Educação Financeira Desde a Infância.
Consumo Consciente..
Há inúmeras mudanças elencadas no Currículo Escolar e uma delas consiste em acrescentar às diferentes disciplinas, aulas voltadas a Educação Financeira.
O que não significa ensinar aos aluno a economizar, mas sim, ensiná-lo a lidar com o dinheiro. mas. vale ressaltar que muitos pais ainda acreditam que dinheiro não é assunto para crianças.
A Educação Financeira deve fazer parte do Currículo Escolar desde a Educação Infantil abordando diferentes formas do bom uso do dinheiro. É aprender a ter um consumo consciente e caber à escola este importante papel.
Tópicos e fundamentos de Educação Financeira podem ser abordados em diferentes disciplinas, associadas a itens do programa tradicional.
O ideal seria fazer todo um preparo antes. Entretanto, o simples fato de as escolas selecionarem e incluírem alguns livros paradidáticos ou literários sobre o assunto, além de jogos, já estará propiciando e contribuindo, trazendo a tona esta importante questão e logo adiante , a medida que o grau de escolaridade aumenta e com mais preparo, o tema deverá ser abordado de forma qualitativa e eficaz.
As aulas de Matemática podem contribuir para esse acréscimo de conteúdo, entretanto, já que a Educação Financeira deve ter início já na infância, o melhor caminho segundo o MEC se dará através do Ensino Transversal. E com isso, disciplinas por vezes pouco interessantes, ganham um aliado na atratividade, neste caso, os gastos, o consumismo desenfreado, ou melhor, o dinheiro.
Nas aulas de Português ao lerem clássicos como A Cigarra e a Formiga, por exemplo, as crianças são levadas automaticamente a refletir sobre prevenção, poupança, falta de controle, imediatismo. E pais e professores podem aproveitar esse gancho para explorar ainda mais outros importantes princípios de Educação Financeira.
Os programas de estimulo à leitura, no que diz respeito a questão financeira deve existir em praticamente todas as Escolas do Ensino Fundamental.
E aqui vão algumas dicas para enriquecer ainda mais o conteúdo. dentre os livros, temos também: A Galinha dos Ovos de Ouro; O pé de Meia Mágico; Quero ser rico, Zequinha e a Porquinha Poupança; Versinhos de prosperidade.
Outra dica relevante, só que aí para adolescentes seria assistir aos filmes "Delírios de Consumo" e "Amor por Contrato", maravilhosos! Essas leituras possibilitarão análises e servirão de suporte e estímulos, conscientização e consumo responsável por parte do aluno, planejamentos e melhores investimentos por parte dos pais. Temas naturalmente abordados num espaço onde alunos, pais e professores poderão participar e se beneficia-se.
As aulas de Artes com seus inúmeros trabalhos manuais possibilitarão criar /confeccionar objetos tais como cofrinhos com diferentes tipos de materiais, quadros em que a moldura servirá de espaço de armazenamento/suporte, conscientizando e incentivando o hábito de juntar e guardar dinheiro .
"As questões ligadas a área financeira tornaram-se um grande desafio para muitos pais juntos a seus filhos , em especial, adolescentes. Pais que, mesmo que tenham um poder aquisitivo mais elevado, muitas vezes se deparam com a necessidade de iniciar uma educação voltada para a aquisição e valorização do dinheiro", isso é o que observa a psicóloga Ana Lúcia G. Castello.
Essa geração tira proveito dos pais que tendem a se desdobrar para realizar os desejos e caprichos de seus filhos. Muitos, na intenção de não repetir sua história de vida, suas dificuldades, suas frustrações, pode cometer equívocos de não colocar limites para os filhos e despercebidamente poderão ter sérios problemas futuros, além do que, um ciclo vicioso de consumo. Alguns têm a real consciência do quanto é pertinente, é necessário, enquanto que outros, dizem muitas vezes que, se podem dar tudo aos filhos, porque não dariam?
Os adolescentes têm uma ânsia grande de consumo. A sociedade moderna possibilita e instiga isto através da mídia e da possibilidade dos mesmos de conhecer, produtos/artigos de marcas que estão sendo utilizadas constantemente pelos jovens. assim, há um numero expressivo de gastos com roupas, tênis, festas, baladas, muitas vezes com bebidas, viagens, etc".
O desejo dos pais, somado ao dos filhos, leva a família a um ciclo vicioso e ao consumo desenfreado e, por consequência, ao endividamento desnecessário.
Cabe ao pais fazê-los entender que consumo excessivo pode influenciar negativamente no futuro de seus filhos.
