Microcefalia e Escolaridade



A Microcefalia e a Garantia da Escolaridade.



Tendo a educação como um direito de todos, esta deve ser ministrada pela família e pelos poderes públicos.

A preocupação de forma abrangente do Brasil com a educação especial ocorreu apenas em 1961 com a LDB. Até então eram apenas campanhas para atendimentos específicos.

Sendo assim, alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados.

A APAE é concebida como uma associação de assistência ás crianças excepcionais, um movimento em prol da criança.

Desde o início da década de 1990 há a presença marcante de um discurso "Modernizador" do Estado e a partir deste momento , as instituições particulares  assistenciais ganham o estatuto de "Organismos Não-Governamentais  e a presença dessas associações/organizações na sociedade é apresentada como uma necessária e fundamental "parceria" para o desenvolvimento.

É muito difícil em na integração do portador de deficiência como processo independente das articulações e parcerias  a serem estimuladas dentro do MEC, com outros Ministérios, etc.

O discurso assistencialista presente historicamente na educação vem ganhando outras versões. Agora, consoante ao discurso da democracia. E a participação dos cidadão é essencial para consolidar a cidadania e por consequência, a democracia.

Todavia há todo um processo de integração que acontece vagarosamente, pois para que haja resultados eficientes é necessário mudanças estruturais e pensando de forma cooperativa, onde todos contribuem para que estes resultados realmente aparecem. 

Daí estar aberto a mudanças significativas.

Pensar que todos são responsáveis pela escola e refletir sobre um currículo aberto a colaboração e ao respeito a diversidade.

Interação e heterogeneidade como nova estrutura organizacional, tendo como objetivo atender a todos, em suas especificidades, diferenças e condições.

Diante das divergências nos discursos e nas propostas , para alcançarmos a qualidade de ensino  e também pela universalização do acesso à educação e pela democratização do conhecimento, deve-se exigir a revisão do papel do Estado, garantindo que assuma como prioridade a administração e o financiamento de políticas sociais direcionadas a educação. E evitar o descompromisso, o olhar omisso, a mera matrícula, sem garantias, sem acompanhamento, sem interferências e sem descaso.
Tanto as escolas especiais quanto as escolas comuns precisam melhorar o atendimento que dispensam a seus alunos, sair do comodismo em que se encontram.
O modelo de inserção parcial e condicional ainda predomina nas escolas, porque os professores e os sistemas de ensino em geral ainda estão organizados em função do um  padrão de desempenho, de um nível mínimo de conteúdos curriculares aprendidos para que os alunos estejam aptos e o ensino, nessa integração, não abrange tais modelos..
Os professores encaminham alunos com deficiência pra o reforço escolar e para a educação especial, porque acreditam que os encaminhamentos servem para que esses alunos adquiram condições e que   preencham os requisitos necessários para estudar com os demais colegas sem deficiências. Justificando a necessidade desses encaminhamentos.
A inclusão escolar, reafirma a necessidade de ultrapassar a visão compensatória e discriminatória de certos procedimentos educacionais.
E a relação  entre escola regular e o atendimento especializado deve respeitar os limites de atuação e as funções e responsabilidades que lhes cabem.

Em questão, como garantir há um criança com Microcefalia tais direitos.?

Microcefalia e ou Síndrome Congênita do Zika


Trabalho realizado no curso de Pedagogia, por  Marcelo  Teixeira, aluno da Faculdade Anhanguera, unidade Campo Limpo.



Na condição de professora de Educação Infantil e , este ano , trabalhando com uma criança que desde o inicio apresentou inúmeras situações desafiadoras, um desenvolvimento delicado por conta da Microcefalia e aparentemente também a questão da Hiperatividade,  quadro assim apresentado.
Muitos foram os momentos de tensão, apreensão e questionamentos, e , por conta disso a necessidade de estudos e pesquisa de campo, a fim de entender e poder contribuir para uma educação de qualidade , dentro das possibilidades que nos são elencadas no contexto escolar.

Desde o inicio a criança apresentou um quadro extremamente agressivo.
Muitas foram as mordidas, chutes e agressões aos amiguinhos, professores e demais envolvidos . Atitudes de descontrole  fisico e emocional extremo havendo a necessidade de um suporte, uma pessoa a seu lado,em tempo integral para que assim pudéssemos trabalhar, avaliar, pensar e repensar em quais atitudes tomar, quais procedimentos fazer para obter a partir disto, resultados favoráveis e satisfatórios, tanto para a criança quanto para os demais  envolvidos, dentro e fora da sala de aula.

Microcefalia

A microcefalia é uma má formação congênita, caracterizada pelos médicos e pesquisadores como sendo uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, o que prejudica o seu desenvolvimento mental, porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça e desenvolva suas capacidades normalmente. A criança com microcefalia, pode precisar de cuidados por toda a vida, mas isso é normalmente confirmado depois do primeiro ano de vida e irá depender muito do quanto o cérebro conseguiu se desenvolver e que partes do cérebro estão mais comprometidas. 

