Diversidade e Socialização

Diversidade e Socialização


Dignidade, socialização ou discriminação. Seja de ordem social, física, intelectual, racial, lingüística ou religiosa, são situações cotidianas que estão relacionadas, e que proporcionaram/estabeleceram estudos mais abrangentes no que diz respeito à atuação de toda equipe escolar e também da comunidade que está diretamente ligada a questão, compartilhando e interferindo nas ações assim como nos resultados.
O atual cenário vivido por diferentes indivíduos, cada qual com suas especificidades e particularidades, em especial, no ambiente escolar, requer maior atenção e novos olhares para que o livre acesso e a participação sejam concedidos. Buscando uma participação ativa, onde rotulações, segregações e preconceitos sejam banidos, à medida que todos: docente e discente; pais e demais envolvidos se conscientizem e viabilizem tais conceitos, entendendo que todos, independentes de suas escolhas e ou deficiências, tenham dignidade, oportunidades e respeito. 
Diante dessa realidade, está sendo exigida de toda equipe escolar, mais e mais qualificações e uma pedagogia centrada no aluno, que tenha espaço garantido e que em determinadas situações não seja visto como insignificante e ou indesejável. 
Deste modo, justifica-se que a escola inclusiva é aquela que acomoda todos os alunos, independentemente de suas condições. E que tem como principal desafio visualizar o todo e, ao desmembrar as partes, perceber que estas enriquecem o currículo escolar, traz inovações e faz toda a diferença. Haja vista tanta polêmica em relação a determinados situações, conceitos e ou escolhas.
Monografia elaborada em 8 capítulos com o acréscimo de um anexo e conclusão.

Os Pilares do Conhecimento


Envolver o agir numa determinada situação, supõe a capacidade de realizar, de abstrair, de emitir respostas criativas frente a situações inusitadas, de se comunicar eficazmente, de trabalhar de forma cooperativa, em equipe.
As habilidades implicam em dimensões variadas: cognitivas, motoras e atitudinais. Considerando que a competência e as habilidades são formadas ao longo da vida, exigindo um processo de educação contínua e podem ser desenvolvidas em qualquer momento da vida de uma pessoa.
Embora, sabemos que seja difícil e quase impossível, de acordo a situação física e ou psicológica de determinados alunos, uma escola igual para todos, devemos acreditar que seja possível a construção de uma escola que reconheça as diferenças entre os alunos.
Segundo Jacques Delors (1999), “à educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para desenvolver habilidades motoras; aprender a agir, a fim de participar e cooperar com a sociedade em todas as atividades humanas, preparar-se para gerir conflitos em diversas situações, agir com solidariedade respeitando os sentimentos alheios e a diversidade cultural existente no meio em que vive; finalmente, aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, discernimento e de responsabilidade pessoal fortalecendo um grupo, uma comunidade ou até mesmo o país.”
Aprender é próprio do homem, chegando a ser condição de sobrevivência. Pois, durante toda nossa vida estamos em constante processo de mudança, de aprendizagem. 


Pedagogia, a arte de ensinar, o saber incluir.

A pedagogia implica uma visão sobre sociedade, natureza humana, conhecimento e produção em relação aos fins educacionais, com inserção de condições e regras quanto a sua prática.
A pedagogia é um processo sustentado em que uma ou mais pessoas adquirem novas formas existentes de conduta, conhecimento, prática e critérios, de uma ou mais pessoas.
De acordo a Popkewitz, “A pedagogia é uma prática de administração social do individuo social. Desde pelo menos o século XIX, os discursos pedagógicos sobre ensino, criança e aprendizagem nas escolas, conectaram o alcance e as aspirações dos poderes públicos às capacidades pessoais e subjetivas dos indivíduos. Essa administração da criança corporifica certas normas sobre suas capacidades a partir das quais a criança pode se tornar autogovernadora e auto confiante (Popkewitz,1998,p.536).

