Gestos e símbolos

O Livro dos Gestos e dos Símbolos


Autores:  Ruth Rocha
               Otávio Roth
Ilustração: Raquel Coelho



Quando uma abelha quer contar às outras onde ela encontrou uma porção de flores, cheinhas de mel, executa uma espécie de dança, que é a forma que ela usa para se comunicar.
Os animais, embora não falem, têm formas sofisticadas de comunicação.
As baleias, por exemplo, emitem um canto prolongado, que atravessa os oceanos.
Os cães conseguem não só comunicar-se entre si, como até mesmo comunicar-se com seus donos.


As crianças também se comunicam, antes mesmo de saber falar, por gestos, por ruídos, por expressões.
O adulto, mesmo sabendo falar, também se comunica por gestos. O gesto de levantar ou abaixar o polegar é compreendido por todos, desde o tempo dos romanos. O aceno de quem vai embora, o sorriso, o abanar da cabeça, para dizer sim ou não, são formas de comunicação que dispensam a palavra, embora variem de significação, de um povo para outro.


Os surdo-mudos possuem dois tipos de linguagem. Ambas se valem de gestos das mãos.
Uma, para indicar letras, que formam palavras, nas mais variadas línguas. Outra, que expressa através dos gestos, uma linguagem própria, permitindo que os surdo-mudos possam ser compreendidos em qualquer parte do mundo, ao contrário do que acontece com as pessoas que ouvem e falam.

Não são apenas os gestos que comunicam sem palavras.
Até a maneira de uma pessoa ou de um grupo se vestir ou se enfeitar pode ser considerada uma forma de comunicação.

Os indígenas de vários lugares, por exemplo, costumam pintar seus corpos e usar certos tipos de enfeites, para mostrar que estão em guerra ou em festa.

Os jovens usam roupas e penteados diferentes dos adultos, o que equivale a um aviso: 
NÓS SOMOS DIFERENTES!
Os hippies dos anos 60 também mostravam o que eram, do que gostavam e do que acreditavam, mediante as roupas e os cabelos que usavam. Os trajes dos hippies mostravam seus ideais:
PAZ E AMOR!

As cores também tiveram sempre grande importância na comunicação.
Assim, a bandeira branca, há muito, significa paz.
Na antiguidade, a cor púrpura significava realeza.
Entre os ocidentais o negro representa o luto, enquanto entre alguns grupos orientais é o branco que simboliza o luto.
A roupa branca tem uma conotação de pureza. Por isso as noivas usam branco.

Entre os escoceses,  o padrão e a cor dos tecidos da roupa indicam um determinado grupo familiar.
Os monges tibetanos usam o amarelo com emblema de seu grupo.
Entre os católicos, o roxo é a cor característica dos bispos.
Até entre equipes esportivas as cores têm seu papel importante, invadindo as torcidas sob a forma de camisetas e bandeiras.

A necessidade de usar distintivos durante as batalhas nasceu no tempo em que os cavaleiros começaram a usar armaduras.
Não se podia ver quem estava por trás dos elmos. Assim, cada cavaleiro escolhia um desenho, um sinal pelo qual poderia ser reconhecido: um animal, uma flor, uma figura qualquer.
Aos poucos, esses sinais foram passando para os escudos e para os estandartes. E suas cores foram adotadas para roupas e para enfeites, até dos cavalos.
Esse fato deu origem à heráldica, que é o estudo dos brasões.


Os índios da América do Norte, além de se comunicarem pela fala ou pelos enfeites e pinturas corporais, comunicavam-se à distância, por sinais de fumaça.
Os nativos da África usavam também as batidas de tambores, como forma de "se falarem" de longe.
Entre os Aborígenes de todo o mundo, são muitos usados os "sinais de pista", que consistem em avisos, que eles fazem na mata, com galhos e pedras.


Antes que fossem inventados o rádio e o telégrafo, usava-se nos barcos a sinalização por bandeiras.
Além da bandeira principal, que é içada no mastro e que pode indicar o país de origem de um navio, assim como doenças a bordo ou a presença de alguém importante, há mais duas formas de comunicação por bandeiras.

Uma delas usa uma bandeira diferente para cada letra. E a outra usa combinações de duas bandeiras em diferentes posições.
Entre barcos usava-se também a comunicação por sinais luminosos. A língua usada é o Código Morse, que foi inventada para uso do telégrafo.
É uma linguagem  que usa a combinação de sinais luminosos longos e breves, para expressar letras e números.
Ainda se usam entre os barcos sinais sonoros de buzinas, para a comunicação durante períodos em que a visibilidade esteja prejudicada.

A música é outra forma de comunicação. Ela transmite estados de espírito: alegria, tristeza, romantismo ou entusiasmo.
Quando a música é acompanhada de letra, pode emitir uma mensagem específica, que vai desde as ingênuas canções infantis até os mais exaltados hinos patrióticos.
A emoção que se sente quando se assiste a uma simples premiação esportiva, acompanhada do içar de uma bandeira e da execução de um hino, mostra como estes símbolos trazem mensagens ligadas a eles.


O sonho do entendimento universal está ainda longe de se realizar.
No entanto, a busca de uma linguagem que possa ser compreendida por todos é constante.
Hoje, em todas as cidades do mundo, encontramos sinais de trânsito, avisos que proíbem o fumo, indicações para toaletes masculinos e femininos, praticamente, iguais.

Depois de inventar a fala, que é a forma mais importante de comunicação, o homem continuou procurando outras formas, para aumentar essa sua capacidade. Contamos, neste livro, algumas delas.

Hoje, o homem atingiu uma nova era: a da comunicação por aparelhos, que amplia extraordinariamente suas possibilidades de contato com outros homens.
Esperemos que ele saiba usar esse fantástico privilégio com o objetivo de fazer a vida de todos nós um pouco melhor.




O homem e a Comunicação é uma coleção de Ruth Rocha e Otávio Roth que vale a pena conferir...

Gostei, postei!




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