E no orçamento familiar? Esclareça-os quanto as reais necessidades de se "poupar", de ter uma reserva, de priorizar alguns gastos, de saber fazer bom uso do dinheiro, de traçar objetivos para gastos, e isso nos faz lembrar aquele velho ditado " quem guarda, tem! " ou "é melhor prevenir que remediar". E quando surgem necessidades específicas, situações nos pegam despercebidos e que muitas vezes nos deixam em verdadeiros apuros.
O marketing do mundo contemporâneo é extremamente habilidoso e relevante, daí a importância de se refletir .Definir o que se quer e o que, realmente, se precisa.
Há quem não resista a modelos novos de eletro eletrônicos, perfumes, roupas, brinquedos, e até mesmo carros, enfim, o mercado trabalha dia e noite para seduzir, encantar, e fazer consumir. Há uma fonte inesgotável de opções... e, mesmo que estejamos distraídos, quietos a mídia dá um jeitinho de nos tocar.
vale ressaltar que o desejo de se consumir não vem pelo objeto , pela necessidade em si, mas muitas vezes, sem que se perceba, como uma forma de diminuir a ansiedade ou um mero momento de insatisfação.
Consciente deste detalhe, aprenda a definir quanto , quando e o que comprar, limitando e potencializando seus impulsos, suas vontades.
Agora, imagine a criança vivenciando esses hábitos!? E quando se fala em criança, não tem como não mencionar a palavra brinquedo.
"Ao longo da história dos brinquedos, percebe-se que eles refletem o comportamento, a moda e os costumes de uma época.
Hoje, quando uma criança acompanha seus pais às compras, ela está atenta a tudo. Percebe que muitas vezes, facilmente adquire determinado produto, consome determinado alimento, tamanha é a facilidade de acesso, até por que já não se usa mais dinheiro pra quase nada e grande parte dos pagamentos são feitos com o cartão. Aí está a porta de acesso para o consumo.
À medida que o indivíduo aprender a analisar suas relações com compras e consumo, ficará mais fácil gerenciar seus gastos. E, o mesmo acontecerá com a criança.
O desconforto de uma situação de consumo desenfreado, e o desgaste que esta situação promove, evidencia questões que pode perdurar por longos anos.
Quando se faz gastos além do que realmente se ganha, este endividamento traz consigo/ao cliente muitos desgastes. Cobranças e mais cobranças, cartões de crédito estourados, por usos abusivos, limites de créditos também estourados e aí entram outros limites do tipo cheques especial em constante uso e com isso juros que vão muito além do que se deveria cobrar. Sem contar as faturas vencidas e por consequente, contas e mais contas atrasadas, e o mais difícil, a constante falta de dinheiro . É uma verdadeira bola de neve...
E quando chega aquela fatura em que você em análise, nem se lembra de onde veio, de quem comprou, " não! essa compra não foi minha" são tantos gastos, tantas lojas, tantas opções de consumo que às vezes você precisa puxar na memória o porquê daquela compra.
E aí nos perguntamos, por que será que o mercado tornou-se tão atrativo? E a resposta está bem a nossa frente e muitas vezes passa desperebida.
Será que é porque os investidores trabalham dia e noite, a fim de buscar atrativos para seus consumidores.
Esteja atento e observe o quanto o cliente é paparicado, é incentivado a comprar determinado produto. Bata cinco minutos em frente a TV, basta um olhar que já nos perguntam, posso ajudá-lo. Os produtos, por sua vez, parecem brilhar aos olhos dos consumidores, e aí!? Por que será?
Quando se depara com um comercial de televisão, seja um propaganda voltada para um público infantil, adolescente ou mesmo adulto, observe as palavras, o contexto, o vocabulário, tudo muito bem pensado e articulado para atrair, instigar, seduzir, convencer...
O consumidor, por sua vez, sem perceber, se sente pressionado, sente a necessidade de estar inserido neste contexto, nessa ideologia de consumo, de aquisição, despercebidamente, ele é desafiado, muitas vezes, com palavras dóceis, suaves, mas que entram e se enraiza dentro de si.
Há todo um trabalho muito bem estruturado e articulado e que não é difícil de se perceber, basta uns anos de muito endividamento, e por consequência , sofrimento para se perceber tal contexto.
Quer ver um palavrinha mágica, de grandes efeitos no consumidor "LIQUIDAÇÃO". Que palavra bonita! atrativa! É quase impossível não querer dar uma olhadinha, só pra ver se tem alguma coisa imperdível...
Observe que há uma grande cobrança por parte da sociedade de que se tem que mostrar, provar, estar a par, inserir-se. Mas o preço disso tudo é muito alto, às vezes, irreparável.
Irreparável, porque logo adiante, vem as perdas,. E não são poucas.