Os educadores devem estar dispostos a romper com paradigmas e manterem-se em constantes mudanças educacionais progressivas criando escolas inclusivas e de qualidades. Perceber e valorizar a diversidade como um elemento enriquecedor do processo de ensino e aprendizagem. Reconhecer que à inclusão não traz respostas prontas, não é uma “multi” habilitação para atender a todas as dificuldades possíveis na sala de aula, mas uma formação na qual o educador olhará seu aluno atento, sensível a sua individualidade, peculiaridades, entendendo e buscando o apoio necessário. 
A conexão entre aprendizagem e desenvolvimento, de acordo a Vygotsky, não reconhece a presença de alguma realidade separada, que inclui apenas o professor e a criança. Ele destacou e estudou o entorno social dinâmico que conecta o professor e a criança (ou seja, os outros adultos e as crianças com quem determinada criança realmente vive e interage). O trabalho do professor é particularmente complexo porque, em primeiro ligar, deve estar bem orientado para as regularidades da atividade pessoal da criança, ou seja, conhecer a psicologia da criança; em segundo, o professor deve conhecer as dinâmicas sociais particulares do cenário social da criança; e em terceiro, deve saber sobre as possibilidades de sua própria atividade pedagógica, para usá-las com sensibilidade e, assim, elevar a um novo nível de atividade, a consciência e a personalidade de seus pupilos. È por isso que o trabalho do professor genuíno jamais pode ser estereotipado ou rotineiro; o trabalho do professor sempre contém um caráter profundamente criativo (Davydov,1995,p.17) p. 42 Vygotsky e a Pedagogia.
O objeto de estudo do pedagogo e da pedagogia é a EDUCAÇÃO, o Processo Ensino e Aprendizagem, a ação cultural do educador em intervir e/ou de transmitir tecnicamente "o conhecimento", de forma sedutora, significativa e em comunhão com a realidade social, o perfil e a história de vida do educando, o conhecimento e a informação e a dimensão cognitiva do educando ao perceber, aprender, apreender e se apropriar de forma crítico-reflexiva do conhecimento e das informações transmitidas pela percepção pessoal de observador ou de sujeito da intervenção formativo-educativa da qual foi sujeito, a sua acomodação junto aos conhecimentos anteriormente existentes e sua capacidade de aplicá-los à realidade social vivido-compartilhada enquanto ser social e cidadão.
Logo, o sujeito da Pedagogia é o ser humano enquanto educando.
Preconceitos geram discriminações.
Preconceitos, segregação, rótulos, discriminação, são evitáveis ou inevitáveis?
Desde muito cedo, os pequenos entram em contato com esses discursos negativos e para que eles saibam lidar com o diferente, com sensatez e equilíbrio, é preciso que  se familiarizem com o assunto em todos os seus diferentes aspectos. O tema diversidade não deve ser tratado como um conteúdo específico. 
De acordo a Declaração de Salamanca em 1994, o “princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder as necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagens e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com as comunidades. Na verdade deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional contínuo de necessidades especiais, encontradas dentro da escola.” p.31

Daniela Alonso, psicopedagoga e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Afirma que "O convívio cotidiano é a forma mais eficaz de trabalhar comportamentos e atitudes’. Para conseguir isso, uma providência essencial é adquirir materiais didáticos que valorizem o “ser diferente” seja esta uma questão de raça, gênero, cunho religioso, alunos com deficiências físicas e ou mentais, e que, a partir de estudos e pesquisas em diferentes materiais de apoio, mostrem meninos e meninas em posições de igualdade.
Caberá a escola acomodar os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem no processo educativo, assegurando uma educação de qualidade para todos, mediante currículos apropriados, modificações organizacionais, estratégias de ensino, recursos e parcerias com a comunidade, reestruturação das condições atuais, para que o ensino se modernize e para que professores se aperfeiçoem, adequando as ações pedagógicas à diversidade dos aprendizes.


