seus conceitos e pesquisas valoriza à escola e considera o ambiente escolar como um espaço favorável e privilegiado, onde ações e novas ações acontecem, frutos das interações .
Em sua concepção sobre o desenvolvimento, afirma que a psique da criança ainda não está pronta, e que
é o processo de interação que promoverá seu desenvolvimento.
Em comparação a obra de Jean Piaget, o autor afirma que Piaget em seus
estudos não se preocupava com a escola, mas sim com o desenvolvimento da
criança em si, suas fases. Já Vygotsky pensava nas intervenções que o meio
exercia sobre o individuo e o quanto a escola promovia essas intervenções.
Vygotsky escreve sobre a Filogênese
que é a espécie em si; da Ontogênese
que é a inserção do individuo na espécie; da Sociogênese que é a inserção do indivíduo na sociedade e mais a
frente à Microgênese que é a mínima parte
na composição do todo, foco bem definido, o olhar sob o minucioso, a
singularidade do individuo.
O ciclo da vida que todos fazem.
A cultura que serve como um alargador, que dimensiona as possibilidades, todos
os indivíduos passam por situações diferentes e iguais, que se repetem nas
diferentes culturas. A partir disto,
olhar do grupo em que se está inserido, o processo de socialização.
Vygotsky fala em Mediação
onde as ferramentas, os instrumentos de ação dão novas possibilidades de ação.
Vygotsky fala dos Signos que
é a interposição do sujeito sobre o objeto, “eu e o mundo” de maneira simbólica,
o que leva o indivíduo a determinada ação.
A Possibilidade de Representação
Mental, onde o individuo pensa, antecipa à imagem através da representação
simbólica, espaço inerente a semiótica, onde se nomeia determinado objeto , se
lembra de determinada ação, de situações já vividas. Os signos são construídos
culturalmente, pois é a cultura que fornece ao individuo tal informação.
A língua é o
principal instrumento de representação simbólica e é objeto de
atenção primordial para análise do desenvolvimento humano.
A linguagem nasce como forma de comunicação.
Pensamento Generalizante é o momento onde a
língua se encaixa com o pensamento.
Ao nomear algo eu estou classificando, agrupando, estabelecendo uma categoria.
Uma palavra classifica um mundo, um ato, uma ação “socorro” ou “Europa”.
O significado de cada palavra representa uma amalgama tão estreito de um
pensamento, palavra ou conceito e essa relação não nasce com o indivíduo, é um
processo.
Existe linguagem e existe pensamento, situações separadas num
determinado contexto. Existe o falar por falar e o falar pensando.
Os animais inseridos num contexto imediato agem sobre o ambiente, faz
uso de ferramentas. Já o homem não! Ele pensa, atua fazendo uso do plano
simbólico.
A criança antes da aquisição da linguagem simbólica faz uso da
linguagem, porém num plano concreto, sem a mediação simbólica, sem o uso do
pensamento, sem o uso de suas potencialidades. Só a partir do desenvolvimento é
que se fará uso da inteligência abstrata. A partir disto sendo capaz de
imaginar, criar, agir sobre o meio, transitando pelo tempo simbolicamente.
A relação entre o pensamento e a palavra é um movimento contínuo entre o
vai e vem de palavras.
É o discurso interior onde se incorpora apoiado em palavras, “Eu penso
com o suporte das palavras” .
Vygotsky trabalha as coisas de fora para dentro. A existência da fala
egocêntrica está sendo internalizada, pela criança, pelo sujeito, acontece
quando o sujeito está conversando com ele mesmo. Nesta ação evidencia-se que a
linguagem é um instrumento do pensamento, faz uso da língua como suporte, ajuda
frente a determinado contexto.
O desenvolvimento por conta da inserção do indivíduo na sociedade, em
determinada cultura acontece à medida que a aprendizagem promove este
desenvolvimento, atrelada a ideia de que o caminho do desenvolvimento está em
aberto, de acordo a especificidade, a singularidade e os estímulos.
Na brincadeira do Faz de Conta, no mundo imaginário, restrito pelas
regras e não aleatoriamente, ele pensa se relacionando com o significado das
coisas , através dos objetos que tem em mãos, definido por um percurso que está
atrelado a cultura a que se está inserido.
Desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios para o
desenvolvimento do indivíduo. Há um complexo processo de transição até que se
chegue a linguagem escrita e a fala.
Vygotsky fala da Zona de Desenvolvimento Proximal, tudo
que está em processo, por se desenvolver, eminente. É o nível de desenvolvimento
real, o olhar sobre o que a criança já sabe e o que esta prestes a entender. É
a parte do desenvolvimento que permite intervenção, define as funções que ainda
não se desenvolveram, mas que estão em processo de formação.
Nível de
desenvolvimento Potencial, aqui tudo está próximo a acontecer, basta uma
intervenção para se consolidar.
Quando se fala em zona de desenvolvimento proximal,
se fala num conceito muito flexível e complexo, pois em cada situação, a cada
criança, a cada momento há inúmeras zonas em desenvolvimento, em estado
eminente.
O indivíduo está se relacionando, agindo,
dialogando, construindo significados, promovendo desenvolvimento. Há influência
não só por imersão. O ambiente estando estruturado ou não, promoverá melhor,
maior ou menor intervenção.
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