Consequências da microcefalia - 
As crianças com microcefalia podem ter graves consequências como:
Atraso mental;
Déficit intelectual;
Paralisia;
Convulsões;
Epilepsia;
Autismo;
Rigidez dos músculos, cientificamente chamada de espasticidade.

Apesar de não haver tratamento específico para a microcefalia, podem ser tomadas algumas medidas para reduzir os sintomas da doença. 
Normalmente a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, prevenindo complicações respiratórias e até mesmo úlceras que podem surgir por ficarem muito tempo acamadas ou numa cadeira de rodas.
Todas estas alterações podem acontecer porque o cérebro precisa de espaço para que possa atingir o seu desenvolvimento máximo, mas como o crânio não permite o crescimento do cérebro, suas funções ficam comprometidas, afetando todo o corpo.
A microcefalia pode ser classificada como sendo primária quando os ossos do crânio se fecham durante a gestação, até os 7 meses de gravidez, o que ocasiona mais complicações durante a vida. Secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.

O que pode causar microcefalia?

As causas da microcefalia podem incluir doenças genéticas ou infecciosas, exposição a substâncias tóxicas ou desnutrição. Algumas situações que podem provocar microcefalia podem ser:

Infecções como rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose;
Zika durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre de gestação. 
Consumo de cigarro, álcool ou drogas como cocaína e heroína durante a gravidez;
Síndrome de Rett;
Envenenamento por mercúrio ou cobre;
Meningite;
Desnutrição;
HIV materno;
Doenças metabólicas na mãe como fenilcetonúria;
Exposição à radiação durante a gestação;
Uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer, nos primeiros 3 meses de gravidez.

  Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entidade ligada ao Ministério da Saúde brasileiro, afirmam que zika vírus ativo foi encontrado na saliva e na urina de pacientes infectados. Segundo a Fiocruz, mais pesquisas precisam ser feitas para se confirmar a transmissão do zika vírus por esses dois meios, mas a descoberta indica que há potencial.
Num outro estudo de caso os EUA também confirmaram a presença do vírus no sêmen e na transmissão por via sexual.
Até o momento, a forma mais prevalecente de contaminação é o mosquito Aedes aegypti, que transmite também a dengue e a febre chikungunya. A presença em urina e saliva já havia sido detectada, mas estudos de caso  comprovam pela  primeira vez que se verifica que o zika vírus está ativo. “Já se sabia que o vírus poderia estar presente tanto em urina quanto em saliva. Esta é a primeira vez em que demonstramos que o vírus está ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção, o que abre novos paradigmas para o entendimento das rotas de transmissão”, destacou em nota a pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Fiocruz. 
Acredita-se que infecções como dengue e febre chikungunya durante a gestação também estejam ligadas à microcefalia.
A microcefalia também pode ser genética e acontece em crianças que possuem outras doenças como Síndrome de West, Síndrome de Down e Síndrome de Edwards, por exemplo. 
Portanto, a criança com microcefalia  também pode vir a  possuir uma outra síndrome, assim como outras síndromes também podem contribuir para que esta se manifeste. A criança  pode também apresentar outras características e ou deficiências  físicas, incapacidades e ainda mais complicações do que as crianças que possuem somente microcefalia.

Diagnóstico da microcefalia -

O diagnóstico da microcefalia pode ser feito durante a gestação, com os exames do pré-natal, como o ultrassom, por exemplo, e pode ser confirmado logo após o parto através da medição do tamanho da cabeça do bebê. Além disso, exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebral também ajudam a medir a gravidade da microcefalia e quais serão suas possíveis consequências para o desenvolvimento do bebê.

Microcefalia tem cura?

A microcefalia não tem cura porque o fator que impede o desenvolvimento cerebral, que é a união precoce dos ossos que forma o crânio, não pode ser retirado. Se esta união precoce dos ossos acontecer ainda durante a gestação, as consequências podem ser mais graves porque o cérebro pouco se desenvolve, mas existem casos em que a união destes ossos ocorre no final da gestação ou após o nascimento, e neste caso a criança pode ter consequências menos graves.

Tratamento para microcefalia-

O tratamento da microcefalia é um tratamento paliativo, não cura a doença, porém ajuda a reduzir as consequências no desenvolvimento mental da criança.
Uma das possibilidade de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos 2 primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento. Quando além da microcefalia a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido. Além disso, pode ser necessário o uso de  medicamentos que ajudam no desenvolvimento , no dia a dia da criança, que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhoram a tensão dos músculos.
A fisioterapia é indicada e pode ajudar no desenvolvimento físico e mental e por isso quanto mais estímulo dentro da fisioterapia a criança tiver, melhores serão os resultados. Assim, é recomendado fazer o maior número de sessões de fisioterapia possíveis.
Outra conduta é a introdução das injeções de botox em determinados músculos dos braços ou pernas que podem ser úteis para diminuir a contração muscular involuntária e melhorar o cuidado diário com o bebê e ou criança. 
O médico que acompanha os portadores de microcefalia são o pediatra e o neurologista, mas outros profissionais da saúde também são necessários como psicólogo, dentista, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.

