Afetividade , Educação e Infância

   Afetividade Educação e  Infância







A união das partes fazendo com que se forme o todo, dotado de significados.
“Os educadores devem fornecer holding no ambiente escolar” acolher, afirma  Bogomoletz. O que significa tratar cada individuo em sua essência,  como ele realmente  precisa.
 “O termo inclusão”, se levado a sério, indica uma atitude de "holding", ou seja, uma forma de sociedade criada com o objetivo de administrar um grupo social específico, em parceria com demais profissionais, gerenciando suas ações e promovendo ações inovadoras para o grupo em questão.

O conceito de relação parte do pressuposto de que a escola é um espaço de encontros entre sujeitos. Um lugar em que muito se deve compartilhar para que as relações, pautadas num conceito de equipe em que vão ganhando relevância e organização de  nossas ações. Entretanto, há de se considerar que o individuo com toda a sua bagagem sócio cultural. 
E em meio às interações se socializará, isso de acordo a sua mentalidade,  sua visão de mundo. Ora  apático , ora aberto a novos conceitos,enfatizando e considerando suas origens, ora a seu tempo e espaço.
Daí a percepção de que estamos longe de detectar qual será a  escolha, a integração com o grupo.
Winnicott em seus estudos  refere-se ao "desenvolvimento emocional primitivo", cujos efeitos, segundo ele, são de importância crucial para o indivíduo, por se estenderem para além da infância, acrescentando que muitas questões da fase adulta estariam vinculados a disfunções ocorridas entre a criança e o "ambiente", representado geralmente pela mãe. 
De acordo a Yves De La Taille, o choque de culturas é que faz muito em seus efeitos no processo de socialização.
Segundo os interesses que movem os grupos, construídos com base em uma relação mútua, coletiva e desafiadora, no qual a troca sede seu espaço, pois quem troca, simplesmente, troca. - Toma lá, dá cá! E que é a partir da socialização é  que colocamos o que aprendemos em cheque. A amabilidade, a rejeição ao outro, o incômodo que certas pessoas estabelecem, enfim, os problemas sociais são revelados e, o egocentrismo em alguns momentos, é considerado até certo ponto normal. 
Todavia, a falta de articulação e a indiferença  abrem espaços à intolerância, atritos e sentimentos negativos geram desconforto, inimizades e mal estar no grupo.
Sendo assim, há de se considerar que o diálogo estabelece relações pautadas nas interações entre sujeitos participantes do processo educativo.
O acolhimento adequado pode ajudar um individuo, pressionado pelo momento, a se tornar mais espontâneo. "No entanto, é preciso que a escola aceite as temporadas de 'mau comportamento'. Trata-se de adotar sempre uma postura tolerante e criar condições para que se desfrute da liberdade".
 Nada mais importante, nesse sentido, do que o papel da “brincadeira” - fundamental para Winnicott, não apenas na infância, por misturar e conciliar o manejo do mundo objetivo e a imaginação. "Brincar pressupõe segurança e criatividade", diz Bogomoletz. "Crianças com problemas emocionais graves não brincam, pois não conseguem ser criativas."
A relação intrapessoal e interpessoal, o estar bem consigo mesmo e com aqueles que nos cercam merece mais atenção e cuidados, à medida que evitando o risco de se construir saberes não integrados, incompatibilidades e ou simplesmente trocas, abre caminho a amizade, ao querer estar ali, ao prazer de estar ali!
Segundo Yves De La Taille , existe uma situação de medo, uma percepção de que as relações humanas estão cada vez mais desrespeitosas. E acrescenta que a própria sociedade deveria ser capaz de administrar essas atitudes.
De acordo a ele, para que um combinado seja efetivamente aceito, é preciso estar atento. Primeiro, é necessário que os princípios inspiradores norteiem o acordo e sejam explicitamente colocados, não fiquem apenas implícitos para a turma. Segundo, é preferível procurar o consenso, o que dá muito mais trabalho, mas é bem mais rico porque desenvolve a prática de escutar o outro. Se o grupo segue muito rápido para a votação, elimina-se uma etapa preciosa que poderia ser dedicada ao diálogo. A votação não é diálogo, a votação é poder: se eu tenho mais votos que você, você perde e eu ganho. Em terceiro lugar, não se pode abrir mão de seu papel de autoridade, simplesmente jogando para o grupo as responsabilidades pelas sanções que o combinado pode gerar.
Precisamos aprender a compartilhar interesses, saberes. “Dividir com aqueles que estão a nossa volta, cooperar, respeitar, promover atitudes e valores permeados pela harmonia, como afirma Yves De La Taille ‘uma pessoa comprometida com os valores morais”.
É necessário um olhar diferenciado e sempre aberto ao diálogo, captando a essência daqueles que estão ao nosso lado e que assim como nós, necessitam de atenção, de uma palavra bem colocada e que faz muito em seus efeitos.

Fortaleça laços de amizades, torne o ambiente envolvente, participativo, busque formas inovadoras, significativas para cada participante do processo, para si,  para os outros, aprimorando conceitos e competências, mediando. Deixando marcas positivas, enriquecedoras, marcas que se enraizarão e serão por vezes vivenciadas, lembradas e repassadas  por aqueles que fazem parte da nossa vida, do nosso dia a dia.



