A Fábula da Convivência

A Fábula da Convivência





Durante uma glaciação muito remota, quando parte do globo terrestre estava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.

Foi então, que uma grande vara de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. 

Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro e, juntos, bem unidos agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.

Afastaram-se feridos, magoados, sofridos.

Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes.

Doíam muito… Mas, essa não foi a melhor solução.

Afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.

(...)

Assim suportaram-se, resistindo à longa era glacial.

Sobreviveram.

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios. 
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar. 
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração. 
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor. 
É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente.



Obs.:Por causa de Direitos Autorais , tanto o  texto quanto as ilustrações não se encontram na íntegra.


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