Sabendo Ler o Mundo
Autora: Lúcia Fidalgo
Ilustração: Luiz Maia
Já li muito sobre Paulo Freire e considero uma peça chave no grande jogo da vida e, em especial , no quesito Educação.
Muito ele nos trouxe e nos tem a acrescentar...
Muito ele nos trouxe e nos tem a acrescentar...
Dizem que é na escola que aprendemos a ler e escrever as palavras... Mas tem criança que já chega na escola sabendo ler o mundo.
Era uma vez uma família. Tinha um pai, uma mãe, filhos... e o filho que nasceu caçula ganhou o nome de Paulo... Paulo Reglus Neves Freire.
Nasceu em uma casa rodeada de árvores, algumas delas como se fossem gente, tal era a intimidade entre elas e o menino. Brincava na sombra delas, em seus galhos, experimentando riscos e aventuras. Dormia debaixo de suas sombras.
A velha casa com varanda, as flores na janela, quartos, corredor, terraço e sótão, era assim a vida do menino. Mas foi no quintal que ele descobriu seu primeiro mundo, o pai, a mãe, os irmãos mais velhos, os gatos da família e Jali, o velho cachorro preto do pai.
Aprendeu a ler no chão da casa à sombra das árvores amigas, com as palavras que conhecia. No chão fez seu quadro-negro e nele não escreveu giz, mas com gravetos que iam desenhando as palavras, misturando letras.
(...)
E Paulo, menino ainda, dormia algumas noites envolvido em seus medos, esperando que a noite se fosse e o dia chegasse trazendo o canto do amanhecer e mandando pra bem longe as almas penas gemendo seus pedidos de orações.
Quando chegou o tempo da escola, o menino, que já conhecia a palavra, foi ficando mais íntimo dela e descobrindo que "ninguém sabia tudo e que ninguém ignorava tudo também".
_ Diz teu nome, menino! _ pedia a professora.
_ Paulo _ respondia ele soletrando o que já sabia.
Algum temo depois foi ser professor e viveu intensamente o desejo de criar idéias e escrever o mundo junto com os alunos. Foi descobrindo com eles que "aprender nos torna conscientes e livres".
Mas Paulo, que brincava com as palavras construindo frases para fazer pensar, um dia conheceu o amor e casou-se com Elza, uma professora assim como ele...
(...)
(...)
Uma escola que não iguale todo mundo e também não espere das crianças a mesma resposta, que desperte em nós o que está adormecido e acredite nas crianças que chegam na escola sabendo ler o mundo.
E , MESMO QUE O TEXTO E AS IMAGENS NÃO ESTEJAM NA ÍNTEGRA, POR CAUSA DOS DIREITOS AUTORAIS, VALE MUITO A PENA CONFERIR!
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