Crises epilépticas -

Bebês com problemas na visão e na audição, atraso no desenvolvimento, crises epilépticas e alterações musculares,  com o perímetro cefálico normal mas com vários tipos de alterações cerebrais são os sintomas mais vísíveis , porém a microcefalia  pode apresentar  outros fatores que não o zika vírus - como, por exemplo, rubéola, sífilis ou toxoplasmose contraídas pela mãe durante a gravidez. Outras complicações, como determinadas lesões oculares e determinadas atrofias cerebrais, estão sendo pesquisadas. Por esse motivo, especialistas estão inclusive defendendo a ideia de  que é preciso passar a usar termos como Síndrome Congênita do Zika ao invés de microcefalia.
A microcefalia é o sinal mais evidente , mas quando a se faz um ultrassom ou uma ressonância, há evidências de outros danos, que podem variar de calcificações (no cérebro) a artrogripose (doença que provoca a contração das articulações ou deformações das mãos, punhos e joelhos). Uma dessas complicações é a ventriculomegalia, em que a cabeça do bebê pode ter o tamanho normal, mas na realidade, seus ventrículos cerebrais são ampliados por estarem preenchidos de líquido - o que faz o cérebro não se desenvolver da maneira correta.
Sendo assim, as últimas pesquisas revelam que as crianças começaram com a microcefalia, mas ela foi compensada pela ventriculomegalia.
Em geral, as crianças apresentam convulsões, as crises epilépticas,  promovendo atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, e, em alguns casos, as funções sensitivas, como audição e visão, também são afetadas. 
Elas são comuns em crianças com qualquer tipo de microcefalia, ocorrendo em até 50% dos casos, em qualquer momento da vida, especialmente nos primeiros anos e em caso de falta de medicamento nos casos leve, moderado ou severo, quando há a hiperatividade em consequência da vida cotidiana e com relação ao meio social, explica a neuropediatra Ana Carolina Coan, da Unicamp.
Mas nas microcefalias mais graves, ditas severas - onde há vários tipos de malformações no cérebro, que pode ter calcificações ou a chamada lisencefalia (transtorno em que cérebro, sem pregas e sulcos, fica liso) - a criança fica mais debilitada e o risco de crises epiléticas é maior. Esse dado é relevante visto que um estudo recente de pesquisadores brasileiros que acompanhou 35 bebês com microcefalia mostrou que 71% deles tinham um grau severo da condição.
O comprometimento cognitivo, por exemplo, ocorre em cerca de 90% dos casos, afirmou o Ministério em nota (2015), esclarece e  alerta para que todos os casos suspeitos devem ser notificados para que seja possível também identificar causas e alterações neuropsicomotoras associadas.
Entre outras características da criança com microcefalia consiste nela ser risonho, pois do nada ela sorri, e do nada ela fecha o sorriso, aleatoriamente.
Ela apresenta certo grau de entendimento, portanto, certo grau de desenvolvimento cognitivo.
Outra característica é que a criança é muito observadora, muito atenta a tudo o que acontece. As vezes carinhosa, por vezes agressiva e essa agressão acontece repentinamente e em muitas vezes, quando contrariada.  
Entre as complicações que já eram conhecidas pelos médicos estão as crises epilépticas.

De acordo a Maria Teresa Eglér Mantoan o sucesso das propostas de inclusão decorre da adequação do processo escolar à diversidade dos alunos e quando a escola assume que as dificuldades experimentadas por alguns alunos são resultantes, entre outros, de modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada.  

Ensinar é de fato uma tarefa complexa.

Cumprir o dever de incluir todas as crianças na escola supõe considerações que nos remetem a Ética, Justiça e o direito de todos de acesso ao saber e à formação.  E alguns professores já tem claro essa inserção, sabe que é possível, há porém aqueles que ainda dotados de preconceitos e hábitos enraizados que não lhes permite fazer a releitura de suas atuações, a fim de novos propósitos e procedimentos educacionais.

Fonte: https://www.tuasaude.com/microcefalia/
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160211_zika_outros_problemas_mdb.

Este trabalho foi apresentado por  Marcelo Teixeira, aluno da faculdade Anhaguera  - unidade  Campo Limpo e é fruto de inúmeras pesquisas , a fim de entender e poder nos auxiliar.
Na condição de Estágiário CEFAI , muito contribuiu para um trabalho mais elaborado,  construtivo  e eficaz,  no que se refere a Síndrome Congênita do Zika junto a nossa aluna com Microcefalia.








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