Espaço e aprendizagem aos alunos com necessidades diferenciadas.

A política de inclusão, na rede regular de ensino, dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, não consiste somente na permanência física desses alunos na escola, significa que não é o aluno que se molda ou se adapta à escola, mas a escola consciente de sua função que se coloca a disposição do aluno.
Tal política é aquela que acomoda todos os seus alunos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou lingüísticas.  Centrada no aluno, que seja capaz de educar e incluir, aqueles que apresentam dificuldades temporárias ou permanentes, que sejam forçados a trabalhar, os que vivem nas ruas, aos que vivem em extrema pobreza, aqueles que são vítimas de abusos e até mesmo os que apresentam altas habilidades como a superdotação, uma vez que a inclusão não se aplica a situações específicas, mas sim o todo, possibilitando o acesso igualitário a um currículo básico, diversificado e uma educação de qualidade.
De acordo ao Referencial de Avaliação de Aprendizagem, “entende-se por alunos com necessidades educacionais especiais aqueles cujas  necessidades educacionais se relacionam com diferenças determinadas, ou não, por deficiências, limitações, condições e ou disfunções no processo de desenvolvimento de altas habilidades/superdotação.” p.30 

A realização das ações pedagógicas inclusivas requer uma percepção do sistema escolar como um todo unificado, em vez de estruturas paralelas, separadas.

 “alfabetizar uma pessoa com deficiência intelectual, não é um fim em si mesmo, mas um meio de possibilitar modificações mais amplas no seu repertório comportamental, contribuindo ao mesmo tempo para que melhore o que se chama a sua “auto-estima” e para que o mesmo também possa ter acesso ao conhecimento e conseqüentemente o desenvolvimento do seu potencial cognitivo. Para isso é importante entender como se processa a aquisição do conhecimento, e hoje já sabemos que ela se dá por meio das interações do sujeito com o meio e suas experiências anteriores. Portanto, é necessário que essa pessoa traga sua vivência e se posicione de forma autônoma e criativa diante do conhecimento. Dessa maneira, poderá questionar e modificar sua atitude diante do “não saber” e se mobilizará para buscar o saber e deixar de ser o “repeteco” o eco do outro e se tornar um ser pensante e desejoso de saber”. 
Se o termo “Inclusão” surgiu no início da década de 1990 e veio associado a uma prática de colocação de alunos com dificuldades prioritariamente nas classes comuns, hoje o seu significado aparece ampliado, englobando também a noção de inserção de apoios, serviços e suportes nas escolas regulares, indicando que a inclusão bem-sucedida implica financiamento.


Socialização, respeito às diferenças.