Com o endividamento perdemos credibilidade, confiança, dinheiro, muito dinheiro e grandes oportunidades. tudo porque insistimos em provar pro outro, que também podemos. Que podemos.
Imagine que você agora é a personagem principal de uma história que acontecerá conforme a sua vontade. Então, o que se deseja para os próximos meses e anos, quais as expectativas e o que se quer que aconteça neste período de tempo.
E que tal credibilidade?
Poder planejar... comprar o que realmente se precisa... não querer ostentar. Será que você também quer estar inserido no contexto de que suas marcas te definem, suas roupas, seu carro, os lugares que frequenta, porque se tem que provar o tempo todo o que não se é? o que não se pode/ o que não se tem?
Segundo Suyen Miranda, consultora de finanças pessoais , atuando no Mercosul Brasil, Portugal e Angola, diz que “(...) sem ter este esboço do que você quer para sua vida fica muito difícil mudar qualquer hábito, pois não há razão para mudanças se não há um sonho a realizar”. (...) “ analise com carinho o que está nos seus sonhos. Isso pode parecer até simples demais, mas o planejar uma vida de sonhos inclui o planejar de uma vida economicamente saudável”.
Portanto, fazer contas, ter controle dos gastos, projetar resultados é o passo inicial nesse universo. Adquira novos hábitos, é preciso focar nas questões comportamentais. Não é a toa que boa parte dos educadores financeiros tem formação ou busca apoio e parcerias na Psicologia. Melhorar as posturas e atitudes em relação ao dinheiro trará resultados surpreendentes.
Daí o importante papel da escola , preparar as crianças para serem verdadeiros cidadãos e faz parte dessa missão ensiná-las a usar adequadamente o dinheiro. A educação financeira chegou para ficar e, assim como nas finanças, o fator tempo é preponderante.
Quanto mais cedo, menores os sacrifícios e maiores os resultados.
Especialistas acreditam que a Educação Financeira pode começar logo aos 5 anos, e, em simples situações vividas e vivenciadas pelas crianças.
Uma boa oportunidade são os jogos.
E, o grande clássico é o famoso Banco Imobiliário (Monopoly) que há 66 anos no mercado brasileiro teve mais de 33 milhões de unidades vendidas. O jogo de tabuleiro, agora chamado de Super Banco Imobiliário, ganhou uma nova cara. Ao invés das cédulas de papel, super coloridas, a criançada vai usar uma reprodução da máquina de cartão de crédito. E já que a intenção é despertar o bom uso do dinheiro, o jogo ainda tem dicas de educação financeira,estratégias, uma forma delas aprenderem conceitos de administração, contabilidade e de como poupar de forma divertida, conhecimentos que sem dúvida serão bastante úteis no futuro.,
Desde cedo, a criançada lida com o mundo dos números e das finanças. Quando elas começam a ter noções sobre os números, aprendem a contar e até compram seu próprio lanche na escola ou figurinhas numa banca de jornal, isso significa que já sabem usar o dinheiro.
Orientar as crianças sobre como lidar com dinheiro é um dos deveres dos pais.
Há épocas do ano que os pequenos ficam inquietos, querem brinquedos e aparelhos eletrônicos, mas muitas vezes eles não têm ideia do quanto estes mimos custam.
Quanto à mesada, é importante considerar que está nunca deverá servir como recompensa.
Seu filho deve ajudar nas tarefas de casa sem esperar receber dinheiro como recompensa. Se isto ocorrer ele poderá se negar a ajudar se não estiver precisando de dinheiro e você perderá a autoridade de educador.
O mesmo ocorre às atividades escolares, procure não condicionar o dinheiro ao bom desempenho escolar. O educador financeiro Álvaro Modernell, autor de alguns livros dedicados ao público infantil, é taxativo: não! "De maneira geral, digo que isto não deve ser feito, pois pode contribuir para o desenvolvimento de uma personalidade mercenária na criança, que começará a exigir dinheiro para cumprir qualquer tipo de obrigação". Um comportamento que, segundo Modernell, acaba complicando todo o relacionamento familiar. "A criança pode deixar seu rendimento escolar cair propositalmente em algum momento para depois negociar com os pais, em troca de dinheiro, a elevação ou a manutenção das notas. E isso pode se repetir muitas vezes. Há crianças que são mestres em manipular os pais. Imagine se forem remuneradas por isso" e se o pai ficar desempregado, o filho repete de ano?