Modificar práticas e atitudes com ações organizadas e sem a ilusão e o erro de que podemos moldar alguém, entendendo que cada indivíduo é único e faz suas próprias escolhas, e que ações organizadas, colaboram para que situações de conflitos sejam amenizadas e até mesmo solucionadas.
A insatisfação abrirá caminho ao diálogo, ao conhecimento de si, como dizia o filósofo Schopenhauer, ele acreditava que não era possível alguém conhecer alguma coisa se não conhecesse a si. Dizia que a atitude de conhecer não poderia vir de fora para dentro, e sim de dentro para fora. Um olhar critico construtivo. Consciente, permanente, á medida que exigirá das partes, observação, sensibilidade, transparência,  colaboração e interlocução de diferentes olhares, poderosos fatores de estímulos à formação de equipes integradas, uma receita infalível que em meio as articulações e a escuta , numa atuação consciente, ciente dos resultados, nada mais são do que pré-requisitos para que conflitos e indiferenças sejam superados  promovendo um ambiente transformador,  harmonioso e acolhedor.
É interessante fazer a leitura da fábula da Convivência de Lecticia Dansa e Salmo Dansa e refletir sobre a importância de se compartilhar, de querer estar juntos e perceber que aprendemos muito com o outro, e que as relações, realmente, humanizam!
Aqui vão algumas dicas de leitura compartilhada; ”Nós nem sempre temos o que queremos ( mas normalmente temos o que precisamos)” de Heidi Howart e Daniel Howart. Uma narrativa sobre tolerância e aceitação do novo.
“O trem da amizade” de Wolfgang Slawski. Uma leitura agradável, mostrando o valor de querer ter os amigos por perto, de trazê-los para perto de si.
“As coisas que a gente fala” de Ruth Rocha. Uma narrativa que descreve o nosso dia a dia e que, às vezes, uma palavra mal colocada pode muito em seus efeitos. “(...) Sejam palavras bonitas ou seja palavra feia; são sempre muito importantes as coisas que a gente fala; seja mentira ou verdade ou seja verdades  meias; são sempre muito importantes as coisas que a gente fala. Aliás, também tem força, as coisas que a gente cala (...).”  Já na leitura do livro “Cada família é do seu jeito” de Aline de Abreu, poderemos perceber o quanto somos diferentes, as pessoas são diferentes e temos que saber lidar e respeitar a individualidade  até porque, queremos o devido respeito!

Trabalho compartilhado e significativo é ter em mente uma receita em que, dia após dia, ingredientes novos, com um tempero mais apurado, poderão ser acrescentados, aprimorando ainda mais seu sabor. Experimente!

Ser amável,  de acordo ao Guia Estudantil, significa ser carinhoso, afetuoso, gentil, agradável,  gracioso e risonho, além de saber servir e tratar bem às outras pessoas. Essas qualidades devem ser formadas nas crianças quando ainda são pequeninos. Ser amável também é estar atento, prestar atenção e respeito a todos os menos aptos, desvalidos e necessitados.

A amabilidade não nasce com a criança. Ela nasce impulsiva por natureza, se aprende nas mais diversas atividades do dia a dia. As crianças assimilam as normas de comportamento social à medida que os adultos as ensinam e treinam a se comportarem de acordo com essas normas.

As brincadeiras e contos infantis podem ajudar, e muito, na mensagem que se quer passar para as crianças. Seja em valores como paciência, integridade, amizade, como em todas as outras  áreas do processo de socialização, que se estende por toda a vida e que se in inicia na tenra infância. As brincadeiras e jogos são uma boa estratégia para se conseguir isso. Mas não tem nada mais efetivo do que o exemplo do adulto para ensinar a amabilidade, por isso os pais devem ser modelos que as crianças aprenderão a imitar.

- Compartilhar momentos com os outros. Praticar atividades físicas coletivas, convidando os amigos para as festas de aniversário, fazendo tarefas escolares em equipe, compartilhando brinquedos com as demais crianças, ajudando as crianças que têm alguma dificuldade.


- Valorizar os outros. A criança deve aprender desde pequeninos a cumprimentar aqueles que estão a sua volta, pessoas conhecidas ou não,  demonstrando afeto aos amiguinhos e amiguinhas da escola, levando algum presente para a professora, dividindo seu material escolar, brincando sem brigas com seus companheiros, dando de comer ao seu cachorrinho, agradecendo sua mãe pela comida deliciosa, acompanhando seus pais nas compras, oferecendo ajuda quando alguém necessita.

- É necessário que as crianças aprendam as palavras mágicas como 'bom dia', 'boa noite', 'obrigada', pois a criança que trata as pessoas com educação sempre será bem vinda e sempre será muito querida .

- Palavrinhas mágicas do tipo " desculpas" precisa fazer parte do vocabulário da criança. Todo mundo erra e pode estar enganado. É preciso que as crianças aprendam a reconhecer os seus erros. Isso faz parte da humildade. Algumas crianças são mais ou menos teimosas e tentam impôr a sua opinião, mesmo sem estar certo e precisam aprender aprender a ter controle sobre as suas emoções e a reconsiderar quando necessário.

- Respeitar os outros, aos mais velhos e mais necessitados. As crianças devem reconhecer, através dos seus atos, as necessidades dos mais velhos e das pessoas que tenham alguma dificuldade física, intelectual, etc. Deixar que os mais velhos entrem primeiro, oferecer a sua cadeira para os mais necessitados,  etc.

- A criança deve aprender a respeitar os outros e a não fazer comentários negativos sobre ninguém. Ninguém é perfeito e todos podemos errar. E cabe aos  pais  ter cuidado ao fazer determinados  comentários sobre algumas  pessoas na frente dos filhos.



                               Uma dica de música:  Ser Diferente é Normal   Gilberto Gil e  Preta Gil

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