Desenvolver ao máximo as possibilidades para a criação de uma cultura de Direitos Humanos, assegurando a autonomia. Reforçar a cada espaço de tempo a “auto-estima” do educando em seus diferentes aspectos e, com isso, trabalhar na construção de uma sociedade cada vez mais justa.
A proposta de uma educação voltada para a diversidade é o grande desafio para os professores, pois deverão estar atentos às diferenças econômicas, religiosas, sociais e raciais para buscar o domínio de um saber crítico que permita interpretá-las. 
Pensar numa escola pública de qualidade é pensar na educação inclusiva. È questionar o cotidiano da escola.
A construção da identidade (característica própria do ser humano) se faz com atributos culturais. Isto é, são conjuntos de elementos adquiridos pelo individuo através da sua herança cultural. 
              À escola deverá pensar em um currículo multicultural, pois só assim estaremos respeitando as diferenças raciais, culturais e étnicas. Trabalhar com a realidade do aluno da sua relação com aqueles que estão a sua volta, que faz parte de suas escolhas, do porquê, do que lhe é significante, do que lhe traz angústia, insatisfação e intolerância ou do que lhe é aprazível.
A partir do momento que passamos a entender que à escola é o espaço onde se encontra a maior diversidade cultural, poderemos trabalhar as diferenças e é esse o grande desafio para a escola como um todo e em especial, para o professor, pois ele é um facilitador no processo ensino-aprendizagem. É na mão do professor que esta a chave que abrirá as portas para uma sociedade mais justa e igualitária, no qual, o aluno terá a oportunidade de vivenciar tais conquistas  que o tornará mais seguro de que seu papel social é relevante e faz toda a diferença.
Segundo a ideologia de Levy Vigostsk, falava-se de influências sociais, culturais e históricas no desenvolvimento individual. (...) todo pensamento está intrinsecamente ligado ao contexto e que falar de desenvolvimento individual é inapropriado. Esse argumento insiste que tudo que pensamos com cognição está situado em circunstâncias históricas, culturais e sociais específicas. Essas especulações sobre a natureza da cognição devem tentar fornecer e explicar fontes de continuidade na vida cotidiana.
“O modelo de interiorização do desenvolvimento de funções sociais em habilidades individuais, conduz a uma corrente de dualismos mutuamente relacionada entre abstrações opostas como o social e o individual, o externo e o interno, e o meio ambiente e o organismo. Tentativas de lançar pontes sobre essas brechas dualistas parecem problemáticas porque estas abstrações duais se constituem reciprocamente umas às outras, sendo, portanto, inseparáveis, desde o início. (...) o modelo de participação considera o desenvolvimento cultural individual como processo válido dá transformação da participação individual em atividade sócio cultural. A transformação da participação implica assumir uma modificada responsabilidade pela atividade, redefinindo a afiliação a uma comunidade de prática, e modificando a própria prática sociocultural (Matusov,1998, p.326). p.56 Vygotsky e a Pedagogia”.

É importante contemplar as diferentes culturas, visões de mundo distintas, pesquisar e valorizar a maneira como determinados grupos estabelecem formas de condutas e apreciam determinadas posturas, atitudes, brincadeiras, gostos musicais, danças, vestimentas, crenças e valores, muitas vezes, fruto de discriminação e preconceitos estabelecidos por aqueles que ainda não aprenderam a reconhecer e respeitar. Considerar que os pequenos aprendem com o exemplo dos adultos.   
     Alguns professores não se dão conta da diversidade étnica do país e às vezes, ignoram as dificuldades que o aluno tem no processo relacionado à sua cultura. Uma formação adequada para lidar com questões da diversidade em especial no contexto escolar é de grande relevância.
O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, possui uma vasta diversidade cultural. Os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil.
As regiões brasileiras apresentam diferentes peculiaridades culturais. E em cada região do país, a cultura é representada através de danças, festas populares de cunho religioso e a culinária típica e, que além do regionalismo, há de se considerar, na região Sul aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos e a influência exercida, acrescentando e alterando costumes. Aspectos circundantes que integram a cultura de um povo.
A Geografia Humana do Brasil tem como objetivo principal a realização de uma leitura da sociedade brasileira levando em conta os aspectos da população, economia, fluxo de migração, meio ambiente, indústrias, tecnologia, turismo, agropecuária, conflitos no campo, enfim, todas as relações humanas desenvolvidas no território nacional. E a partir desses dados poderemos definir aprendizagem como uma mudança de comportamento e de desempenho de uma pessoa, resultante de suas buscas e conquistas. 
A atividade cultural e os fenômenos psicológicos têm uma relação mutua de dependência e sustentação, são entrelaçados e cada um converte no outro e se constrói sobre o outro.
Vygotsky entre outras falas nos esclarece que o indivíduo faz uma reorganização de suas funções psicológicas inferiores, para formar funções superiores, enfatizando, ao mesmo tempo, que as funções psicológicas são, elas mesmas, construções histórico-culturais. E que, o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, os estímulos, as partes que se forma o todo, certamente moldaram alguns aspectos do pensamento educacional, e que por sua vez, foi moldado e apropriado por diferentes vozes no debate educacional.
O modelo de interiorização do desenvolvimento cultural, que enfatiza a transformação de funções sociais em habilidades individuais, conduz a uma corrente de dualismos mutuamente relacionados entre abstrações opostas como o social e o individual, sendo que o individual, através dos estímulos e dos recursos de que se apropria, direta ou indiretamente, sede espaço ao sociocultural.
O desenvolvimento é uma função de fatores que se relacionam à atividade imediata em que uma ou mais pessoas estão envolvidas.