De acordo a Álvaro Modernell , a mesada deve ser uma iniciativa voluntária dos pais, não uma obrigação. "Trata-se de um instrumento de educação financeira que serve para as crianças vivenciarem experiências que lhes serão úteis para a vida toda. E também para que criem um certo grau de independência, inclusive nos aspectos financeiros". Além disso, ele adverte que á mesada não livra os pais do compromisso de orientarem os filhos, seja nas questões financeiras, seja nas questões escolares. "Em vez de atrelar a mesada ao bom desempenho na escola, os pais devem demonstrar para os filhos a importância do estudo para o futuro das crianças". Isto porém, não impede que a criança seja premiada ao longo do ano. "Se em determinado momento os pais desejarem premiar a criança por seu bom desempenho, tudo bem, pois servirá até como um estímulo para os bons resultados".
È fundamental que os filhos cresçam cientes da realidade da família.
Ás crianças estão atentas por novos conhecimentos. É necessário desenvolver-se aprendendo a ter responsabilidade social, conscientizar-se e estarem preparadas para lidar com suas finanças, com o consumo consciente e a realização de seus sonhos. O diferencial está na habilidade interpessoal, na criatividade, na competência, na dedicação, no respeito ao dinheiro, no controle das contas, na limitação dos gastos, no hábito de fazer economia e poupança, adquirindo o hábito e a prática de planejar. Sempre planejar!
De acordo a Cássia D!Aquino, Educadora com especialização em Educação Infantil, autora de artigos e livros sobre Educação Financeira. Criadora e coordenadora do Programa de Educação Financeira em inúmeras escolas do País, a partir dos três anos de idade as crianças já entendem o valor de troca que o dinheiro possui,e é nesse momento que se deve dar início a Educação Financeira.
A intenção é fazer com a criança adquira o hábito e aprenda corretamente o manejo do dinheiro em busca de uma vida financeiramente saudável. Ela vai aprender que quanto melhor ele for usado, mais frutos ele ira render e isso proporcionará conforto, realização de sonhos, equilíbrio emocional/ profissional, pois sabemos que o dinheiro é uma dos pilares para um futuro promissor.
Também é preciso ter cautela para não assustar a criança. "Os pais devem iniciar o tema de forma simples, com os assuntos financeiros do dia a dia da família”. Sem muitas cobranças, mostrando á criança, de onde vem o dinheiro, para onde vai, para que serve o cartão de crédito, de débito, o cheque e, aos poucos, fazê-la entender, mostrando que há muito o que fazer com o dinheiro e que é preciso saber gastá-lo, saber usá-lo!
Os filhos têm nos pais o exemplo a ser seguido, por isto é importante que se mostre a eles que se consegue por em prática aquilo que se sugere que eles façam. Por exemplo, só gaste dinheiro depois que você já o recebeu. Evite cartões de créditos ou cheques. Façam com que eles notem que dinheiro é só o meio para se chegar à felicidade e é bom ressaltar que não importa a quantia a ser administrada, quem não sabe gerir pequenas quantidades não saberá lidar com valores altos.
Segundo Cassia D’aquino, “A virtualidade dos meios de pagamento confunde as crianças e até mesmo os adultos. Creio, inclusive, que boa parte das causas para a recente crise global teve a ver com a falta de materialidade do dinheiro e como já foi mencionado, a facilidade do acesso.
Quando na companhia de crianças menores de seis anos, por exemplo, é recomendável se pagar as compras em espécie. A atenção que se dá ao troco, conferindo a quantia recebida, fornece indícios importantes sobre o cuidado com o dinheiro. E aqui vai uma boa dica, o The Money Camp, este é um tipo de jogo/método que visa ensinar crianças e jovens a lidar com dinheiro.
O aprendizado é feito com auxílio de jogos e de maneira bem interativa. "As crianças aprendem do jeito que elas mais gostam: brincando", diz a educadora sobre a importância do método para os pequenos. Os pais podem começar a passar este aprendizado através de livros como "Pé de Meia Mágico"e "O Poço dos Desejos" do autor Álvaro Modernell, que abordam este tema e discutindo o assunto com os filhos, sempre de maneira descontraída. Alambert também recomenda jogos como "Banco imobiliário" e "O jogo da vida".
O fato é que, na correria diária, nos esquecemos de tirar proveito de inúmeras situações para educar nossas crianças em relação ao bom uso do dinheiro.
A transformação dos hábitos e costumes torna-se essencial para o equilíbrio financeiro . E a medida que os limites são vivenciados, ás crianças e adolescentes começam a lidar com a frustração de não terem tudo o que querem de maneira mais natural.
Quando soube que o tema precisa ser inerido na Educação escolar, fiz algumas pesquisas e foram inúmeras leituras e o apanhado de várias conceitos sobre educação financeira.
Um tema que traz interesse e habilidades e maior controle para lidar com o consumo...