Direitos e deveres na Educação .

A Lei nº 9.394 da LDB, (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), de 20 de dezembro de 1996, determina que a Educação Escolar deve ser oferecida, predominantemente, por meio do ensino em instituições próprias. O art. 2º da mencionada Lei dispõe o seguinte:
“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

De acordo com o artigo citado é dever tanto da família como da escola promover o desenvolvimento integral do educando, a formação para a cidadania e o alargamento de qualificações para o mundo do trabalho, porém a sociedade atual passa por transformações tão intensas que os papéis específicos desempenhados por ambas as partes estão sendo cada vez mais confundidos.
Há de se considerar a responsabilidade dos sistemas de ensino no enfrentamento de preconceitos, segregações e discriminações, sejam elas por gênero, raça, credo, etc.
O enfrentamento do atual cenário de violências vividas por diferentes grupos e suas respectivas escolhas no âmbito escolar, a partir de pesquisas e estudos realizados, não deixando a parte o que se refere ao livre acesso no ambiente escolar e não só o acesso, a participação, o ensino e a oportunidade de estar inserido no contexto escolar, participando “ativamente”.
No que se refere às diferentes etnias, quanto já foi conquistado e quanto ainda há de se conquistar! 
A religiosidade, haja vista tanta polêmica em relação a determinados conceitos e ou escolhas, muito ainda se tem a tratar e novas conquistas realizar.
Assim sendo, é preciso desenvolver uma rede de apoio (constituída por alunos, pais, professores, diretores, psicólogos, terapeutas, pedagogos e supervisores) para discutir e resolver problemas, trocar idéias, métodos, técnicas e atividades, com a finalidade de ajudar não somente aos alunos, mas aos professores para que possam ser bem sucedidos em seus papéis. 

Os pais e responsáveis têm a obrigação, direito e dever de participar da educação dos filhos e prepará-los para o futuro com sabedoria, amor e dignidade. Só assim serão cidadãos de bem, com respeito, e que poderão fazer do futuro algo mais digno.


Incluir para não excluir e não se excluir.

O enfrentamento do atual cenário de violências vividas por diferentes grupos e suas respectivas escolhas no âmbito escolar, a partir de pesquisas e estudos realizados, não deixando a parte o que se refere ao livre acesso, que é um direito conquistado no ambiente escolar e não só o direito e o acesso, mas também a  participação, o aprendizado e a  oportunidade de estar inserido no contexto escolar, participando “ativamente”, requer atenção especial e novos olhares.
Atitudes inesperadas surgem trazendo a tona inúmeras ações que vão de encontro a situações vividas, reflexões, pensamentos e buscas pensadas e  repensadas, dia após dia, ano após ano e que por deslizes, muitas vezes, até mesmo contrariados, são desconsiderados, frente a determinadas situações e ou conquistas.  Sabe-se  que o tempo é o nosso grande aliado nas ações, expectativas e realizações, e as experiências contam muito.
Há de se considerar a responsabilidade dos sistemas de ensino no enfrentamento de preconceitos, segregações e discriminações no ambiente escolar.
É necessário abordar de forma interdisciplinar e integrada as questões relativas à ampliação e garantias do exercício da cidadania, do respeito à diversidade e aos direitos humanos.
Caberão aos educadores e demais participantes, ampliar suas reflexões e buscar na sua prática cotidiana e coletiva, ferramentas, e criar cada vez mais condições e garantia de desenvolvimento, ampliando ao máximo as possibilidades para a produção de uma cultura de Direitos Humanos e, com isso, trabalhar na construção de uma sociedade cada vez mais justa e inclusiva.
É preciso construir formas de promover a educação, considerando as diferentes práticas de aprendizagem de um indivíduo e sua adequação às normas estabelecidas.
 São importantes as regras e mais do que isso, saber quando e como usá-las, de maneira a inferir e atingir os resultados esperados, minimizar situações de conflitos e agir de maneira a acrescentar valores, gerar reflexões e promover resultados satisfatórios as partes envolvidas.
A cada um cabe a responsabilidade de pensar antes de agir, com muita atenção, para interferir na moral do mesmo, sendo evidente que uma atitude pensada e consciente, pode muito em seus efeitos e obtêm-se os resultados almejados. 
Considerando, entretanto, que o conceito de inclusão escolar é ambíguo, porque ele assume o significado dentro de contextos históricos determinados que lhe dê definição, conclui-se também que cada comunidade deve buscar a melhor forma de definir e fazer a sua própria política de inclusão escolar, respeitando as bases históricas, legais, filosóficas, políticas e também econômicas do contexto no qual ela irá efetivar-se.


Dignidade em questão.
Constata-se que a partir do marco histórico do texto constitucional alemão, a constitucionalização da dignidade da pessoa humana enquanto princípio arraigou-se a várias constituições contemporâneas. O direito a uma existência digna passou a ser considerado condição indissociável,  ao ser humano.
É a partir da Revolução Francesa (1789) e da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, no mesmo ano, que os direitos humanos, entendidos como o mínimo ético necessário para a realização do homem, na sua dignidade humana, reassumem posição de destaque nos estados ocidentais, passando também a ocupar o preâmbulo de diversas ordens constitucionais, como é o caso, por exemplo, das Constituições de alguns países europeus.
Com a Constituição Federal de 1988 em nosso país, o princípio da dignidade da pessoa humana chega ao ápice dentro do ordenamento jurídico, é a base de todos os direitos constitucionais, e ainda, orientador estatal. Isso exatamente para acabar com os excessos que ocorreram com o nazismo, com o medo e a insegurança que havia sido espalhado por todo o mundo, através de vários atos que atentaram contra a humanidade, baseados na idéia de um único ser, ou ainda, quem não se lembra do holocausto, experiência que atemorizou toda a humanidade.
A dignidade é essencialmente um atributo da pessoa humana: pelo simples fato de "ser" humana, a pessoa merece todo o respeito, independentemente de sua origem, raça, sexo, idade, estado civil ou condição social e econômica. Nesse sentido, o conceito de dignidade da pessoa humana não pode ser relativizado: a pessoa humana, enquanto tal, não perde sua dignidade quer por suas deficiências físicas, quer mesmo por seus desvios morais. 
Com efeito, a ideia de dignidade da pessoa humana está na base do reconhecimento dos direitos humanos fundamentais. Só é sujeito de direitos a pessoa humana. Os direitos humanos fundamentais são o "mínimo existencial" para que possa se desenvolver e se realizar. Há, ademais, uma hierarquia natural entre os direitos humanos, de modo que uns são mais existenciais do que outros. E sua lista vai crescendo, à medida que a humanidade vai tomando consciência das implicações do conceito de dignidade da vida humana. Por isso, Tomás de Aquino, ao tratar da questão da imutabilidade do direito natural, reconhecia ser ele mutável, mas apenas por adição, mediante o reconhecimento de novos direitos fundamentais. Nesse diapasão seguiram as sucessivas declarações dos direitos humanos fundamentais (a francesa de 1789 e a da ONU de 1948), desenvolvendo-se a ideia de diferentes "gerações" de direitos fundamentais: os de 1ª geração, como a vida, a liberdade, a igualdade e a propriedade; os de 2ª geração, como a saúde, a educação e o trabalho; e os de 3ª geração, como a paz, a segurança e o resguardo do meio ambiente.



Rúbia Nery

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